Capim-amargoso está mais resistente

Créditos Mauro Rizzardi

Publicado em 9 de janeiro de 2017 às 07h50

Última atualização em 9 de janeiro de 2017 às 07h50

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Marcus Fiorini

Líder de Herbicidas e CropLeader para RowCrops

 

Créditos Mauro Rizzardi
Créditos Mauro Rizzardi

Devido à alta frequência de aplicação de glifosato, inclusive em pós-emergência da soja, ocorreu uma forte pressão de seleção de biótipos de plantas daninhas resistentes que já estavam naturalmente presentes nas áreas.

O primeiro caso mundial de resistência de capim-amargoso ao herbicida glifosato foi comprovado em 2005, no Paraguai, por Adegas et al., sendo que três anos depois foi relatado, pela mesma equipe, o primeiro caso no Brasil (Heap, 2016).

A partir deste relato inicial, outros casos foram comprovados no País, estando a espécie disseminada em diversas regiões brasileiras produtoras de soja. Neste cenário de resistência, em que o capim-amargoso já era naturalmente difícil de ser controlado, o problema se agravou, com aumento do custo de controle e perdas nas lavouras, pois a matocompetição com o capim-amargoso pode interferir fortemente na produção da soja.

Observam-se situações onde infestações entre uma planta/m² e três plantas/m², e entre quatro plantas/m² e oito plantas/m² reduziram a produtividade da cultura em 23,5% e 44,5%, respectivamente (Gazzieroet al., 2012).

Medidas urgentes

Atualmente, para o manejo do capim-amargoso é recomendado que os produtores adotem os conceitos do Manejo Integrado de Plantas Daninhas (MIPD), que inclui a integração de diversas práticas, como o controle cultural (exemplo: cobertura do solo com palha), o mecânico (capinas de repasse e roçada de plantas perenizadas) e o químico (com herbicidas de mecanismo de ação diferentes do glifosato).

Em relação ao manejo químico, o controle pode ser realizado tanto em pré quanto em pós-emergência das plantas. Os principais herbicidas pré-emergentes para o controle do capim-amargoso pertencem aos seguintes mecanismos de ação: os inibidores da divisão celular, os inibidores do fotossistema II, os inibidores da síntese de carotenoides, os inibidores da ALS e os inibidores da Protox.

BOX

Controle químico

A Dow AgroSciences, considerando este cenário preocupante, está promovendo a campanha “Fim do Amargoso“. Com 135 ativações em canais de diversas regiões, a companhia está levando a informação mais completa e relevante aos produtores.

Nos campos de demonstração de resultados, por exemplo, eles podem ver a eficácia nos resultados do manejo recomendado pela Dow no combate a esta planta daninha ao usar o herbicida Verdict® R na dessecação e em pós-emergência, como também no uso do herbicida Spider® na pré-emergência para o controle da sementeira do capim-amargoso.

Além disso, no site http://fimdoamargoso.com.br/ agricultores de todo o Brasil encontram conteúdo técnico sobre a planta daninha e as melhores soluções para o seu controle.

O Verdict® R é o gramicida pós-emergente de maior espectro de controle. Possui a melhor performance nas ervas fora de estágio e é uma excelente ferramenta no controle de gramíneas resistentes ao glifosato.

O ideal é fazer a aplicação do Verdict® R quando as plantas daninhas estiverem se desenvolvendo vigorosamente. Normalmente as aplicações devem ser feitas entre 20 a 45 dias após o plantio da cultura. Apenas uma aplicação é suficiente para o controle das plantas daninhas.

Para o manejo do capim-amargoso é recomendado que os produtores adotem os conceitos do Manejo Integrado de Plantas Daninhas - Créditos Mauro Rizzardi
Para o manejo do capim-amargoso é recomendado que os produtores adotem os conceitos do Manejo Integrado de Plantas Daninhas – Créditos Mauro Rizzardi

Custo

As perdas ocasionadas pelo capim-amargoso podem ser muito elevadas, compensando o controle químico e também a adoção das práticas culturais recomendadas. O uso do graminicidaVerdict® R em dessecação e na pós-emergência da soja junto com o pré-emergente Spider®, além da ajuda no combate ao capim-amargoso, controla uma série de outras plantas daninhas, resistentes ou não ao glifosato, como por exemplo, a buva.

Esta prática muitas vezes elimina o uso de uma aplicação de glifosato em pós-emergência da soja. Com isso, toda a análise de custo-benefício fica favorável ao agricultor, pois ele terá um melhor controle das plantas daninhas, diminuindo a matocompetição com a cultura, revertendo assim em maior produtividade.

Equilíbrio, sempre

Mesmo com o grande benefício que temos com a tecnologia de culturas resistentes ao glifosato, as iniciativas de boas práticas agrícolas devem ser adequadas ao processo de cultivo.

O manejo de plantas daninhas com práticas culturais, controle mecânico e, principalmente, a rotação de ativos dos herbicidas, deve ser constantemente utilizada para não agravar mais o problema com o capim-amargoso resistente ao glifosato e também evitar o aparecimento de novas plantas daninhas problemáticas como esta.

Essa matéria você encontra na edição de janeiro 2017 da revista Campo & Negócios Grãos. Adquira já a sua.

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