Árvore madeireira amazônica pode fixar nitrogênio no solo

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Publicado em 1 de junho de 2018 às 07h07

Última atualização em 1 de junho de 2018 às 07h07

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Nas matas do Estado de Roraima, onde o bioma é a Savana, existe uma árvore que só é conhecida por lá. Não se tem registro do aparecimento dela em outras regiões brasileiras. É o pau-rainha (Centrolobium paraenseTul.), uma madeira de cor laranja, muito bonita e cobiçada pelos predadores do Brasil.

Essa árvore poderá, em breve, servir para reflorestamento de áreas degradadas daquele Estado. Os trabalhos incluem o desenvolvimento de protocolo para produção de mudas, etapa importante, já que a planta poderá ser incluída em programas de recuperação de áreas desmatadas da região Norte, atendendo o novo Código Florestal Brasileiro.

O pau-rainha, árvore nativa do Estado de Roraima indicada para evitar erosão, mostra bom potencial para exploração madeireira e capacidade de fixar nitrogênio, economizando adubação e melhorando a qualidade do solo.

A FBN é um processo realizado por bactérias capazes de capturar o nitrogênio que está presente no ar na forma de um gás (N2) e transformá-lo em amônia (NH3), permitindo que a planta assimile o nitrogênio, elemento essencial ao desenvolvimento vegetal. A aquisição desse importante macronutriente pelas plantas pode ser por meio de adubação, pelo uso de matéria orgânica do solo e pela fixação biológica.

Conheça mais

O pau-rainha é uma leguminosa arbórea que se beneficia do processo de FBN por meio da simbiose com bactérias conhecidas como rizóbios, relação que está sendo estudada por pesquisadores da Embrapa desde 2010.

Os estudos revelaram uma grande diversidade de bactérias que realizam esse processo, e foram isolados 178 rizóbios oriundos de diversas regiões do Estado de Roraima. Esses microrganismos foram identificados e foi encontrada, entre eles, uma nova espécie do gênero Bradyrhizobium nomeada Bradyrhizobiumneotropicale, que se tornou a primeira bactéria desse gênero nativo do Brasil.

“Conhecer a diversidade de bactérias associadas ao pau-rainha facilitará a produção de mudas e a utilização dessa leguminosa em manejos sustentáveis e programas de recuperação de áreas nativas desmatadas, sem a introdução de espécies exóticas na região“, explica a pesquisadora da Embrapa Roraima,Krisle da Silva.

A cientista é uma das coordenadoras da pesquisa e já está trabalhando na propagação de mudas de pau-rainha em viveiro, inoculadas com bactérias eficientes no processo de FBN. Essa etapa é uma exigência do Ministério da Agricultura Pecuária e Abastecimento (MAPA) para a indicação de inoculantes comerciais para a planta.

O pau-rainha

O pau-rainha alcança até 30 metros de altura e é adaptada a pouca chuva e solos pobres. Além de realizar simbiose com bactérias fixadoras de nitrogênio, também tem a função protetora contra os efeitos erosivos,

Além da importância ecológica, o pau-rainha também tem um alto potencial madeireiro, sendo geralmente usado na construção de habitações e também como lenha. Além disso, é empregado na fabricação de móveis, vigas, caibros, escadas, pisos, e para fins medicinais e extração de corante.

Essa matéria você encontra na edição de maio/junho de 2018 da Revista Campo & Negócios Floresta. Adquira o seu exemplar.

 

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