Podridão negra das brássicas – Doença mais que destrutiva

Créditos: Jucilayne Fernandes Vieira

Publicado em 8 de outubro de 2015 às 14h00

Última atualização em 15 de maio de 2025 às 16h34

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Jucilayne Fernandes Vieira

Vanessa Nogueira Soares

Pós-doutorados – Universidade Federal de Pelotas

Antonio Carlos Souza Albuquerque Barros

Doutor e professor da Universidade Federal de Pelotas

 

Créditos: Jucilayne Fernandes Vieira
Créditos: Jucilayne Fernandes Vieira

A podridão negra é uma das doenças mais importantes nos cultivos de brássicas no Brasil e no mundo. É responsável por perdas de produção e qualidade em culturas como repolho, couve- flor, brócolis e couve-manteiga, canola, nabo, mostarda, crambe, entre outras, sendo esse problema ainda maior em regiões com umidade e temperatura elevadas.

A doença é causada pela bactéria conhecida como Xanthomonascampestrispv. campestris (Xcc), que sobrevive em sementes, tanto na superfície quanto no interior das sementes. Além disso, a bactéria sobrevive em restos culturais de plantas doentes, em plantas daninhas e em plantas hospedeiras.

Disseminação

Sementes ou mudas contaminadas são responsáveis pela disseminação dessa bactéria a longas distâncias, porém, a curtas distâncias ela é transmitida de uma planta para outra, e dentro da lavoura, por respingos de água de chuva ou de irrigação, pelo vento, insetos e também por ferramentas e equipamentos contaminados durante os tratos culturais.

Epidemias da podridão negra são favorecidas por umidade e temperatura elevadas, entre 28 e 30°C, sendo o risco de infecção maior em períodos de dias quentes e noites com temperaturas mais brandas. Além disso, é necessário a presença de água na folha, que favorece a penetração da bactéria na planta.

A penetração ocorre através de aberturas naturais (estômatos e hidatódios) ou por ferimentos na parte aérea. A doença pode se manifestar em qualquer época durante o desenvolvimento das plantas.

Sintomas da podridão negra em couve-flor - CréditosJucilayne Fernandes Vieira
Sintomas da podridão negra em couve-flor – CréditosJucilayne Fernandes Vieira

Sintomas e perdas

Os sintomas são comuns a todas as espécies hospedeiras, e podem ser observados em todos os estádios de desenvolvimento. Quando a infecção ocorre nas plântulas, os cotilédones apresentam os bordos escurecidos, ocorrendo queda prematura.

Nas folhas de plantas infectadas é possível observar a formação de lesões de coloração amarela e em forma de “V“ que progridem em direção à nervura central, podendo causar a necrose da mesma.

Subdesenvolvimento, murcha, queda prematura das folhas e apodrecimento das plantas infectadas são sintomas que estão associados a casos mais severos dessa podridão, que exala cheiro forte.As perdas causadas pela podridão negra das brássicas podem ultrapassar 50% da produção.

Manejo da Podridão Negra

O controle da doença é difícil, porém, pode ser alcançado com uso de sementes e mudas livres da doença, variedades resistentes e práticas culturais que reduzem a disseminação do patógeno na lavoura, como a eliminação de plantas daninhas e a rotação de culturas.

Tratamento de sementes

O tratamento térmico das sementes em água quente entre 50-52ºC por 20-30 minutos pode ser usado, embora, em alguns casos, possa afetar a germinação e vigor das sementes. A termoterapia via calor seco, a 75ºC por 5-7 dias é igualmente eficiente e sem nenhum efeito adverso na germinação.

O uso de antibióticos como tratamento preventivo é outra possibilidade de controle, bem como a aplicação de fungicidas cúpricos, tais como a calda bordalesa, que pode ser eficiente para proteção no campo.

O tratamento de sementes com hipoclorito de cálcio, na concentração de 0,5% por 15 minutos, apresenta resultados satisfatórios.

Trabalhos de pesquisa recentes apontam outras possibilidades de tratamento, como o tratamento seco por 16 horas com hipoclorito de cálcio na proporção de 10 a 20g do princípio ativo por quilo de sementes e o uso de desinfetante à base de ácido lático e hipoclorito de sódio por 30 a 60 minutos.

Manejo na produção e no campo:

ðUtilização de sementes certificadas;

ðO uso de variedades de brássicas resistentes ou tolerantes é importantíssimo;

ð Os viveiros e novas plantações devem ser estabelecidos longe (≥400m) dos campos com culturas mais velhas e em locais sem incidência da doença;

ðOs viveiros devem apresentar uma pequena elevação em relação ao nível normal do solo e ter boa drenagem;

Ã°É aconselhável estabelecer vários canteiros pequenos em detrimento a um canteiro grande, especialmente quando são usadas diversas variedades ou sementes provenientes de lotes diferentes;

Essa matéria completa você encontra na edição de setembro da revista Campo & Negócios Hortifrúti. Adquira já a sua para leitura integral.

 

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