Os efeitos secundários na síntese de aminoácidos

Os efeitos secundários na síntese de aminoácidos
Os efeitos secundários na síntese de aminoácidos

Publicado em 17 de setembro de 2019 às 08h22

Última atualização em 17 de setembro de 2019 às 08h22

Acompanhe tudo sobre Água, Aminoácido, Glifosato, Herbicida, Injuria, Nitrogênio, Nutrição, Raízes e muito mais!

Autor

Marcos Henrique Gonçalves
Engenheiro agrônomo e supervisor de Desenvolvimento Técnico de Mercado da Fast Agro Fisiologia e Nutrição

Crédito: Shutterstock

O controle químico de plantas invasoras são um dos aspectos de extrema importância para alcançar parâmetros de altas produtividades na produção de grãos, fibras e cereais, pois elas competem diretamente por água, luz e nutrientes.

Saber como os herbicidas funcionam e agem ajuda a definir a sua forma correta de uso e, principalmente, entender os sintomas de injúrias que podem causar às culturas, como no uso de algumas moléculas que agem diretamente na inibição da síntese de importantes aminoácidos para o desenvolvimento da cultura.

Os herbicidas geralmente inibem a atividade de uma enzima/proteína na célula e, como consequência, desencadeiam uma série de eventos que matam, ou inibem o desenvolvimento da célula e do organismo. Dessa forma, devemos nos atentar ao mecanismo de ação de algumas moléculas que são responsáveis por inibir a síntese de importantes aminoácidos, como no caso do glifosato, hoje herbicida muito usado nas culturas da soja, milho e algodão.

São pertencentes ao grupo dos herbicidas inibidores da enzima enol – piruvil – shiquimato – fosfato – sintase – EPSPs – responsável por uma das etapas da síntese dos aminoácidos aromáticos como o triptofano, fenilalanina e tirosina.

Durante seu processo metabólico ocorre um bloqueio na rota do ácido chiquímico, inibindo a síntese dos aminoácidos aromáticos que estão diretamente ligados ao desenvolvimento de raízes e compostos de defesa das plantas como a lignina, tanino e fitoalexinas.

Inibidores

Além dos inibidores de EPSPs, também temos os inibidores de ALS – acetolactato sintase e GS – glutamina sintase, são moléculas muito usadas em lavouras comerciais e que atuam diretamente na síntese de alguns aminoácidos, interrompendo importantes processos fisiológicos das plantas.

Dentre o grupo dos inibidores de ALS muito usado em lavouras comerciais, temos o trifloxysulfurom-sodium (Envoke) e pyrithiobac-sodium (Staple), que agem bloqueando a síntese de alguns aminoácidos tais como valina, leucina e isoleucina. A inibição da ALS resulta em suprimentos inadequados da cadeia de aminoácidos, o que leva à parada de crescimento de parte aérea, ao nanismo, ao amarelecimento, as raízes ficam reduzidas em número e crescimento (Ross; Childs 1996).

No caso dos inibidores de GS temos o glufusinato-sal de amônia (Finale e Liberty), que age inibindo a síntese da glutamina sintase, responsável pela reação da amônia formada na célula com o ácido glutâmico para a formação de glutamina. O ácido glutâmico apresenta importantes funções como precursor de clorofila, ajuda no metabolismo do nitrogênio e é precursor de todos os outros aminoácidos essenciais.

Sendo assim, sabemos que o uso de herbicidas pode causar efeitos secundários fisiológicos em importantes processos metabólicos e a constatação desses efeitos requer a adoção de estratégias de manejo que minimizem esses impactos negativos.

Uma das formas de se minimizar os impactos negativos é através da aplicação de aminoácidos isolados ou em aplicação conjunta a outros produtos. Porém, devemos nos atentar aos tipos de aminoácidos presentes no mercado que se pretende aplicar.

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