Poda do cafeeiro tem aliado para alcançar maiores produtividades

Crédito Ivanir Maia

Publicado em 17 de dezembro de 2016 às 07h24

Última atualização em 17 de dezembro de 2016 às 07h24

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 Crédito Ivanir Maia
Crédito Ivanir Maia

A poda de esqueletamento é uma prática cultural que está se tornado habitual na cafeicultura moderna, visto os grandes benefícios econômicos e financeiros que proporciona, tal como menor custo de colheita, entre outros.

Sabe-se que tal prática é executada em lavouras exauridas, após altas produções, e que, por sua bienalidade, teria uma produção muito baixa no ano seguinte, além de outros fatores que podem levar à decisão de se esqueletar uma lavoura cafeeira.

Vários experimentos já foram conduzidos por órgãos oficiais e também tem sido bem observado em campo, pelos técnicos, consultores e produtores, os vários aspectos que influenciam positiva ou negativamente na adoção desta prática, tais como: melhor época a ser realizada a poda, as adubações mais econômicas (custo/benefício) e tratamentos culturais adequados.

Em campo

A Fundação Procafé, sempre em sintonia com as necessidades da cafeicultura e visando acompanhar e avaliar muitas das informações vindas do campo, montou recentemente (2015) em Boa Esperança (MG) um ensaio em café esqueletado (safra zero), visando mensurar os efeitos de alguns produtos sobre vários aspectos da lavoura, como aceleração da brotação, revigoramento das plantas e suas influências nas produtividades das próximas safras.

A tal ensaio foi dado o nome de ” Efeito dos produtos bioestimulante no desenvolvimento vegetativo e produtivo do cafeeiro, conduzido pelo engenheiro agrônomo Alysson Vilela Fagundes, e publicado na página 159 dos anais do 42º Congresso Brasileiro de Pesquisas Cafeeiras ” 2016. O objetivo principal é fornecer subsídio aos consultores, agrônomos, técnicos e a quem esteja envolvido no processo de condução desta prática adotada, visto que alguns dos produtos testados são de introdução recente no mercado.

Dentre os produtos ensaiados está o Terra-SorbComplex, “5 ” Biostimulante C“, um produto importado pela Agro Comercial Wiser Ltda., produzido na Espanha pela Bioiberica, uma empresa farmacêutica que transfere essa tecnologia originária à produção de produtos, para utilização na agricultura.

O Terra-SorbComplex contém em sua formulação 20% de aminoácidos livres; N 5,5%; Mg 0,5%; B 1,5%; Fe 1,0%; Mn 0,1% e zinco 0,1%. As aplicações dos bioestimulantes foram realizadas nos meses de janeiro e março de 2015, no primeiro ciclo, (ciclo de crescimento vegetativo) e nos meses de setembro e novembro de 2015 e fevereiro de 2016, no segundo ciclo (ciclo produtivo).

Os resultados da primeira fase, de crescimento vegetativo, mostraram diferenças significativas entre os tratamentos, como pode ser visto na tabela 1.

Verificou-se um incremento no número de internódios nos tratamentos: 2 – Padrão de mercado, 4 ” Bioestimulante B e 5 – Bioestimulante C ” “Terra-SorbComplex“, em relação à testemunha, com um crescimento negativo para o tratamento 3 Bioestimulante A. No tocante ao comprimento de ramos, somente o tratamento 4 ” Bioestimulante B, diferiu-se em relação aos demais, sendo superior estatisticamente.

Crédito Ana Maria Diniz
Crédito Ana Maria Diniz

Tabela 1: Comprimento dos ramos e número de nós. Boa Esperança (MG), junho de 2015

Tratamento Número de nós/ramo (junho 2015) Comprimento do ramo (cm)
1 – Testemunha 12,85 b 57,75 b
2 – Padrão de Mercado 13,70 a 56,65 b
3 – Bioestimulante A 11,90 b 58,45 b
4 – Bioestimulante B 13,15 a 65,00 a
5 – Bioestimulante C -“Terra-SorbComplex 1,0 L/ha.“ 13,25 a 56,00 b
C.V. 7,63 11,89

Na segunda fase, (ciclo produtivo) – Tabela 2, para o vigor vegetativo não houve diferença estatística entre os tratamentos. Quanto à produtividade, houve diferença entre os tratamentos que receberam bioestimulantes e a testemunha não tratada.

Tabela 2:Vigor e produtividade ” Safra 2015/16 ” Ensaio Bioestimulantes ” Boa Esperança (MG)

  Tratamento Vigor (nota 1 a 10) Produtividade (sacas/ha)
1 – Testemunha 9,4 68,6 b
2 – Padrão de Mercado 9,1 72,0 a
3 – Bioestimulante A 9,9 75,4 a
4 – Bioestimulante B 8,9 75,4 a
5 – Bioestimulante C – “Terra-SorbComplex 1,0 L/ha.“ 9,2 78,9 a
Média   9,3 74,1
C.V.%   12,4 25,5

Conclui-se que:

ð Os bioestimulantes aumentaram a produtividade do cafeeiro;

ð Existe uma tendência dos bioestimulantes testados serem superiores ao padrão de mercado;

ð Houve um incremento produtivo mais pronunciado do Tratamento 5 – Bioestimulante C “Terra-SorbComplex“, com uma tendência de maior produtividade em relação ao bioestimulante padrão de mercado, como também em relação aos bioestimulantes A e B, tratamentos 3 e 4, respectivamente.

Essa matéria você encontra na edição de dezembro 2016 da revista Campo & Negócios Grãos. Adquira já a sua.

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