Ácidos húmicos aumentam a nodulação da soja

Publicado em 18 de dezembro de 2014 às 07h00

Última atualização em 18 de dezembro de 2014 às 07h00

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Nilva Teresinha Teixeira

Engenheira agrônoma, doutora em Solos e Nutrição de Plantas e professora do Curso de Engenharia Agronômica do Centro Regional Universitário de Espírito Santo do Pinhal (UNIPINHAL)

nilvatteixeira@yahoo.com.br

 

Crédito Luize Hess
Crédito Luize Hess

Os ácidos húmicos e fúlvicos são componentes das chamadas substâncias húmicas, que são naturalmente encontradas em solos, sedimentos e na água, trazendo resultados na transformação de resíduos.

Tais compostos influenciam em inúmeros processos químicos e bioquímicos, como a capacidade de retenção de nutrientes, transporte de cátions e reações fisiológicas em microrganismos e plantas.

Os ácidos húmicos e fúlvicos

Raízes de soja noduladas adequadamente - Crédito Elmar Luiz Floss
Raízes de soja noduladas adequadamente – Crédito Elmar Luiz Floss

O uso de produtos à base de ácidos húmicos e fúlvicos na produção agrícola vem crescendo expressivamente nas últimas décadas em todo o mundo e, mais recentemente, no Brasil. Existem hoje no mercado nacional inúmeros produtos que contêm ácidos húmicos, extraídos de depósitos minerais (leonardita, lignita, etc.), solos orgânicos (turfeiras) ou obtidos por humificação de resíduos vegetais.

A matéria orgânica compõe-se de dois grupos fundamentais. O primeiro constitui-se de compostos, a maioria simples, de baixo peso molecular, utilizado geralmente pelos microrganismos como substrato. Entre esses compostos se encontram proteínas e aminoácidos, carboidratos simples e complexos, resinas, ligninas, álcool, auxinas, aldeídos e ácidos aromáticos e alifáticos.

Crédito Fernando Gomes
Crédito Fernando Gomes

Esses compostos constituem, aproximadamente, de 10 a 15% da reserva total do carbono orgânico nos solos minerais. O segundo é representado pelas denominadas substâncias húmicas, que são a fração insolúvel em meio alcalino ou em meio ácido diluído – os ácidos húmicos – fração escura solúvel em meio alcalino, precipitando-se em forma de produto escuro e amorfo em meio ácido.

Quimicamente são muito complexos, formados por polímeros compostos aromáticos e alifáticos com elevado peso molecular, e grande capacidade de troca catiônica.

Combina-se com elementos metálicos formando humatos, que podem precipitar (humatos de cálcio, magnésio, etc.) ou permanecer em dispersão coloidal (humatos de sódio, potássio, amônio, etc.), finalmente, os ácidos fúlvicos – fração colorida que se mantém solúvel em meio alcalino ou em meio ácido diluído.

Quimicamente são constituídos, sobretudo, por polissacarídeos, aminoácidos, compostos fenólicos, etc. Apresentam um alto conteúdo de grupos carboxílicos e seu peso molecular é relativamente baixo. Combina-se com óxidos de Fe, Al, argilas e outros compostos orgânicos. Possuem propriedades redutoras e formam complexos estáveis com Fe, Cu e Ca.

Influência direta nas plantas

As substâncias húmicas podem afetar diretamente o metabolismo das plantas por meio de mecanismos ainda não muito claros. São efeitos positivos no transporte de íons, na absorção de nutrientes, na respiração e na velocidade das reações enzimáticas do ciclo de Krebs, resultando assim em maior produção de energia metabólica.

Considera-se, ainda, que tais substâncias promovem incremento no conteúdo de clorofila, de ácidos nucleicos e de proteínas. Acredita-se que os ácidos húmicos absorvidos pela planta, em estágios avançados do seu desenvolvimento, são uma fonte de polifenóis, que funcionam como catalizadores da respiração.

O resultado é o aumento da atividade metabólica do vegetal; aceleração dos processos enzimáticos e da divisão celular, crescimento mais rápido da raiz e aumento de matéria seca.

No solo

Lavoura de soja.
Lavoura de soja.

Os ácidos húmicos, ainda, interferem diretamente na qualidade física do solo, por promoverem uma aproximação das partículas e, consequentemente, sua união, gerando, dessa forma, uma maior agregação dos solos, o que influi, diretamente, em outras características do solo, como, por exemplo, a densidade, porosidade, aeração, capacidade de retenção e infiltração de água no solo.

Algumas observações na literatura têm demonstrado os benefícios da introdução das substâncias húmicas na agricultura: tais substâncias apresentam efeitos positivos na germinação de sementes, desenvolvimento e crescimento das raízes e biomassa total, cor do solo, capacidade de retenção de água e nutrientes, complexação e quelação, além de ação fitohormonal.

Exercem, também, forte estímulo no crescimento radicular em plântulas de várias espécies, aumentando o número de sítios de mitose e de raízes laterais emergidas e a área superficial. Na cultura de soja, observações na literatura têm demonstrado efeitos positivos na produção, quando a aplicação ocorre no estágio vegetativo V4.

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