Extratos vegetais e o controle biológico

Crédito Luciana Zago

Publicado em 13 de janeiro de 2018 às 07h15

Última atualização em 13 de janeiro de 2018 às 07h15

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Joara Secchi Candian

Natália de Brito Lima Lanna

Bacharel em Agroecologia e doutorandas em Agronomia (Horticultura)

Antonio Ismael Inácio Cardoso

Professor da UNESP/FCA ” Departamento de Horticultura, Botucatu (SP)

ismaeldh@fca.unesp.br

 

 Crédito Luciana Zago
Crédito Luciana Zago

As plantas vêm sendo largamente utilizadas para o combate de todos os tipos de pragas e doenças, uma vez que produzem metabólitos secundários que atuam na defesa das plantas, atração ou repulsão de insetos e adaptação a diferentes ambientes.

A facilidade da elaboração de preparados faz com que a cada dia surjam novas receitas e aplicabilidade. Entretanto, algumas plantas que se destacaram passaram a ser comercializadas e mais comumente utilizadas, como é o caso do extrato de neem (muito utilizado para diversas pragas, tais como bicho-mineiro, mosca-branca, ácaros), manipueira (extrato de mandioca) (nematoides, ácaros, insetos), cravo-de-defunto (insetos e nematoides), extrato de alho e cavalinha (míldio, pulgão, lagarta, mosca-do-chifre e pulga), extrato de pimenta e extrato de primavera.

É importante ressaltar que a utilização do neem deve ser feita de maneira controlada, uma vez que seu espectro de atuação é muito grande, podendo também afetar a população de inimigos naturais.

Composição

Os principais compostos presentes nestes extratos, responsáveis pela eficiência no controle de pragas, são os compostos fenólicos, terpenos e compostos nitrogenados. Estas substâncias são antimicrobianas, inseticidas, repelentes ou anti-helmínticas, podendo estar em formas de óleos essenciais, resinas, alcaloides, flavonoides e taninos.

Além dos feromônios, também são utilizadas armadilhas com luz e com superfícies coloridas - Crédito Jorge Anderson
Além dos feromônios, também são utilizadas armadilhas com luz e com superfícies coloridas – Crédito Jorge Anderson

Preparados homeopáticos e biodinâmicos

Assim como na medicina humana, também no manejo de doenças e pragas em plantas existem estudos e práticas com preparados homeopáticos e biodinâmicos. Os preparados homeopáticos são obtidos pelo processo de dinamização, ou seja, diluição mais sucessão (“agitação forte“), sucessivas vezes de alguma matéria-prima.

Os preparados biodinâmicos podem ser pulverizados no solo e nas plantas, ou então inoculados nos compostos orgânicos ou outros adubos e substratos orgânicos.

Corte transversal do rizoma para avaliação dos danos causados pela broca-da-bananeira - Crédito Zilton Cordeiro
Corte transversal do rizoma para avaliação dos danos causados pela broca-da-bananeira – Crédito Zilton Cordeiro

Controle biológico

O controle biológico baseia-se na utilização de produtos formulados a partir de parasitas de insetos ou de microrganismos (fungos, bactérias, vírus, protozoários e nematoides), que lhes causam doenças, ou de parasitoides, que em geral depositam ovos diretamente nos insetos-praga, assim inviabilizando sua ação contra as plantas.

Um dos principais agentes biológicos utilizados e conhecidos no Brasil por sua eficiência é o Thichoderma, que tem a capacidade de colonizar o solo e proteger as mudas após o transplantio. Encontram-se no mercado várias formulações desse agente biológico, como em pó-molhável, grânulos dispersíveis, suspensão concentrada, óleo, grãos colonizados e esporos secos.

Os principais patógenos que o Thichoderma controla são, principalmente, fungos dos gêneros Fusarium, Pythium, Rhizoctonia, Macrophomina, Sclerotiniasclerotium, Botrytis e Crinipellis. Além disso, alguns produtos são recomendados para tratamentos de sementes.

Conheça cada um

ðBacillusthurigiensis (Bt) e Bacillussphaericus (Bs): estas duas bactérias de solo se destacam por possuírem toxinas (cristais de proteínas inativas que são produzidas quando esporulam) específicas aos insetos sensíveis. Tais bactérias colonizam o hospedeiro desenvolvendo hifas que irão perfurar e atingir a cavidade interna, causando incapacitação ou até mesmo a morte. Elas não poluem o ambiente, não causam prejuízos à saúde de mamíferos, além de não causarem toxidez à planta. Sua ação na agricultura é mais efetiva em insetos das ordens lepidóptera e coleópteros.

ðFungos entomopatogênicos (Beauveriabassiana, Metarhiziumanisopliae, Lecanicillium, Nomuraearileyi, Sporothrixinsectorum, Isariafumosorosea, Entomophthora virulenta): a utilização destes fungos vem aumentando a cada dia devido à grande leva de hospedeiros, à alta capacidade de disseminação entre as pragas, persistem mais tempo no ambiente devido aos mecanismos de sobrevivência, produção massal facilitada e capacidade de infecção de todos os estágios de desenvolvimento de alguns insetos. Sua atuação se dá, principalmente, pela produção de toxinas que quebram as barreiras de defesa do inseto hospedeiro.

A atuação destes fungos entomopatogênicos se dá sobre insetos de diferentes ordens, destacando-se os coleópteros, cochonilhas, cigarrinhas, moscas-brancas, pulgões, ácaros, percevejos, broca-do-rizoma e algumas lagartas. Vale lembrar que a maioria deles necessita de determinada porcentagem de umidade, que muitas vezes é alcançada com o microclima ao redor da folha ou do inseto. Entretanto, a temperatura pode ser um fator limitante para o desenvolvimento da doença no hospedeiro.

ðÁcaros predadores: a utilização de ácaros no manejo de pragas vem sendo estudada e utilizada por agricultores devido à praticidade de liberação dos insetos, ausência de carência da sua utilização e eficiência no controle de pragas. Algumas linhagens destes predadores são resistentes a agrotóxicos, maximizando sua eficiência quando utilizados no sistema convencional.

Essa matéria completa você encontra na edição de janeiro 2018  da revista Campo & Negócios Hortifrúti. Adquira já a sua para leitura integral.

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