Pó de rocha – Mais eficiência na nutrição

Crédito Jean Carlo

Publicado em 5 de dezembro de 2018 às 11h18

Última atualização em 5 de dezembro de 2018 às 11h18

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Leandro José Grava de Godoy

Doutor e professor de Fertilidade do Solo, Nutrição e Adubação de Plantas – Unesp – Registro

legodoy@registro.unesp.br

Crédito Jean Carlo

O pó de rocha nada mais é que uma rocha moída (na granulometria adequada) que possua nutrientes e sem elementos tóxicos em concentrações proibitivas.O pó de rocha funciona como um fertilizante de liberação lenta, que depende principalmente da ação de ácidos liberados pelas plantas ou por microrganismos para mineralizar os nutrientes contidos no pó, tornando-os disponíveis para as plantas.

Trabalho realizado na UFSCar demonstrou que o fungo Aspergillus niger, linhagem CCT4355, foi capaz de produzir ácidos orgânicos que solubilizaram nutrientes presentes no pó de rocha (fonolito), aumentando a quantidade de K solúvel. Assim, microrganismos que conseguem produzir, em seu metabolismo, ácidos (p.ex. ácido oxálico ou cítrico) podem acelerar a solubilização de nutrientes contidos nos pós de rocha e aumentar a disponibilidade de nutrientes para as plantas.

 

Culturas beneficiadas

 

Devido à liberação dos nutrientes de forma mais lenta, o uso do pó de rocha é mais indicado para culturas de ciclo mais longo, como perenes e semi-perenes. Pesquisa realizada pela em Piraju (SP), pela Faculdade de Ciências Agronômicas ” Unesp ” de Botucatu, concluíram que o uso do pó da rocha elevou a produtividade de café em coco, com incrementos semelhantes aos proporcionados pelo fertilizante mineral cloreto de potássio.

Em culturas anuais, a aplicação de pó de rocha também pode ser realizada, mas os efeitos serão observados em longo prazo.

 

Nutrição

 

A aplicação de pó de rocha pode fornecer vários nutrientes, entretanto, não fornece um dos principais, mais extraídos pelas plantas, o nitrogênio. Cada rocha possui uma composição química, em que alguns nutrientes estão presentes, mas muitas vezes a relação da concentração destes nutrientes presentes na rocha não é mesma relação que a cultura precisa.

Além disso, a velocidade de disponibilização dos nutrientes dos pós de rocha para as plantas é algo muito variável, que dependerá da ação de microrganismos e das plantas, que por sua vez dependem das condições de temperatura, disponibilidade de água, aeração, matéria orgânica do solo, pH, entre outros fatores.

As pesquisas demonstram que os principais nutrientes que são disponibilizados pela aplicação de pós de rocha são: potássio, cálcio, magnésio, fósforo e micronutrientes catiônicos (como ferro, cobre, manganês e zinco), além do silício, que é um elemento útil.

 

Manejo

 

Para maior eficiência do uso do pó de rocha, este deve ser aplicado espalhado diretamente no solo, antes da correção de acidez. Esse deve ser reaplicado em cada safra.

Lembrando que o enxofre elementar no solo sofrerá oxidação, promovida pela ação de microrganismos. Como resultado desta oxidação do enxofre elementar ocorre a formação do íon sulfato, uma fonte de S disponível para a planta absorver, e prótons (H+) que são responsáveis por acidificar o solo e podem contribuir na solubilização dos pós de rocha.

 

Essa matéria você encontra na edição de dezembro de 2018 da Revista Campo & Negócios Grãos. Adquira o seu exemplar.

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