Cebola é exigente em adubação de fósforo no plantio

Publicado em 11 de abril de 2018 às 07h24

Última atualização em 11 de abril de 2018 às 07h24

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Geraldo Milanez de Resende

JonyEishi Yuri

Nivaldo Duarte Costa

Pesquisadores da Embrapa Semiárido

Crédito Shutterstock
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A planta com nutrição equilibrada desenvolve-se em três fases de crescimento bem definidas, que compreende da semeadura ao início da bulbificação (em torno de 60 – 70 dias, dependendo do ciclo da cultivar), onde o acúmulo de matéria seca da parte aérea é muito pequeno em relação ao máximo acumulado no final do ciclo.

A segunda fase, entre 70 e 110 dias após a semeadura (DAS), se caracteriza por maior acúmulo de massa seca na parte aérea e início do crescimento do bulbo e finaliza em uma última fase, após 110 dias até a maturação por total ausência de crescimento e pela maior translocação de fotoassimilados e redistribuição de nutrientes e outros compostos para o bulbo, em função da sua senescência.

As quantidades de fósforo (P) exigidas pela cebola são, em geral, baixas, quando comparadas com o nitrogênio e o potássio. No entanto, apesar da menor exigência, os teores desse nutriente, bem como a velocidade do seu restabelecimento na solução do solo, não são suficientes para atender as necessidades da cultura. Como consequência desses fatos, nas adubações é o fósforo o nutriente que entra em maiores proporções.

O fósforo é o nutriente mais aplicado em nossos solos, os quais, em geral, são pobres no elemento. Na busca por altas produtividades, é importante elevar a disponibilidade de P na solução do solo, o que leva produtores a aplicar altas doses de P aos cultivos.

O manejo

A profundidade efetiva do sistema radicular da cebola é em torno de 20-25 cm e a localização do fertilizante fosfatado pode influenciar mais do que a dose, sendo considerado como profundidade limite 7,5 cm abaixo do sulco de plantio das mudas ou da semeadura direta.

Em geral, o fertilizante é aplicado de maneira localizada, como nas linhas de semeadura.Contudo, pode também ser aplicado a lanço, mas em se tratando do fósforo, é uma prática ainda controversa e as opiniões divergem.

O produtor de cebola que distribui os fertilizantes diretamente em sulcos ou linhas deve sempre regular a máquina para que o adubo fique situado 2,5 cm abaixo e 2,5 cm ao lado das sementes/mudas.

Quando aplicar

As limitações na disponibilidade de fósforo no início do ciclo vegetativo podem resultar em restrições no desenvolvimento, e a planta não se recupera posteriormente, mesmo aumentando o suprimento de fósforo a níveis adequados. O suprimento adequado de fósforo é essencial desde os estádios iniciais de crescimento da planta.

A cultura absorve fósforo desde os primeiros estádios de crescimento, durante a germinação e a emergência e, daí por diante, até a senescência. O fósforo é, reconhecidamente, um nutriente relevante para a obtenção de produtividade elevada.

Tem sido o macronutriente que frequentemente limita a produção, e apesar da pequena exigência da cultura são obtidas respostas positivas à adubação fosfatada.

A profundidade do sistema radicular da cebola é em torno de 20-25 cm - Crédito Shutterstock
A profundidade do sistema radicular da cebola é em torno de 20-25 cm – Crédito Shutterstock

Dosagem recomendada

O sucesso da adubação na cultura, em termos do manejo ideal na nutrição da planta, é a análise do solo e sua correta interpretação. A amostragem realizada da forma técnica recomendada e a realização da análise em laboratório credenciado propiciarão confiança nos resultados obtidos, demonstrando a situação da fertilidade do solo no momento e qual dosagem de adubos é a mais recomenda.

O estímulo às boas práticas para o uso correto de fertilizantes passa das consequências econômicas ao manejo de nutrientes. Isso considera que sejam escolhidos com a composição e combinação adequadas e aplicados na dose, época e locais corretos.

As recomendações de fertilização para a cultura da cebola devem seguir orientações técnicas baseadas na análise de solo, em função da fertilidade do solo e geralmente são feitas por Estados. Para Minas Gerais e São Paulo sugerem-se adubações que variam de 50 a 90 kg/ha (alta fertilidade) a 300 kg/ha de fósforo (baixa fertilidade), respectivamente.

Custo

O custo da aplicação vai variar em função, principalmente, da forma a ser adotada na aplicação do nutriente (manual, mecânica ou fertirrigação). Aplicado manualmente, gasta-se em torno de 04 dias/homem/ha.

Diversos fertilizantes podem ser utilizados para a fertirrigação, mas os adubos fosfatados (superfosfato simples, superfosfato triplo e o monofosfato de amônio) podem causar obstruções de emissores e incrustações nas canalizações, principalmente quando a água é alcalina.

A solução desse problema pode estar na utilização do ácido fosfórico como fonte de fósforo, que também é vantajoso economicamente, pois, em irrigação localizada, geralmente é utilizado o monofosfato de amônio purificado, que possui maior preço.

Viabilidade

 

Estima-se que a produtividade das culturas é limitada pela sua deficiência entre 30 a 40% das terras agricultáveis do mundo. Pelo exposto, a dose adequada a ser aplicada na cebola é de suma importância para obtenção de produtividades elevadas, demonstrando um alto retorno em termos da relação custo da aplicação e beneficios além da produtividade, como qualidade dos bulbos que apresentam maior peso médio.

Por fim, é importante saber que o nutriente favorece o desenvolvimento do sistema radicular, aumentando a absorção de água e de nutrientes; melhorando a qualidade e o rendimento da lavoura. Especificamente na cebola, se relaciona à precocidade, maior diâmetro dos bulbos e produtividade.

Essa matéria você encontra na edição de abril 2018  da revista Campo & Negócios Hortifrúti. Adquira já a sua.

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