Análise de solo é um importante instrumento para diagnóstico da fertilidade da cenoura

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Publicado em 30 de junho de 2018 às 19h55

Última atualização em 15 de maio de 2025 às 16h43

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Mara Lúcia Martins Magela

maralumm@hotmail.com

Vinícius William Borges Rodrigues

Doutorandos em Agronomia/Fitotecnia ” Universidade Federal de Uberlândia (UFU)

Regina Maria Quintão Lana

Professora de Fertilidade e Nutrição de Plantas – UFU

rmqlana@ufu.br

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Dentro do cenário produtivo da cenoura, os aspectos relacionados à correção e fertilização do solo representam um dos principais pontos responsáveis pela obtenção de um produto final de qualidade e com alta produtividade.

De maneira geral, o cultivo da cenoura deve ser realizado em solo com pH em torno de 6.0 a 6.5. Valores acima dessa faixa podem levar à indisponibilização de fósforo e micronutrientes como boro, cobre, ferro, manganês e zinco.

Calagem

Em se tratando de correção, a calagem é a técnica responsável pela melhoria das propriedades químicas nas camadas superficiais do solo, sendo importante na neutralização da acidez e no fornecimento de cálcio e magnésio para as plantas.

Este manejo reduz a toxicidade do Al no solo, complexando este elemento para as camadas onde as raízes não têm acesso. Da mesma forma, o desequilíbrio dos nutrientes no solo causa instabilidade na produção da cenoura, gerando prejuízos por desuniformidade no tamanho das raízes, como também potencializa a presença de pragas e patógenos prejudiciais à cultura.

Sintomas de desequilíbrio

A deficiência de qualquer nutriente se refletirá em prejuízos para as plantas e, consequentemente, para a produtividade da cultura. A deficiência de nitrogênio pode reduzir o crescimento da cenoura, e as folhas mais velhas tendem a ficarem amareladas e posteriormente avermelhadas.

A falta de fósforo leva à coloração castanho-arroxeada das folhas velhas e ao desenvolvimento de raízes anormais O potássio abaixo do exigido pela cultura pode ocasionar folhas velhas com as margens com aspecto de queimadas.

A deficiência de cálcio necrosa os pontos de crescimento das folhas novas e causa severas restrições ao crescimento radicular. A falta de magnésio faz as folhas velhas tornarem-se cloróticas nas bordas e a deficiência de boro proporciona encrespamento das folhas, levando e as raízes a ficarem fendilhadas.

A deficiência de qualquer nutriente se refletirá em prejuízos para as plantas Créditos Shutterstock
A deficiência de qualquer nutriente se refletirá em prejuízos para as plantas Créditos Shutterstock

Não confunda

Em hortaliças, incluindo a cenoura, comumente há um equívoco de condução que tende a confundir a cultura bem fertilizada com cultura fertilizada em excesso. O uso de fertilizantes de forma indiscriminada é um problema, pois não são consideradas as disponibilidades de nutrientes no solo e as necessidades da cultura.

Em campo, observa- se que o excesso de nitrogênio pode levar ao acamamento e crescimento vegetativo exagerado e o excesso de fósforo na solução pode ocasionar clorose internerval das folhas jovens, queimadura de bordas e queda de folhas velhas.

Ressalta-se, também, que o excesso de alumínio torna o alongamento das raízes mais lento, além de causar engrossamento das mesmas, que não se ramificam normalmente, prejudicando a absorção dos principais nutrientes para a planta (N, P, K, Ca, Mg, S e micronutrientes).

Adubação acertada

Um bom manejo de fertilização para o cultivo da cenoura inclui atender as exigências dos nutrientes pelas plantas por meio de fontes químicas e/ou orgânicas no plantio e na cobertura, principalmente em relação ao nitrogênio, fósforo e potássio.

O conhecimento sobre as demandas das culturas e também sobre todo o contexto edafoclimático do ambiente no qual será implantada a cenoura contribui para uma boa condução da espécie de acordo com cada particularidade de produção. Dessa forma, para se conhecer o solo e suas características químicas e físicas, faz-se necessário a adoção de algumas práticas, como a análise de solo, que irá demonstrar a realidade do mesmo e quais as posteriores medidas de correções e fertilização necessárias para atender as exigências nutricionais da hortaliça.

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A base de tudo

A análise de solo é um método que permite conhecer a capacidade de um determinado solo de suprir nutrientes para o desenvolvimento adequado de culturas importantes, como a cenoura.

Essa prática é de extrema importância dentro de um manejo sustentável do solo, pois é indispensável para a definição de quantidades adequadas de corretivos e fertilizantes a serem aplicados visando o pleno atendimento das exigências das plantas.

E em se tratando de solos como os do Cerrado, ressalta-se ainda mais essa importância, já que os mesmos, em sua maioria, são ácidos, apresentam alto teor de alumínio e não contêm todos os nutrientes na forma disponível e balanceada para as espécies cultivadas nessas regiões.

A não realização ou postergação da análise de solo, ao se cultivar cenoura, pode causar desequilíbrios nutricionais, ineficiência na produção e comprometer a rentabilidade de toda a atividade. Além disso, um programa de fertilização não embasado em pleno conhecimento sobre as particularidades de cada tipo de solo e manejo pode acarretar contaminações ambientais graves, prejudicando a qualidade dos solos, lençóis freáticos e microrganismos desses ambientes.

A amostragem do solo é considerada uma etapa crucial, e necessita de especial atenção em todo o processo de análise, pois uma pequena porção de solo representará toda a propriedade e a adubação realizada será estabelecida com base nesta amostra.

A amostragem também representa uma ferramenta imprescindível de práticas agrícolas, como a agricultura de precisão. A elaboração de mapas de caracterização do solo requer análises contínuas com o intuito de orientar a correção do solo e fertilização das culturas.

Entretanto, a prática direcionada para agricultura de precisão diferencia-se da amostragem convencional em relação à quantidade de amostras, que é maior, além da necessidade de serem georreferenciadas.

Essa matéria completa você encontra na edição de junho de 2018 da Revista Campo & Negócios Hortifrúti. Adquira o seu exemplar para leitura completa.

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