Manejo de plantas daninhas no café

Crédito Pixabay

Publicado em 18 de janeiro de 2017 às 07h31

Última atualização em 18 de janeiro de 2017 às 07h31

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Giovani BeluttiVoltolini

giovanibelutti77@hotmail.com

Isadora Bastos Santos

isadorabs9200@gmail.com

Ricardo Nascimento Lutfala Paulino

ricardo.lutfalap@gmail.com

Graduandos em Agronomia pela Universidade Federal de Lavras (UFLA), integrantes do Grupo de Estudos em Herbicidas, Plantas Daninhas e Alelopatia (GHPD) e do Núcleo de Estudos em Cafeicultura (NECAF)

 

Crédito Ana Maria Diniz
Crédito Ana Maria Diniz

Nos sistemas agrícolas, dificilmente as plantas se encontram isoladas. Há sempre algum tipo de coexistência, seja ela benéfica, prejudicial ou neutra. O conceito de plantas daninhas refere-se àquelas plantas invasoras da cultura principal e que exercem efeito negativo sobre a mesma.

Na cultura do café, alguns efeitos positivos podem ser observados, como cobertura do solo entre as linhas de plantio, protegendo-o contra erosões e acúmulo de matéria orgânica, desde que realizado o manejo adequado do mato por roçadas e capinas.

Entretanto, deve-se ter atenção especial quanto aos efeitos negativos à cultura. A planta do café conta com raízes superficiais para absorção dos nutrientes, o que a torna ainda mais sensível à competição com as plantas daninhas, que também competem por luz e água, podendo assim reduzir a quantidade destes elementos essenciais ao desenvolvimento da planta.

Interferência das daninhas

O período de maior interferência destas plantas varia entre as culturas – no café vai de outubro a abril, fase que compreende do florescimento à frutificação. Alguns fatores podem determinar a severidade das perdas do cafeeiro, como: quantidade de plantas por área, estabelecimento da cultura, período de convivência e condições ambientais.

Em lavouras recém-implantadas, por exemplo, a competição por nutrientes entre a muda de café e a planta daninha é grande. Altas infestações podem retardar o estande inicial dessas plantas e, consequentemente, prejudicar sua produtividade futura. Já em lavouras adultas as perdas causadas pelo não controle destas plantas chegam a 60%.

Daninhas mais prejudiciais

Alguns fatores interferem no aparecimento das plantas daninhas, como clima, tipo de solo, espaçamento, etc. Em áreas com solos mais corridos e em regiões mais frias há maior aparecimento de plantas daninhas de folhas largas. Em lavouras adensadas, passados os anos iniciais de cultivo, a quantidade de plantas daninhas se torna reduzida.

Dentre as daninhas mais encontradas no cafeeiro estão a buva (Conyzabonariensis), capim-amargoso (Digitaria insularis), corda de viola (Ipomoeasp.), tiririca (Cyperusrotundus), picão preto (Bidens pilosa), caruru (Amaranthusdeffexus), capim braquiária (Brachiariadecumbens), capim colchão (Digitaria sanguinalis), trapoeraba (Commelinabenghalensis), rubim (Leonurussibiricus), joá-de-capote (Nicandraphysaloides), guanxuma (Sida rhombifolia), erva botão (Richardia brasiliensis), capim carrapicho (Acanthospermumhispidim) e capim pé-de-galinha (Eleusina indica).

As plantas daninhas competem por luz e água com o cafeeiro - Crédito  Luize Hess
As plantas daninhas competem por luz e água com o cafeeiro – Crédito Luize Hess

Alternativas de manejo

Visto a importância das plantas daninhas no cafeeiro, há, hoje, diversos métodos para a realização do controle, porém, os mais utilizados pelos cafeicultores atualmente são: preventivo, químico, físico e integrado.

Sabendo disso, o método preventivo consiste em retardar e reduzir a emergência e a disseminação das plantas daninhas na área, ou seja, é o método que antecede a germinação das plantas daninhas e não o controle de plantas que ali já existam.

Já o método químico consiste na utilização de produtos químicos (herbicidas) para controlar as plantas daninhas. Dessa forma, para obter sucesso neste método é necessário ter o conhecimento das espécies de plantas que serão controladas, tipo de solo, clima (vento, temperatura, umidade) e a partir disso escolher o produto ideal, de pré ou pós-emergência, para a aplicação. Entretanto, sabe-se que este método é o mais utilizado pelos cafeicultores pela viabilidade econômica, quando comparado aos demais.

O mato bem manejado proporcionaacúmulo de matéria orgânica - Crédito Ana Maria Diniz
O mato bem manejado proporcionaacúmulo de matéria orgânica – Crédito Ana Maria Diniz

Controle físico

O método de controle físico compreende a intervenção sobre as infestantes pela execução de ações de cunho instrumental, classificadas pela caracterização da forma de acionamento do recurso a ser empregado, podendo ser manual ou mecânico. Dentre os métodos físicos manuais, os mais empregados na cafeicultura são a capina e a roçada.

Acredita-se que, hoje, o método mais correto e sustentável a ser utilizado é o integrado, que consiste na utilização de dois ou mais métodos para o controle das plantas daninhas. Esse sistema permite utilizar as vantagens de cada método, conforme as condições locais, atributos de cada medida ou método e a disponibilidade de recursos específicos.

 

A aplicação de calcário e gesso elimina algumas espécies de plantas infestantes - Crédito Ana Maria Diniz
A aplicação de calcário e gesso elimina algumas espécies de plantas infestantes – Crédito Ana Maria Diniz

Essa matéria completa você encontra na edição de janeiro 2017 da revista Campo & Negócios Grãos. Adquira já a sua para leitura integral.

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