Clonagem gera mudas de eucalipto mais produtivas

Crédito Fibria

Publicado em 30 de dezembro de 2017 às 07h21

Última atualização em 15 de maio de 2025 às 16h54

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Evandro Vagner Tambarussi

Doutor e professor de Melhoramento Florestal do Departamento de Engenharia Florestal da Universidade Estadual do Centro-Oeste, Paraná

tambarussi@gmail.com

Fabiana Schmidt Bandeira Peres

Doutora, professora adjunto de Silvicultura e vice-chefe do Departamento de Engenharia Florestal ” Unicentro, campus de Irati

Crédito Fibria
Crédito Fibria

A escolha da espécie e do material genético a ser utilizado está intimamente ligada ao objetivo final a que se destina a madeira e a aptidão silvícola local. É importante que clones ou sementes melhoradas sejam preferidas, mesmo com custo superior, devendo ser provenientes de locais com características de clima, solo e geográficas semelhantes às da área onde se pretende plantar.

Diferenças

As principais diferenças entre as mudas clonadas e as mudas seminais(oriundas de sementes), são basicamente quanto ao padrão da floresta, ou seja, mudas clonais darão origem a florestas mais homogêneas, pois todos os indivíduos do plantio são réplicas exatas da planta (clone) que foram tiradas, enquanto mudas seminais, por possuírem variabilidade genética, deixarão a floresta mais heterogênea.

Produtividade

É preciso levar em conta sempre o local onde as mudas clonadas serão plantadas. É importante o agricultor obter clones que sejam plantados em sua região, pois em 100% das vezes os clones são testados para uma região específica.

Dessa forma, se mudas desenvolvidas para uma região forem plantadas em outra, o clone não apresentará 100% de sua performance pela relação que há entre o material genético e os fatores do ambiente.

Corte

As mudas clonadas são oriundas de cruzamentos específicos que visam melhorar, dentre muitos caracteres, o tempo de abate das árvores. Quando nesses cruzamentos o melhorista observa um indivíduo de melhor crescimento, este clona o mesmo e o testa. Desta forma, após aproximadamente oito anos de testes do indivíduo, o mesmo é indicado para se tornar um clone comercial.

Depois deste processo, o clone pode sim ser precoce, ou seja, possuir um menor tempo de corte.

Viabilidade

Algumas características devem ser levadas em consideração quanto ao potencial de uma determinada espécie para a clonagem. Dentre elas, merece destaque a aptidão à rebrota, que diz respeito à produção de propágulos vegetativos com maior grau de juvenilidade e que sejam responsivos ao enraizamento.

O enraizamento dos propágulos ainda é tido como um grande desafio a ser superado, tendo em vista a natureza recalcitrante à propagação vegetativa da maioria das espécies lenhosas, dentre as quais se inclui as espécies florestais. Desta forma, a aptidão à rebrota reflete o potencial da espécie para a clonagem, no entanto, o enraizamento adventício de propágulos oriundos de matrizes adultas limita a viabilidade na produção de mudas clonais de muitas espécies florestais.

Culturas beneficiadas

Evandro Tambarussi, professor da Unicentro - Crédito Arquivo pessoal
Evandro Tambarussi, professor da Unicentro – Crédito Arquivo pessoal

Dentre as espécies exóticas exploradas comercialmente no Brasil, encontram-se algumas do gênero Pinus, Eucalyptus, Corymbia, entre outras. Em relação às espécies nativas, os protocolos desenvolvidos até o momento restringem-se à clonagem de matrizes a partir de propágulos juvenis, como mudas de origem seminal.

A produção de mudas clonais a partir de propágulos oriundos de matrizes adultas selecionadas a campo ainda constitui-se num desafio para várias espécies nativas devido aos efeitos negativos do avanço da idade ontogenética que se manifestam diferentemente entre estas espécies.

O avanço da idade ontogenética reflete negativamente do ponto de vista da produção de propágulos com baixo grau de juvenilidade, que por sua vez tem baixa predisposição ao enraizamento.

 

 Fabiana Schmidt, professora da Unicentro - Crédito Arquivo pessoal
Fabiana Schmidt, professora da Unicentro – Crédito Arquivo pessoal

O manejo

Basicamente, o manejo adotado na produção de mudas clonais em termos de necessidade nutricional é o mesmo, comparado ao das mudas de origem seminal. Estas mudas necessitam receber adubação esporadicamente, via aplicação de soluções nutritivas e/ou fertilizantes orgânicos.

O manejo quanto ao tempo de permanência na casa de vegetação se faz necessário apenas para as mudas clonais, tendo em vista que as condições ambientais controladas em termos de elevada umidade relativa do ar e temperatura são indispensáveis ao processo de enraizamento adventício.

Após a retirada das mudas enraizadas do ambiente controlado da casa de vegetação, há a necessidade de ajustar as condições de luminosidade para a espécie em questão. Este ajuste deve-se ao fato de a planta necessitar de um período para se adaptar ao “novo ambiente“, no qual as mudas estarão sujeitas às condições externas.

Para muitas espécies, é necessária a manutenção das mudas enraizadas em ambiente com diferentes graus de sombreamento por um determinado período, antes de sua transferência para a área de pleno sol. Este manejo deve-se ao fato de proporcionar a rustificação adequada das mudas e ao mesmo tempo reduzir a mortalidade das mesmas quando saem da casa de vegetação.

Essa matéria completa você encontra na edição de janeiro/fevereiro 2018  da revista Campo & Negócios Floresta. Adquira já a sua para leitura integral.

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