Saca de café é leiloada a R$ 62 mil no 10º Prêmio Região do Cerrado Mineiro

Melhores cafés da safra de 2022 são revelados na premiação
Acompanhe tudo sobre Café, Cerrado, sacas e muito mais!
Categoria Natural -1º lugar- Jorge Fernando Naimeg / Divulgação

A noite da última quarta-feira (30/11) foi de celebração para a cafeicultura mineira. Os melhores cafés da safra de 2022 foram revelados durante o 10º Prêmio Região do Cerrado Mineiro. O evento, realizado no Palácio de Cristal, em Uberlândia (MG), reuniu cerca de 600 convidados, entre representantes da cadeia produtiva do grão mineiro, políticos, autoridades e convidados. 

A iniciativa, que visa reconhecer o trabalho dos cafeicultores da Região do Cerrado Mineiro e promover a Denominação de Origem, a primeira conquistada para café no Brasil, é promovida pela Federação dos Cafeicultores do Cerrado, com o apoio do Sebrae Minas, e tem a realização das cooperativas Carmocer, Carpec, Coagril, Coocacer Araguari, Coopadap, Expocaccer e MonteCCer, integrando ainda com as seis associações: ACARPA, ACA, Assogotardo, Assocafé, Amoca e Appcer como apoiadoras. O evento contou ainda com a parceria de empresas de destaque no segmento do café como Voiter, Solinftec, Stoller, Syngenta, Pinhalense, Rabobank e Sicoob.

A solenidade especial em comemoração aos 50 anos da Região do Cerrado Mineiro e  30 anos da Federação de Cafeicultores do Cerrado foi marcada por uma série de homenagens como a entrega de medalhas para 20 personalidades que desbravaram a Região e escreveram a história durante estas cinco décadas. Cafebras, Expocaccer e Educampo também fizeram parte dos homenageados da noite.

Pioneiros do Cerrado Mineiro / Divulgação

O presidente da Federação dos Cafeicultores do Cerrado, Francisco Sérgio de Assis, destacou que 2022 é um ano de alegria, orgulho e realização. “Acreditamos na força do associativismo e do cooperativismo. A Região do Cerrado Mineiro hoje é a primeira Denominação de Origem em café do Brasil onde trabalhamos exclusivamente para o bem estar do nosso cafeicultor, que gera riqueza e que transformou essa região. Toda cidade onde tem o café do Cerrado, tem o IDH (Índice de Desenvolvimento Humano) maior. Isso prova que o café é gerador de riqueza e distribuidor de renda”, pontua. 

Para o gerente da Regional Noroeste e Alto Paranaíba do Sebrae Minas, Marcos Alves, o Prêmio Região do Cerrado Mineiro vai muito além de um troféu, pois representa o esforço dos empreendedores rurais que buscam, constantemente, por qualidade, além de evidenciar a credibilidade adquirida pela cafeicultura do Cerrado Mineiro em 50 anos. “O Sebrae Minas participou de toda a estratégia de construção do Prêmio, desde  sua concepção. Valorizamos e apoiamos iniciativas que dão suporte ao produtor rural e fomentam o mercado. Os lotes vencedores carregam, além de grãos especiais e valor agregado, histórias consistentes que representam o que temos de melhor na região: as pessoas!”, ressalta.

Sérgio Mariuzzo, gerente de comunicação da Stoller, uma das patrocinadoras do Prêmio, diz que é essencial difundir o trabalho dos cafeicultores da região. “Nos 50 anos do Cerrado Mineiro, estamos diante de vários exemplos de sucesso, organização e associativismo, que são inspiração para muitos cafeicultores brasileiros. E participar disso é muito gratificante e nos motiva. Reforça também a nossa missão de estar sempre próximo do cliente, participando ativamente dos seus desafios e das suas conquistas”, avalia.

Etapa Cooperativas

A disputa contou com a participação de 56 finalistas nas categorias Café Natural, Cereja Descascado e Fermentação Induzida. No total, foram representados 4.500 produtores dos 55 municípios da Região, que produz, em média, 6 milhões de sacas por ano, com um recorde de inscrições com 370 amostras.

O Sebrae Minas foi o responsável pela análise que segue requisitos preestabelecidos pela Associação de Cafés Especiais (SCA). O método de classificação padrão avalia a qualidade física dos grãos crus, em uma amostra de 350 gramas de cada lote de café. 

Categoria Fermentação Induzida – 1º lugar – Agilmar Ferreira Pinto / Divulgação

Na Etapa Campeões das Cooperativas foram eleitos os vencedores, divididos nas três categorias. Desta seletiva, nove finalistas foram levados para a grande premiação, a Etapa Regional.

Premiação

O anúncio dos vencedores, feito tanto de forma presencial quanto online, movimentou as cooperativas na disputa dos melhores cafés de 2022. As  pontuações foram acirradas e a escolha dos campeões foi feita por um grupo de dez árbitros com alta experiência e profissionalismo, após rigorosa análise sensorial. Para ser considerado especial, o produto deve atingir pontuação mínima de 80 pontos. Os cafés premiados foram batizados pela barista oficial da Região do Cerrado Mineiro, Paula Dulgheroff, de acordo com as características sensoriais.

A primeira categoria apresentada foi a Cereja Descascado, com 46 amostras inscritas, seguida pela Fermentação Induzida, com 130, e Natural com 194 inscrições. 

Confira os vencedores:

Categoria Cereja Descascado
1º lugar – José Aparecido Naimeg – 90,05 pontos – Expocaccer
2º lugar – Eduardo Henrique Soares Pereira – 89,13 pontos – Carmocer
3º lugar – Maria Aparecida Pires Ruiz – 88,28 pontos – Expocaccer

Categoria Fermentação Induzida
1º lugar – Agilmar Ferreira Pinto – 88,75 pontos –  Expocaccer
2º lugar – Lázaro Ribeiro de Oliveira – 87,79 pontos –  Expocaccer
3º lugar – Ismael José de Andrade – 87,70 pontos  – Carpec

Categoria Natural
1º lugar – Jorge Fernando Naimeg – 90,94 pontos – Expocaccer
2º lugar – Guilherme Sebastião F. Romão – 89,53 pontos – Expocaccer
3º lugar – Enivaldo Marinho Pereira – 88,16 pontos – Carmocer

Escola de Atitude e Atitude Sustentável

Todos os anos, o Prêmio Região do Cerrado Mineiro reserva um momento de sua celebração para destacar ações de envolvimento com o meio ambiente e com a comunidade, promovendo o desenvolvimento da Região, por meio de dois reconhecimentos: o Troféu Escola de Atitude e o Troféu Atitude Sustentável .

Nesta edição, o Troféu Atitude Sustentável, que reconhece as boas práticas agrícolas entre as propriedades finalistas foi conquistado pela fazenda Três Meninas, de Monte Carmelo, dos cafeicultores Paula e Marcelo Urtado. 

Já o troféu Escola de Atitude foi conquistado pela APAE de Carmo do Paranaíba, com o projeto Mãos Talentosas, inscrito pela cooperativa Carmocer, uma iniciativa que utiliza a arte como uma terapia objetivo em prol do desenvolvimento motor, cognitivo e emocional dos alunos.  

Troféu Mulheres de Atitude 

A 10ª edição do Prêmio Região do Cerrado Mineiro contou com uma novidade, o Troféu Mulher de Atitude, um reconhecimento  às mulheres cafeicultoras, cada vez mais atuantes no segmento. Entre as amostras inscritas, as três melhores produtoras foram premiadas com o troféu. As campeãs foram Maria Aparecida Fernandes Pires Ruiz (categoria Cereja Descascado), Ana Paula Curiacos Urtado (categoria Fermentação Induzida) e Roberta Soares Pereira (categoria Natural).

Leilão movimenta mais de R$ 600 mil

Categoria Cereja Descascado – 1º lugar – José Aparecido Naimeg / Divulgação

Um dos momentos mais aguardados da noite, o leilão ao vivo contou com a participação dos finalistas do 1º ao 10º lugar na categoria Natural, 1º ao 5º na categoria Cereja Descascado e 1º ao 3º na categoria Fermentação Induzida.

Conduzido por um leiloeiro profissional, a atração alcançou recordes históricos, movimentando R$ 629.602 mil, com média de preço de R$ 15.740 por saca.

O lote mais valorizado foi o primeiro colocado da categoria Natural, do produtor Jorge Fernando Naimeg, que atingiu 90,94 pontos e foi vendido por R$ 62.017 mil por saca.

Parte do valor arrecadado será doado para as escolas participantes do Troféu Escola de Atitude e também para as obras do primeiro Hospital de Amor de Minas Gerais, iniciadas pelo Hospital do Câncer de Patrocínio “Dr. José Figueiredo”.

O diretor superintendente da Expocaccer, Simão Pedro de Lima, destacou a importância de valorizar os lotes campeões. “É a valorização não somente da qualidade, é, também, o reconhecimento de todo o trabalho desenvolvido durante o ano. O cuidado com os tratos culturais, a colheita seletiva, o preparo pós-colheita, a secagem, dentre outros elementos. A história do produtor está contida em cada grão. Em vez de preço, agregou-se valor”.

“Com certeza, mais um evento que ficará marcado na história da cafeicultura da Região do Cerrado Mineiro. Além de celebrarmos os 50 anos da região e podermos homenagear diversos pioneiros, tivemos o momento marcante da quebra de recorde como café mais valorizado da história do Cerrado Mineiro, fruto da intercooperação entre os compradores do leilão, a quem muito agradecemos por valorizarem e prestigiarem o trabalho dos cafeicultores do cerrado”, destaca Juliano Tarabal, superintendente da Federação dos Cafeicultores do Cerrado.

Participe do Nosso Canal no WhatsApp

Receba as principais atualizações e novidades do agronegócio brasileiro.

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Pesquisar

Últimas publicações

1

Abate humanizado de bovinos: pesquisa do CEUB revela práticas éticas e legais

2

Congresso Brasileiro de Soja 2025 debaterá 100 anos de soja no Brasil vislumbrando o amanhã

3

Livro ‘Doenças da Cultura do Gergelim’ traz conhecimento inédito para produtores

4

Bejo na Hortitec 2025: inovação em brócolis e folhosas

5

Oxiquímica Agrociência na Hortitec 2025: MIRA traz inovação e eficiência no manejo de pragas

Assine a Revista Campo & Negócios

Tenha acesso a conteúdos exclusivos e de alta qualidade sobre o agronegócio.

Publicações relacionadas

Imagem de arquivo

Abate humanizado de bovinos: pesquisa do CEUB revela práticas éticas e legais

Arquivo

Congresso Brasileiro de Soja 2025 debaterá 100 anos de soja no Brasil vislumbrando o amanhã

"Doenças da Cultura do Gergelim" lançado em Sorriso (MT)

Livro 'Doenças da Cultura do Gergelim' traz conhecimento inédito para produtores

imagem_2025-06-18_104751831

Oxiquímica Agrociência na Hortitec 2025: MIRA traz inovação e eficiência no manejo de pragas