Pesquisa desenvolve araucária com menor porte e produção precoce de pinhão

Créditos Embrapa Florestas

Publicado em 11 de agosto de 2015 às 07h00

Última atualização em 11 de agosto de 2015 às 07h00

Acompanhe tudo sobre Araucária, Colheita, Enxertia e muito mais!

 

Créditos Embrapa Florestas
Créditos Embrapa Florestas

Normalmente, a araucária começa a produzir pinhões quando alcança de 12 a 15 anos de idade e pelo menos oito metros de altura. Com a metodologia desenvolvida pela Embrapa Florestas (PR), as árvores começam a produzir a partir do período entre seis e oito anos e o porte das árvores fica entre dois e seis metros de altura, o que facilita a coleta das sementes.

Com a adoção dessas mudas, os produtores poderão investir na formação de pomares de pinhão como uma fonte de renda na propriedade rural. O pinhão é a semente da araucária, também conhecida como pinheiro-do-paraná, bastante apreciado na alimentação humana. É encontrado dentro da pinha nos galhos das árvores fêmeas.

Mercado

Embora seja um mercado muito informal, dados de volumes comercializados nas unidades da Ceasa-PR indicam que em 2014 foram vendidas 800 toneladas de pinhão, de várias procedências, totalizando um valor de quase R$ 4 milhões. Se considerarmos o volume informal, estes valores podem ser até quintuplicados.

“O mercado tem bastante potencial”, explica o pesquisador Ivar Wendling, da Embrapa Florestas. “Se possibilitarmos a produção precoce e a facilidade na coleta, pode se tornar uma fonte de renda importante para os produtores rurais”, completa.

Como é possível?

O protocolo desenvolvido pela Embrapa Florestas para produção de mudas utiliza a técnica de enxertia a partir de brotos da copa da árvore. “Estes brotos que serão enxertados têm a ‘idade ontogenética’ da árvore de onde foram coletados, então vão se comportar como árvores adultas”, explica Wendling.

Com isso, as novas plantas começam a produzir o pinhão em muito menos tempo, além de reduzir o porte das árvores. A técnica também auxilia a produzir pinhão com as características mais desejadas pelo mercado consumidor, pois é possível identificar e selecionar árvores-matrizes de acordo com o que se deseja.

Pesquisa realizada em 2010 com consumidores de pinhão em Curitiba mostra que o hábito de consumo da semente é bastante frequente entre as famílias curitibanas. “A quantidade média de compra é de dois a quatro quilos por semana”, revela a pesquisadora Rossana Catiê Godoy, responsável pela pesquisa. “Na hora da compra, o consumidor baseia-se muito na aparência, como cor, tamanho, brilho, diâmetro, frescor e ausência de sujeira”, pondera.

Essas características então podem ser identificadas em árvores-matrizes e ajudar no processo de seleção das árvores que terão seus brotos colhidos para a enxertia. Segundo Wendling, itens como composição nutricional diferenciada, época de produção, entre outros, também poderão servir como base para a seleção.

Pinhão precoce

Outra questão é que algumas árvores produzem os chamados pinhões precoces, que ficam prontos para colheita em fevereiro e março. Da mesma forma, outras árvores produzem pinhões tardios, que podem ser coletados geralmente até setembro. “Com esta técnica, também podemos, no futuro, desenvolver pomares com plantas que produzam pinhão praticamente o ano inteiro”, avalia Wendling.

Outra vantagem desse processo é a possibilidade de saber com antecedência qual o sexo da planta que está sendo gerada, o que na produção de mudas via semente só é possível quando as plantas iniciam o florescimento, com cerca de dez anos. “Para programas de resgate e conservação da araucária isso é fantástico, pois, por se tratar de uma espécie dioica, que tem sexos diferentes, é preciso plantas dos dois sexos para proporcionar sua reprodução”, finaliza o pesquisador.

Essa matéria você encontra na edição de junho/julho da revista Campo & Negócios Floresta. Adquira a sua!

 

Participe do Nosso Canal no WhatsApp

Receba as principais atualizações e novidades do agronegócio brasileiro.

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Pesquisar

Últimas publicações

1

Khrin na Hortitec 2025: inovação e sustentabilidade para viveiros com sistema Biopot

2

LS Tractor na Hortitec 2025: tratores versáteis otimizam manejo dos hortifruticultores

3

Exportações de café em maio alcançam 2,963 milhões de sacas, queda de 33% ante mai/24

4

Fazenda Botânica: consórcio entre café e soja alia rentabilidade e sustentabilidade

5

Projeto ‘Café Soja’: como café e soja se uniram após as geadas de 2021

Assine a Revista Campo & Negócios

Tenha acesso a conteúdos exclusivos e de alta qualidade sobre o agronegócio.

Publicações relacionadas

Imagem ilustrando diferentes tipos de eucalipto em plantação florestal

Tipos de eucalipto: conheça as principais espécies e suas aplicações

Principais tipos de melão cultivados no Brasil

Tipos de melão: conheça as variedades mais cultivadas no Brasil

Mudas florestais com raízes vigorosas cultivadas em substrato Jiffy

Jiffy: substrato de turfa de alta performance para cultivos florestais

PG 12 (Telefone)

Planejamento na entressafra e sustentabilidade na produção de grãos