Existe mesmo a ‘poupança de solo’?

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Publicado em 25 de outubro de 2017 às 19h31

Última atualização em 25 de outubro de 2017 às 19h31

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Em uma safra a gestão dos custos é considerada a principal preocupação para aumentar as margens de lucro. Saber quais são os itens fundamentais para não afetar a produtividade é a prioridade. Normalmente, um dos primeiros itens na lista de corte do sojicultor é a adubação, mas, se mal feita, pode acabar prejudicando o resultado final.

Para ajudar o agricultor a entender a importância da adubação e auxiliá-lo na tomada de decisão, o pesquisador da Embrapa Soja Adilson de Oliveira esclarece alguns pontos fundamentais.

O pesquisador da Embrapa explica que a adubação é fundamental para incrementar a produtividade de culturas como a soja, principalmente em solos tropicais, que é típico das principais regiões produtoras de alimentos no Brasil.

O fertilizante corrige e aumenta os nutrientes necessários para que a planta da soja possa absorver e ter bom desempenho com produtividade alta. “A relação entre o fertilizante e a produtividade é direta, pois as características naturais dos solos não dispõem da quantidade necessária de nutrientes para assegurar altos índices produtivos“, conta Adilson de Oliveira.

Quais são os nutrientes necessários no solo?

O produtor deve levar em consideração os níveis dos nutrientes essenciais que são comumente avaliados direta ou indiretamente na análise de solo: nitrogênio, fósforo, potássio, cálcio, enxofre, zinco, boro, cobre, magnésio, manganês, ferro, entre outros. “Os nutrientes que a soja mais absorve do solo são fósforo, potássio e enxofre, que são os que mais vão precisar de reposição. Há também o nitrogênio, mas ele pode ser introduzido por meio da inoculação“, esclarece o pesquisador.

O agricultor deve considerar também os parâmetros que interferem na disponibilidade e retenção dos nutrientes (pH, CTC, textura) e aqueles que afetam o desenvolvimento das plantas (exemplo: alumínio).

O ideal é que o produtor tenha uma boa assistência técnica. “Ele deve confiar a interpretação dessas informações a um engenheiro agrônomo, que vai identificar os níveis adequados de nutrientes e a necessidade de cada talhão“, pontua Adilson de Oliveira.

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Existe a ‘poupança de solo?

Os solos possuem capacidade variável de retenção de nutrientes, portanto, é possível sim ter uma “poupança ou reserva“ de nutrientes à medida que se constrói a fertilidade do solo. No entanto, o pesquisador da Embrapa Soja explica que o tamanho desta reserva depende de fatores do próprio solo (CTC, teor de argila) e do manejo adotado pelo produtor, como o plantio direto adequadamente realizado.

A avaliação da ‘poupança de solo’ depende de uma análise criteriosa dos índices apontados na análise de solo. Adilson de Oliveira lembra que com os devidos critérios técnicos é possível utilizar essa reserva de nutrientes sem comprometer a produtividade da soja. “Para construir a fertilidade do solo se leva muito tempo, não é de um dia para o outro, ou de uma safra pra outra. Assim como o uso desta “reserva“, num momento de alta dos preços dos fertilizantes, não irá “zerar“ numa só safra, muito embora esta prática não seja a ideal“, afirma Adilson de Oliveira.

Cortar a adubação é o melhor caminho?

Como a adubação possui uma relação direta com a produtividade, é importante que o produtor busque a racionalização da adubação nos tempos de crise, mas sem perder a força produtiva da soja. É importante buscar por produtos mais eficientes e práticas que permitam evitar desperdícios de nutrientes e perda de eficiência no momento da aplicação.

Adilson de Oliveiraconsidera um tiro no pé o produtor abrir mão da adequada adubação. Como dito anteriormente, ele reforça que construir um solo produtivo leva anos e que fazer a manutenção dos nutrientes sai mais barato do que ter que repor/corrigir a deficiência de um ou mais nutrientes em outro momento.

“É importante que o produtor encare a escolha de fertilizantes como investimento e procure obter a melhor relação custo-benefício. Evitar desperdícios e otimizar as operações de distribuição do fertilizante é fundamental, especialmente quando realizadas em conjunto com a semeadura“, ressalta o especialista.

Adubação técnica

Por fim, a principal orientação do pesquisador da Embrapa Soja é para que o agricultor faça uma adubação técnica, respeitando ao máximo o que diz a análise de solo e as indicações técnicas para a cultura. “Em um solo devidamente corrigido, não é necessário exagerar na adubação para se aumentar a produtividade, mas, apenas repor o que a cultura retira (exporta) do solo com os grãos“.

Segundo Oliveira, na análise de solo, o produtor vai ver se os níveis estão críticos ou acima do teor adequado. “Em cima disso, o produtor verá a necessidade de adubação, diante de uma análise criteriosa dos nutrientes. Se os níveis estão altos, apenas a manutenção dos nutrientes é necessária“, afirma ele.

Fonte: Projeto Soja Brasil

 

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