Plano Safra 2022/23 precisa redefinir os recursos do crédito rural

Com atual patamar dos juros e spreads bancários, produtores terão dificuldades para contratar financiamentos no mercado financeiro.

Publicado em 16 de maio de 2022 às 13h21

Última atualização em 16 de maio de 2022 às 13h21

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Crédito Shutterstock

“A escalada da Selic nos últimos meses e o novo aumento esperado pelo mercado no anúncio a ser feito pelo Copom – Comitê de Política Monetária do Banco Central, nesta quarta-feira (04/05), acarretarão consequências perversas para o agronegócio”. O alerta é do presidente da Federação da Agricultura e Pecuária do Estado de São Paulo (Faesp), Fábio Meirelles.
 

O dirigente manifesta preocupação mais acentuada quanto à necessidade de se adequarem os recursos direcionados à subvenção para o crédito ao setor no Plano Safra 2022/2023, que começa a vigorar em 1º de julho. Não houve um redimensionamento das verbas de modo congruente com o grande aumento da Selic desde o início de 2021, bem como do custo de produção que eleva a demanda dos produtores por recursos.
 

“Com a taxa já em 11,75% ao ano, com tendência de chegar a 12,75% esta semana, os produtores precisarão, mais do que nunca, de linhas especiais de financiamento para manter o patamar da produção. Os produtores não conseguirão bancar os juros livres de mercado, em especial porque os spreads bancários estão muito elevados, inclusive por conta dos riscos da conjuntura atual”, pondera Meirelles, defendendo: “É necessário ampliar o máximo possível o alcance do setor rural aos recursos oficiais do Plano Safra”.
 

Outra prioridade, segundo o presidente da Faesp, é a renegociação de prazos de reembolso do crédito nas regiões onde a produção agropecuária sofreu o impacto da seca e outras adversidades climáticas. Há, ainda, o risco de oferta e pressão sobre os preços de adubos minerais, devido à invasão da Rússia à Ucrânia, dois importantes fornecedores do insumo que tem elevada participação no custo de produção. “Todas essas questões demonstram não haver como os produtores arcarem com juros elevados neste momento”, enfatiza.
 Ademais, salienta Meirelles, “depois de um certo patamar, os juros retroalimentam a inflação. O agronegócio é um exemplo: com juros elevados, a oferta pode diminuir e os preços dos produtos aumentarem, sendo que muitos desses produtos são alimentos que compõe os índices de inflação. Juro alto é um verdadeiro imposto, principalmente para quem tem menor renda”, conclui.

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