Ervas daninhas: 70% menos produtividade do trigo

Na triticultura, plantas daninhas como o azevém, o capim-amargoso, o picão-preto e o carrapicho-de-carneiro podem prejudicar o rendimento da lavoura em até 70%, se não forem controladas adequadamente.
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Foto: Miriam Lins

Mariana Thereza Rodrigues Viana
Engenheira agrônoma e doutora em Fitotecnia – Universidade Federal de
Lavras (UFLA)

marianatrv@gmail.com
Harianna Paula Alves de Azevedo
Doutora em Fitotecnia e professora – Faculdade de Ciências e Tecnologias de Campos Gerais (FACICA)
harianna_tp@hotmail.com

Na triticultura, plantas daninhas como o azevém, o capim-amargoso, o picão-preto e o carrapicho-de-carneiro podem prejudicar o rendimento da lavoura em até 70%, se não forem controladas adequadamente.

Entre as infestantes mais resistentes e problemáticas da cultura, por sua alta capacidade competitiva, o azevém pode, sozinho, diminuir a produtividade de uma lavoura de trigo em até 56%, segundo dados da Embrapa Trigo.

Alerta para o perigo

As ervas daninhas, como o azevém ( Lolium spp. ) e o capim-amargoso ( Digitaria insularis ), representam uma ameaça significativa para a produtividade da lavoura de trigo ( Triticum spp. ).

Elas competem por nutrientes, água e luz solar, podendo causar sérios prejuízos econômicos para a cultura. Além disso, podem existir possíveis efeitos alelopáticos que interferem no crescimento e desenvolvimento da cultura principal.

O azevém e o capim-amargoso são plantas daninhas que apresentam um comportamento desafiador, infestando a cultura do trigo devido às suas características, como rápida germinação, crescimento e capacidade de se reproduzir por sementes e rizomas, além da resistência a herbicidas e capacidade de se estabelecer em condições adversas de solo e clima.

Controle

Os principais desafios no seu controle incluem a resistência a herbicidas (já existem biótipos resistentes no Brasil), a capacidade de produzir grande quantidade de sementes e a presença de biótipos agressivos. Assim, o ideal é que seu controle seja realizado antes do plantio.

A estratégia mais eficiente para o controle dessas plantas daninhas, quando já estabelecidas em campo, tem sido o uso integrado de práticas culturais mecânicas e químicas, como as capinas, o cultivo e manejo seletivo e correto de herbicidas.

Além disso, o monitoramento regular da lavoura para tratar precocemente as infestações têm sido uma boa alternativa, sendo que seu controle é mais eficaz quando as plantas ainda estão pequenas.

Os herbicidas mais utilizados são do grupo dos inibidores da ACCase e/ou glyphosate.

Alternativas

Outras práticas que podem ser adotadas são a rotação de culturas, que ajuda na diversificação dos tratos culturais e dos mecanismos de ação de herbicidas aplicados, favorecendo o manejo.

Os métodos físicos e culturais também devem ser empregados visando minimizar a reprodução e o reabastecimento de plantas daninhas no solo.

Dessa forma, o manejo integrado de plantas daninhas, quando utilizado na cultura do trigo, pode contribuir para minimizar os danos causados pelas plantas daninhas.

Os principais desafios enfrentados pelos produtores no controle de ervas daninhas na triticultura incluem a resistência delas a herbicidas, os custos e a disponibilidade de herbicidas registrados para a cultura.

Para superar esses desafios, os produtores podem adotar algumas estratégias, como a diversificação de medidas de controle, a rotação de culturas, o uso de tecnologia de ponta, como sistemas de agricultura de precisão, sensoriamento remoto para monitorar e gerenciar as plantas daninhas de forma mais eficiente e precisa.

Direto ao ponto
O controle adequado de plantas daninhas na cultura do trigo é essencial para garantir o aumento da produtividade, bem como mitigar os impactos negativos na rentabilidade dos cultivos.

A implementação de práticas de manejo integrado e o uso consciente de tecnologias são fundamentais para enfrentar os desafios ocasionados pelos danos causados por essas plantas daninhas à cultura.

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