Helicoverpa armigera: O desafio da tomaticultura

Publicado em 17 de novembro de 2014 às 12h18

Última atualização em 17 de novembro de 2014 às 12h18

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Cecilia Czepak

Professora de Agronomia da Universidade Federal de Goiás ” UFG

ceciczepak@yahoo.com.br

Cultivos consecutivos favorecem a permanência da praga, pois a Helicoverpa armigera se mantém onde há condições de sobrevivência da prole - Crédito Cecília Czepak
Cultivos consecutivos favorecem a permanência da praga, pois a Helicoverpa armigera se mantém onde há condições de sobrevivência da prole – Crédito Cecília Czepak

Considerando que a Helicoverpa armigera é praga-chave nos países que produzem tomate, no Brasil o cenário não está sendo diferente, pois seu ataque se intensifica na fase reprodutiva e, se não controlada a tempo, pode inviabilizar até 100% a produção, principalmente porque a praga tem preferência pelas partes reprodutivas, ou seja, os frutos.

Somente três Estados brasileiros ainda não tiveram relatos confirmados de ataque da praga, que são: Amazonas, Rio de Janeiro e Rio Grande do Norte, o que é uma questão de tempo, pois, para mim, essa praga já se encontra disseminada por todo o país.

Assim, onde há produção de tomate a praga certamente estará presente, sendo que em Goiás a situação é alarmante, visto ser o maior Estado produtor da cultura.

Condições propícias para o ataque

Cultivos consecutivos favorecem a permanência da praga, pois a Helicoverpa armigera se mantém onde há condições de sobrevivência da prole. Todos os sistemas produtivos com cultivos irrigados são alvos em potencial. Também aqueles que deixam restos de cultura, tigueras e soqueiras, com certeza são alvos preferidos para que a praga permaneça na área.

E agora, o que fazer?

São várias as frentes para diminuir os problemas decorrentes do ataque da Helicoverpa armigera à tomaticultura, e todas estão inseridas no Manejo Integrado de Pragas. Porém, todas são ferramentas que, bem utilizadas, podem funcionar.

Assim, podemos trabalhar com o uso de atrativos alimentares para adultos, funcionando como iscas tóxicas; com a liberação de inimigos naturais, como parasitoides e predadores; e ainda com o controle químico por meio da adoção de inseticidas mais seletivos e inseticidas biológicos à base de bactérias e vírus.

E, para as pupas, o revolvimento do solo promovendo a exposição delas ou mesmo o rompimento das galerias de saídas dos adultos, pode ser uma alternativa, desde que haja a constatação das mesmas no solo.

Também se deve lembrar que o monitoramento com o uso de feromônios e as vistorias semanais de plantas no campo são essenciais para que as táticas de controle possam funcionar de maneira adequada.

Outra tática importante se refere ao controle cultural, principalmente no que diz respeito à manutenção de plantas tigueras, pois esta praga “guarda“ na memória onde se desenvolveu na fase larval e, assim, quando adulto, com certeza sua busca pode ser por esta planta.

Que fique claro

Tem se percebido que plantios consecutivos de tomate mantêm a praga na área, independente do tipo de controle utilizado. Enfim, o que o produtor tem que entender é que para essa praga o uso de um conjunto de alternativas de controle pode diminuir a dependência do controle químico e evitar que evoluam populações resistentes no local, na região e, por fim, no país, como já acontece em vários países onde ela se encontra.

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