BNDES aprova R$160 milhões para reflorestamento da Mombak na Amazônia

Com os recursos, a empresa vai recriar florestas em algumas das áreas mais desmatadas da Amazônia, construindo créditos de remoção de CO2 de alta integridade.

Publicado em 1 de setembro de 2024 às 08h33

Última atualização em 1 de setembro de 2024 às 08h33

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Peter Fernandez e Tereza Campello, em reunião na sede do Banco, no Rio, no último dia 22.
Foto: Agencia de Notícias

O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) aprovou um financiamento de R$160 milhões para projetos de reflorestamento biodiverso da Mombak. Serão novas florestas em municípios do Pará, gerando empregos diretos e indiretos, fortalecendo a cadeia de reflorestamento da região e do Brasil, e recuperando algumas das áreas mais degradadas da Amazônia, localizadas no cinturão conhecido como Arco do Desmatamento. 

O BNDES atua em parceria com o Ministério do Meio Ambiente para transformar o Arco do Desmatamento no Arco da Restauração, reconstruindo seis milhões de hectares nas áreas desmatadas até 2030 e mais 18 milhões até 2050 — totalizando 1,65 bilhão de toneladas
de carbono removidos da atmosfera. Lançado na COP 28, no final do ano passado, o Arco já recebeu investimentos de R$ 1 bilhão do Fundo Amazônia e do Fundo Clima, além das operações de financiamentos com empresas privadas, como a Mombak.

“O BNDES, como um banco inovador do desenvolvimento, está à frente dessa iniciativa, assim como também liderou os investimentos em energia renovável, em eólica e solar, quando ninguém ainda acreditava. O compromisso do nosso governo é com a preservação, recuperação e desenvolvimento da Amazônia. O Brasil pode ser uma potência em restauro de florestas”, afirma o presidente do BNDES, Aloizio Mercadante. 

A iniciativa visa a recuperação de áreas degradadas em biomas críticos, com impacto significativo na conservação ambiental e no desenvolvimento sustentável. A operação da Mombak tem foco no estado do Pará e, como em todo o Arco, o plantio será realizado com espécies de vegetação nativa. Como co-benefícios, o projeto ajuda a reverter a perda da biodiversidade, melhora a qualidade das águas e tem um impacto positivo nas comunidades onde atua.

“Ainda existe um preconceito em relação ao restauro de floresta, ainda se pensa que é uma atividade essencialmente ecológica e não comercial. A operação com a Mombak é exemplar porque mostra que já existe uma cadeia econômica do restauro no Brasil.  E o BNDES atua como referência, demonstrando que o Arco da Restauração, além de salvar a floresta, é um negócio econômico e próspero”, diz a diretora Socioambiental do BNDES, Tereza Campello.  

O financiamento à Mombak contempla R$80 milhões em recursos do Fundo Clima e outros R$80 milhões por meio do BNDES Finem. Pela primeira vez, temos propostas concretas para acessar esse tipo de financiamento: bancos comerciais conheceram os projetos da empresa e há interesse em oferecer a fiança bancária atualmente exigida para essa linha de crédito.

A Mombak já levantou aproximadamente R$1 bilhão para investir em projetos de restauração do bioma amazônico. Em apenas um ano, a empresa plantou três milhões de árvores no município de Mãe do Rio, no Pará, gerando empregos diretos e indiretos e fortalecendo a economia local e a cadeia de reflorestamento. Por meio de um modelo de parcerias rurais com pecuaristas, outras áreas degradadas também estão sendo restauradas em municípios do Pará.

Para Peter Fernandez, CEO e cofundador da Mombak, o financiamento é um marco para a nascente indústria de remoção de carbono no Brasil. “Restaurar florestas com o apoio do BNDES mostra que o mercado tem grande potencial de construir um futuro climático sustentável e com desenvolvimento socioeconômico”. 

Além dos impactos ambientais positivos, o reflorestamento permitirá a geração de créditos de carbono para o mercado voluntário internacional, alinhando-se aos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável nº 13 (Ação Contra a Mudança Global do Clima) e nº 15 (Vida Terrestre) da ONU.

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