O barter: porteira adentro

Segundo o produtor João Lincoln Reis Veiga, a época ideal para utilizar o barter é quando a relação está favorável, mas acima de tudo, é importante fechar com empresas idôneas

Publicado em 13 de setembro de 2023 às 08h00

Última atualização em 13 de setembro de 2023 às 08h00

Acompanhe tudo sobre Barter, porteira e muito mais!

Na pitoresca Fazenda Congonhal, localizada em Nepomuceno, no interior de Minas Gerais, o agricultor João Lincoln Reis Veiga, que neste ano venceu o Concurso de Máxima Produtividade do CESB, está revolucionando a maneira de conduzir seus negócios no setor agrícola.

Com uma diversidade de cultivos que inclui café, abacate, soja, milho, feijão, trigo e aveia, ele tem enfrentado as flutuações do mercado de commodities de maneira inovadora: aderiu ao modelo de troca (barter).

À esquerda, o produtor João Lincoln e seu agrônomo
Crédito: Arquivo pessoal

Estratégia sólida desde 2015

João Lincoln começou a utilizar o barter em 2015, quando a cooperativa à qual ele era filiado começou a promover esse modelo de transação. Trata-se de uma prática de troca de mercadorias ou serviços, sem necessidade de dinheiro, que se revelou uma solução atraente para o produtor, que reconheceu as oportunidades que isso poderia oferecer em relação à gestão de riscos.

“A época ideal para utilizar o barter é quando a relação está favorável”, afirma João Lincoln, ressaltando a importância de escolher o momento certo para a troca, permitindo-lhe adquirir os insumos necessários no momento exato, mesmo sem possuir os produtos agrícolas no momento da compra dos insumos. “Quando pagamos com produto, escapamos da oscilação de mercado”, acrescenta ele.

Parceria com empresas idôneas

No entanto, João Lincoln destaca a importância de experiências conduzidas com empresas confiáveis e idôneas. Ele menciona especificamente a Terra Nova, que posteriormente foi adquirida pela Nutrien, como uma das empresas com as quais realizou operações de barter.

“A escolha de parceiros é uma medida essencial para garantir a segurança e a eficácia desse modelo de negociação”, reafirma.

Seleção estratégica de produtos

Quando questionado sobre como decidir quais produtos utilizar como moeda de troca, João Lincoln explica que se baseia nas recomendações de consultores agrícolas e nas condições de mercado.

Ele prioriza produtos como milho, soja e café, de acordo com a valorização no momento da troca. Além disso, ele busca negociar para garantir que o momento seja propício tanto para seus produtos quanto para a aquisição dos insumos desejados.

Enfrentando as oscilações de preços

Como produtor de café, soja e milho, João Lincoln enfrenta as inevitáveis ​​oscilações de preços dessas commodities. No entanto, sua abordagem de usar os produtos mais valorizados, como soja e café, no momento da troca, permite-lhe mitigar os riscos associados a essas flutuações. “Tenho comprado fertilizantes e defensivos, quase tudo por meio do barter. Máquinas ainda não, mas se a oportunidade for boa, podemos utilizá-las também”, revela.

Essa estratégia inteligente de escolha da moeda de troca é uma demonstração de sua habilidade em adaptar-se às condições do mercado.

O caso de João Lincoln Reis Veiga na Fazenda Congonhal serve como exemplo inspirador de como os agricultores podem adotar práticas inovadoras para gerenciar riscos e aproveitar as oportunidades de mercado.

Sua abordagem estratégica de utilização da troca como meio de aquisição de insumos destaca a importância de se adaptar às mudanças do setor agrícola. Com a combinação de escolhas sábias e parcerias confiáveis, João Lincoln está no caminho certo para alcançar o sucesso contínuo em sua empreitada agrícola.

Participe do Nosso Canal no WhatsApp

Receba as principais atualizações e novidades do agronegócio brasileiro.

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Pesquisar

Últimas publicações

1

Goiás confirma primeiro caso de gripe aviária em aves de subsistência

2

ForestFire 2025 reúne especialistas de 10 países em Cuiabá para debater incêndios florestais

3

Green Has na Hortitec 2025: inovação no centro das conexões do agro

4

AzulPack na Hortitec 2025: tecnologia de ponta com DNA brasileiro

5

FMC lança fungicida Onsuva na Hortitec 2025

Assine a Revista Campo & Negócios

Tenha acesso a conteúdos exclusivos e de alta qualidade sobre o agronegócio.

Publicações relacionadas

Aves de subsistência em área rural de Goiás com sinalização de vigilância sanitária

Goiás confirma primeiro caso de gripe aviária em aves de subsistência

ForestFire 2025

ForestFire 2025 reúne especialistas de 10 países em Cuiabá para debater incêndios florestais

estande da green has na hortitec 2025

Green Has na Hortitec 2025: inovação no centro das conexões do agro

trator apresentado pela yanmar na hortitec 2025

Yanmar na Hortitec 2025: Soluções compactas e versáteis com os tratores Solis 26 e YM347