Kale – Nova opção ‘detox’ atrai consumidores

Publicado em 16 de outubro de 2015 às 10h23

Última atualização em 15 de maio de 2025 às 16h54

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A kale, também conhecida como couve crespa, é uma hortaliça muito nutritiva e com baixa caloria, muito utilizada na produção de saladas, sopas e sucos. Amplamente consumida em outros países, principalmente nos Estados Unidos, na produção do famoso suco “detox“ e também em forma de chips, a novidade tem atraído adeptos no Brasil

Foto 01Kale é uma couve crespa, pertencente à família Brassicaceae, mesma família da couve comum ou de folhas, do brócolis e da couve-flor. Tem como nome científico Brassica oleracea L. var. acephala, fazendo parte do grupo das couves denominadas “sem cabeça“.

A kale pode ser utilizada em vários tipos de preparações em sopas, sucos, como chips ou simplesmente crua, em saladas. Há vários estudos e posts de suas propriedades nutricionais, sendo considerada uma hortaliça riquíssima em vitaminas K, A e C, vitaminas e minerais.

 Foto 01 A

Mercados

A kale é muito conhecida na Europa e América do Norte, sendo um alimento usado em muitos pratos tradicionais. No entanto, verifica Adriana Souza Nascimento, engenheira agrônoma, extensionista rural da EMATER/DF, não é uma planta tão conhecida no Brasil. “Esta é uma hortaliça que surge como alternativa para quem procura aproveitar ao máximo os benefícios dos alimentos, de poucas calorias, que atende o mercado dos vegetarianos, veganos e para quem busca uma alimentação saudável“.

A hortaliça surge como alternativa para alimentação saudável - Crédito Ana Maria Diniz
A hortaliça surge como alternativa para alimentação saudável – Crédito Ana Maria Diniz

Oferta e demanda

Já há uma demanda considerável de kale pelo mercado de produtos especializados em alimentos orgânicos, naturais e alternativos, como feiras, bazares e restaurantes vegetarianos ou da mesma linha.

Porém, de acordo com Adriana, o cultivo de kale é extremamente restrito a alguns agricultores familiares, no Sul e Sudeste, e curiosos que conhecem a cultura e reconhecem seu valor nutricional e sabor. A tendência, com a moda ‘detox’, que busca uma alimentação mais saudável, é que o cultivo dessa folhosa cresça no Brasil.

Manejo

As plantas de kale são bienais, atingem de 0,3 a0,5 m de altura, com caule ereto e cilíndrico, apresentam as folhas compridas, enrugadas e suculentas. As plantas crescem em diferentes climas, mas se desenvolvem melhor em temperaturas amenas. Em cultivos europeus há relatos de que essas plantas suportam até temperaturas negativas e geadas.

Adriana Souza ensina que os solos devem ser corrigidos de acordo com a análise de solos, bem como a indicação de adubação de plantio. O kale aprecia solos levemente argilosos, férteis, bem drenados e pH de 5,8 até 7,0.

“A germinação das sementes se dá de sete a 10 dias, em temperaturas variadas de 10 a25°C, e seu maior desenvolvimento acontece em temperaturas amenas de 15 a18°C. A colheita geralmente ocorre aos 90 dias após o plantio. O espaçamento a ser utilizado é de 0,50 m entre plantas e 0,80 m entrelinhas“, recomenda.

O plantio pode ser realizado durante o ano inteiro, dependendo das temperaturas de cada local. O seu desenvolvimento se dá melhor em locais com alta luminosidade, com incidência direta dos raios solares.

A propagação da cultura é por sementes e a semeadura pode ser em sementeiras, com uso de substratos comerciais ou caseiros à base de casca de pinus ou terra peneirada. “Use uma ou duas sementes por célula a uma profundidade de cerca de 0,5 cm. Regue todos os dias. No desbaste, deixe uma planta após a germinação“, ensina Adriana.

 

A kale é da família da couve - Crédito Ana Maria Diniz
A kale é da família da couve – Crédito Ana Maria Diniz

Doenças e formas de controle

Kale é suscetível à maioria das doenças das brássicas, como a podridão negra causada por Xanthomonas campestris pv. campestris e pragas, como a traça das crucíferas (Plutella xylostella), porém, em menor intensidade.

Estudos mostram que o manejo integrado entre diferentes tipos de controle, principalmente utilizando controle biológico e cultural, tem sido a melhor alternativa.

Já há uma demanda considerável de kale pelo mercado de produtos especializados em alimentos orgânicos - Crédito Pixabay
Já há uma demanda considerável de kale pelo mercado de produtos especializados em alimentos orgânicos – Crédito Pixabay

Cuidados imprescindíveis

Como medida sanitária, a extensionista da Emater recomenda retirar folhas descoloridas, murchas ou com sinais de ataques de pragas e doenças e colher as folhas mais jovens a partir do meio da planta até o broto terminal (evitar a capação). “Deve-se manter algumas das folhas na parte inferior para estimular o crescimento na parte superior. É importante ressaltar que o cultivo de kale no frio acentua seu sabor único“, enfatiza.

Opções para plantio

As sementes disponíveis no mercado são de kale “normal“, Scotch com folhas verdes azuladas e Siberian, com folhas verdes claras, além das variedades crespas anãs, verde e roxa. Estão começando a chegar ao mercado, também, as primeiras sementes híbridas de kale. A recomendação de Adriana Souza é para que o produtor escolha as variedades de acordo com as condições climáticas e o mercado.

O alto valor agregado do kale tem atraído os produtores - Crédito Ana Maria Diniz
O alto valor agregado do kale tem atraído os produtores – Crédito Ana Maria Diniz
Crédito Ana Maria Diniz
Crédito Ana Maria Diniz

Foto 07

Essa é parte da matéria de capa da revista Campo & Negócios Hortifrúti, edição de outubro 2015. Clique aqui para adquirir o seu exemplar e fazer a leitura completa.

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