Lagarta-elasmo perfura a planta e traz prejuízos

Prejuízos da lagarta-elasmo - Crédito Fernando Adegas

Publicado em 9 de fevereiro de 2015 às 07h00

Última atualização em 15 de maio de 2025 às 16h14

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João Rafael De Conte Carvalho de Alencar

MSc. e professor do Instituto Taquaritinguense de Ensino Superior (ITES – SP), doutorando em Agronomia

José Fernando Jurca Grigolli

MSc. e pesquisador da Fundação MS, doutorando em Agronomia

Anderson Gonçalves da Silva

Doutor e professor do Núcleo de Estudos em Manejo Integrado de Pragas em Cultivos Amazônicos – NEEMIP, Universidade Federal Rural da Amazônia (UFRA), Câmpus de Paragominas ” PA

agroanderson.silva@yahoo.com.br

 

Prejuízos da lagarta-elasmo - Crédito Fernando Adegas
Prejuízos da lagarta-elasmo – Crédito Fernando Adegas

A lagarta-elasmo, ou broca-do-colmo, Elasmopalpus lignosellus (Zeller, 1848) (Lepidoptera: Pyralidae), é uma mariposa cujo desenvolvimento das larvas acontece no interior do colmo das plantas. A fase de pupa é realizada no solo, sob condições de solo seco e temperatura elevada. O ciclo biológico completa-se em 25 dias. Em condições opostas a essas, o ciclo eleva-se para mais de 60 dias. A transformação em crisálidas pode ocorrer no solo ou junto à planta.

Ataques

Essa praga ataca diversas culturas. Na região Centro-Oeste, seu ataque é comum em soja, milho e algodão. Já no sul e sudeste é mais comum em amendoim, ervilha, cana-de-açúcar, feijão, soja, milho sorgo e arroz, portanto, é considerada uma praga altamente polífaga, atacando diversas culturas, principalmente em solos de granulometria mais arenosa, ou seja, bem drenados.

Prejuízos

A lagarta-elasmo danifica a cultura ao se alimentar da região do colo da planta, impedindo o perfeito fluxo de água e nutrientes para a parte aérea e enfraquecendo as plantas, causando tombamento delas.

Este tipo de dano ocorre quando a cultura ainda é jovem, denominando-se de redução do estande inicial, causando falhas nas lavouras, ocasionando, assim, a redução da produtividade.

É fundamental a correta identificação da praga. É muito comum os produtores observarem plântulas cortadas no nível do solo e, sem a identificação correta da lagarta, diagnosticar como lagarta-elasmo. Esse erro é muito comum.

Mas é bom saber que a lagarta-elasmo dificilmente corta as plantas – ela geralmente se alimenta e causa tombamento da mesma, sem a completa secção da haste principal. No caso do corte de plantas, é geralmente associado à lagarta-rosca Agrotis ípsilon (Lepidoptera: Noctuidae), outra espécie de praga.

Os prejuízos causados por essa praga podem ser da ordem de 30% caso o ataque seja severo e haja dificuldade de seu controle. Entretanto, os danos mais comumente observados são da ordem de até 10%.

Condições para a incidência da praga

As condições ideais para o ataque da lagarta-elasmo são condição de seca e em solos de textura média a arenosa. Sua ocorrência é maior quando há períodos de veranico ou de seca intensiva. Caso essa combinação de fatores ocorra no início do desenvolvimento das plantas, os danos causados pela praga podem ser superiores, em função de ser a fase da cultura mais sensível ao ataque da praga – daí o termo redução de estande, pois a cultura é mais suscetível ao ataque, trazendo perdas significativas à produção.

Na região Centro-Oeste, seu ataque é comum em soja, milho e algodão - Crédito Ana Maria Diniz
Na região Centro-Oeste, seu ataque é comum em soja, milho e algodão – Crédito Ana Maria Diniz

Controle

A melhor forma de controle de uma praga sempre é o monitoramento, aliado ao histórico da área. Assim que o produtor verificar o ataque desta lagarta, deve ser realizado o seu controle.

O mais indicado para o controle desta praga, quando em grande número, são produtos de contato e ingestão, como o clorpirifós, que tem maior capacidade de penetração na palha que está no solo e atinge com maior facilidade as lagartas, resultando em melhor eficiência de controle. Além disso, o plantio direto tem mostrado bons resultados na diminuição da incidência de lagarta-elasmo, pois retém mais umidade no solo, o que a lagarta não suporta.

Tratamento de sementes

O tratamento de sementes tem sido muito empregado para locais com histórico de ataque, sempre destacando os produtos sistêmicos. Esta é uma estratégia viável, mas apenas quando a infestação ainda é baixa.

Caso haja um nível populacional elevado na área, essa ferramenta isolada não será eficiente, porque a praga precisa se alimentar para ingerir o produto e ser morta pelo ingrediente ativo, ou seja, para que ocorra o controle tem que haver algum dano, o que pode variar, dependendo do produto e do tamanho da lagarta.

Quando há muitas lagartas haverá muitas plantas sendo atacadas, e mesmo que o controle seja realizado, haverá perdas de muitas plantas, o que pode comprometer o estande e causar falhas no plantio. Alguns produtos amplamente utilizados no tratamento de sementes visando o controle da lagarta elasmo são o fipronil e o tiametoxam.

 

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