Consorciação – Qual a ideal para a palhada?

Consorciação é a utilização de duas ou mais culturas de valor econômico ou não na lavoura. As plantas, após a colheita ou quando estão no seu máximo potencial vegetativo, sofrem a dessecação, para que possam servir de palhada para a cultura subsequente. Essa técnica funciona principalmente para regiões que possuem má distribuição de chuvas.

Publicado em 13 de maio de 2019 às 14h01

Última atualização em 15 de maio de 2025 às 15h44

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Autor

Amarildo Francisquini Junior
Engenheiro agrônomo e consultor da empresa Suporte Agro
consultoria@suporteagro.com

Consorciação é a utilização de duas ou mais culturas de valor econômico ou não na lavoura. As plantas, após a colheita ou quando estão no seu máximo potencial vegetativo, sofrem a dessecação, para que possam servir de palhada para a cultura subsequente. Essa técnica funciona principalmente para regiões que possuem má distribuição de chuvas.

A principal opção no mercado é a consorciação de milho safrinha com Urochloa Ruziziensis, pois após a colheita do milho é possível dessecar, formando uma palhada uniforme para o próximo plantio.

Outra opção que pode ser utilizada é a consorciação entre uma gramínea forrageira e uma leguminosa. Essa técnica pode servir de alimento na entressafra para os bovinos e na safra serve como material de cobertura, com uma maior diversidade para a cultura subsequente.

Culturas beneficiadas

As culturas mais beneficiadas pela consorciação são as culturas graníferas, como soja e milho, porém, devido às altas temperaturas nos últimos anos, várias culturas estão adotando a técnica de plantio direto na palha.

A implantação dessa técnica pode ser realizada de várias formas. O que será determinante é a aptidão agrícola de cada região. Mas, de maneira geral, a técnica de consorciação é utilizada na entressafra, sendo a gramínea a base da consorciação devido à sua maior produção de biomassa e à degradação da sua palha ser mais lenta que a leguminosa, assim possibilitando uma cobertura de solo por mais tempo durante o desenvolvimento da cultura de interesse econômico.

A produtividade dos consórcios será dependente do tempo para ser estabelecida. Mas, as gramíneas, de maneira geral, produzem até três vezes mais que as leguminosas.

Resultados práticos em campo

A região do oeste paulista possui dois sistemas de produção com o intuito de consorciação de uma gramínea e uma leguminosa para alimentação dos animais na entressafra e produção de palhada na safra de soja.

O primeiro consórcio é o Panicum Maximum cv. Mombaça (gramínea) e Macrotyloma axillare cv. Java (leguminosa). O consórcio dois é o Panicum Maximum cv. Mombaça (gramínea) e Cajanus cajan feijão guanú anão (leguminosa). Este trabalho tem proporcionado uma melhora na dieta dos animais, além de uma melhora na fertilidade do solo e uma palhada de melhor qualidade, com reflexos na maior produtividade da soja.

Quanto às vantagens, são muitas e justificam a utilização do consócio para a produção de palhada, como redução da temperatura do solo, manter o solo com umidade por mais tempo, liberação de nutrientes gradativamente devido à decomposição da palhada, além de servir como uma excelente alternativa na rotação de culturas.

Ainda, promove o aumento da matéria orgânica, ciclagem de nutrientes, fixação de nitrogênio atmosférico quando uma dessas plantas é leguminosa, aumento dos microrganismo do solo e também redução de patógenos de solo. Essas plantas também descompactam e agregam o solo.

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