Azospirillum promove aumento de até 5% em produtividade no milho

Publicado em 25 de maio de 2015 às 07h00

Última atualização em 25 de maio de 2015 às 07h00

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Solon Cordeiro de Araujo

Engenheiro agrônomo, consultor da Associação Nacional dos Produtores e Importadores de Inoculantes – ANPII

solon@scaconsultoria.com.br

 

DestaqueO Azospirillum é um gênero de bactérias do grupo dos diazotróficos, isto é, que podem fixar o nitrogênio do ar, transformando-o em amônia, forma aproveitável pelas plantas.

Como se sabe, o nitrogênio representa cerca de 79% do ar atmosférico, mas se encontra em uma forma que não é diretamente aproveitável pelas plantas. Para se tornar um nutriente, absorvido pelas culturas, deve passar por transformações químicas, combinando-se, em uma primeira etapa, com o hidrogênio.

As bactérias do gênero Azospirillum, assim como outros gêneros, possuem a enzima nitrogenase, capaz de catalisar a reação, para que ela se processe em condições de pressão e temperaturas ambientais.

Benefícios do Azospirillum

O Azospirillum, além de fornecer nitrogênio para a planta, aumentando a produtividade, também produz hormônios utilizados pelos vegetais, principalmente a auxina. Com isso, as plantas apresentam um maior enraizamento e um crescimento mais rápido.

Desta forma, a bactéria apresenta dupla função, fixação de nitrogênio e promoção de crescimento, ambas aumentando a produtividade das culturas.

No milho

Pesquisas realizadas com o Azospirillum em milho mostram que a bactéria promoveu acréscimo substancial na produtividade quando se aplicou a dose recomendada de nitrogênio (N), de 100 kg ha-1, resultando um aumento de 5% na produtividade.

Os inoculantes à base de Azospirillum podem ser aplicados de três maneiras, ficando à escolha do agricultor qual delas utilizar: misturado às sementes, no momento do plantio; aplicado no sulco de semeadura, junto com as sementes, com o uso de equipamentos apropriados; e uma terceira, que é a aplicação foliar. Neste último caso, o inoculante deve ser diluído em 100 L de água/ha e pulverizado sobre as folhas depois do cair da tarde.

A calda deve pulverizar as folhas e também cair no solo. Desta forma, inoculam-se as folhas e as raízes. O solo deve estar com bom teor de umidade.

O Azospirillum tem mostrado resultados em produtividade no milho - Créditos Shutterstock
O Azospirillum tem mostrado resultados em produtividade no milho – Créditos Shutterstock

Dicas importantes

No caso da aplicação nas sementes, esta deve ser feita no momento do plantio. Após a inoculação a semeadura deve ser feita muito rapidamente, não deixando as sementes expostas por mais de 12 horas. A aplicação no sulco também deve ser feita junto com a semeadura. Já a aplicação foliar deve ser feita nos estágios V3 ou V4.

A dosagem nas sementes é de 100 mL ou 100 g por saca de sementes, e via sulco ou via foliar de 200 a 300 mL (ou g)/ha.

 

Fique sabendo

Ao contrário do inoculante para soja, que é capaz de fornecer todo o N necessário para altas produtividades, no caso do inoculante para gramíneas o Azospirillum não fornece todo o N necessário para a cultura.

Assim, é indispensável a adubação com a quantidade de N recomendada para o milho ou trigo, entrando o inoculante como um suplemento, isto é, para aumentar a produtividade acima da que é obtida somente com a adubação nitrogenada. Com o uso da quantidade de N recomendada acrescida do inoculante pode-se obter aumentos de produtividade de 5 a 9 sacas/ha, em média.

Custo

O inoculante à base de Azospirillum custa em torno de R$ 12 a R$ 15,00 por dose. Assim, no caso das sementes, seu custo é este, e no caso de aplicação do sulco ou pulverização é duas a três vezes acima deste valor.

Com o preço do milho a R$ 30,00 a saca, obtendo-se um aumento de 5 sacas/ha, isto representa um acréscimo de R$ 150,00/ha. Descontando-se o investimento de R$ 45,00 (no caso de três doses), obtém-se um lucro de R$ 105,00/ha.

Essa matéria você encontra na edição de maio da revista Campo & Negócios Grãos. Adquira a sua!

 

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