Colheita tardia de milho: impactos na entressafra

Produtor deve se atentar a alguns pontos, como identificação das plantas daninhas e histórico de resistência na área, para ser mais assertivo na dessecação

Publicado em 28 de agosto de 2023 às 10h30

Última atualização em 15 de maio de 2025 às 16h06

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De acordo com levantamento divulgado pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) nas últimas semanas, apenas cerca de 40% do milho segunda safra foi colhido nos principais estados produtores do grão. Goiás, Piauí, Tocantins, São Paulo, Minas Gerais, Maranhão, Mato Grosso do Sul, Mato Grosso e Paraná respondem juntos por 91% da área cultivada com milho segunda safra no país e estão com atraso de mais de 10% na colheita, comparado ao mesmo período do ano passado.

Segundo o levantamento, o atraso ocorre, principalmente, por dois motivos: ainda no início da safra, a semeadura do cereal iniciou mais tarde em muitas regiões e, agora, o processo de colheita está dificultado devido à alta umidade dos grãos nas lavouras. Isso significa que boa parte dessas regiões pode ter uma colheita tardia, reduzindo o período de entressafra para manejo outonal de plantas daninhas, de acordo com João Ibelli (FOTO abaixo) gerente de Produtos (Herbicidas) da ADAMA.

Créditos: Divulgação

“O atraso na colheita implica em uma janela menor de aplicação de herbicidas para dessecação, deixando o produtor com menos tempo para realizar esse manejo pré-semeadura da soja, um dos mais importantes no sistema de produção de grãos”, explica.

Na entressafra, as plantas daninhas ainda estão pequenas e mais suscetíveis aos herbicidas, portanto, com esse período menor, a identificação delas, bem como avaliação do histórico de resistência dessas plantas na lavoura, é fundamental para que o produtor seja assertivo na escolha dos herbicidas. “Isso é importante para que não ocorram escapes que podem encarecer o manejo e prejudicar o desenvolvimento inicial da soja com a matocompetição”, destaca Ibelli.

Além disso, segundo o gerente, esse é o momento em que o produtor tem a seu dispor poucas opções de herbicidas capazes de controlar as principais plantas daninhas de forma eficiente e que não causem nenhum prejuízo para a soja. “O produtor vai precisar fazer boas escolhas de herbicidas, que sejam eficientes e que não interfiram no desenvolvimento da soja, que será o cultivo subsequente. Essa assertividade na escolha será muito importante este ano onde, devido aos atrasos da colheita a janela de aplicação será mais curta. Araddo®, por exemplo, é um herbicida com amplo espectro de controle, além de gramíneas, como capim-amargoso e capim pé-de-galinha, controla folhas largas, como buva, leiteiro e caruru. A solução conta com mecanismo de ação diferenciado, sem efeito antagônico e sem restrição de intervalo entre a sua aplicação e a semeadura de soja, ideal para esse momento do manejo”, ressalta.

Caso a lavoura apresente plantas daninhas em estádios mais avançados ou de difícil controle, o manejo sequencial pode ser necessário. A ADAMA conta com Cheval®, herbicida completo que combina ação pós-emergente, ideal para aplicação sequencial na dessecação, com efeito pré-emergente. “Cheval® foi desenvolvido em uma exclusiva formulação T.O.V., com alta concentração de ingredientes ativos, para compor o programa de manejo do produtor e auxiliar principalmente no controle das daninhas resistentes ao glifosato, como a buva e o capim-amargoso”, destaca Ibelli.

O calendário de semeadura de soja da próxima safra foi divulgado pelo MAPA no início de julho e mostra que muitos estados poderão iniciar o plantio a partir da segunda quinzena de setembro. “Isso reforça a importância de um manejo assertivo na entressafra, já que muitos produtores terão poucos dias entre o final da colheita de milho e o início do plantio para aplicação dos herbicidas. Além disso, nos lembra que a escolha dos herbicidas utilizados até aqui definirá o manejo de plantas daninhas ao longo da safra de soja”, comenta.

Ibelli destaca ainda que, quando se trata da soja, a cultura tolera o convívio com plantas daninhas por um período muito curto, de pouco mais de uma semana, após a emergência, com perdas de produtividade que podem chegar a 80%. Por isso, o monitoramento e manejo de plantas daninhas na lavoura precisa ser constante e feito durante o ano todo.

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