Nematoides e os prejuízos causados à viticultura

A Vitis spp. é uma planta originária de regiões de clima temperado, que apresenta grande adaptabilidade ...
Uva - Crédito Shutterstock

Publicado em 26 de dezembro de 2021 às 11h36

Última atualização em 26 de dezembro de 2021 às 11h36

Acompanhe tudo sobre Nematoide, Prejuízos, Uva, Viticultura e muito mais!

Igor dos Reis Oliveira – Graduando em Agronomia – Universidade Estadual do Maranhão (UEMA)

Thiago Feliph Silva Fernandes – Engenheiro agrônomo e mestrando em Agronomia/Produção Vegetal –FCAV/UNESP – thiagofeliph@hotmail.com

Uva – Crédito Shutterstock

A Vitis spp. é uma planta originária de regiões de clima temperado, que apresenta grande adaptabilidade a climas tropicais e subtropicais. Em detrimento disto, esta espécie tem sido bastante cultivada no Brasil, estando difundida nas regiões sul, sudeste e nordeste (Mello, 2016).
Os nematoides têm sido encontrados com bastante frequência nos cultivos de uva em todas as regiões do mundo, o quais são associados ao baixo vigor de plantas. Em grande parte dos casos, a relação entre densidade populacional dos fitonematoides e sanidade das plantas não é muito clara, estando diretamente ligada à idade do vinhedo, tipo de cultivar, infertilidade do solo, estresse provocado por outras doenças e pragas, além de estresse hídrico.
Historicamente, vários são os fitonematoides que estão associados ao cultivo da videira em todo o mundo (Zasada et al., 2012), embora alguns ainda não apresentem patogenicidade definida na cultura.
Dito isto, entre os gêneros encontrados na cultura estão: nematoide adaga (Xiphinema cobb.), nematoide-das-galhas radiculares (Meloidogyne göldi), nematoide dos citrus (Tylenchulus semipenetrans Cobb), nematoide-das-lesões (Pratylenchus grahan), nematoide anelado (Mesocriconema andrássy), o Paratrichodorus spp Siddiqi, nematoide reniforme (Rotylenchulus reniformis Linford e Oliveira), e, por fim, Trichodorus spp. Cobb (Telis et al., 2007).

Gêneros

A fim de detectar a distribuição e presença de nematoides em áreas de cultivo de videira no Chile, Persson e Martensson (2009) identificaram aproximadamente 20 gêneros, no entanto, apenas quatro foram considerados como sendo importantes para a cultura: Xiphinema americanum sensu lato (Cobb), X. índex (Thorne e Allen), M. ethiopica (Whitehead), Mesocricnema xenoplax (Raski, 1952) Loof e De Grisse, 1989 e T. semipenetrans.
Um estudo realizado em vinhedos em declínio no Rio Grande do Sul detectou vários gêneros de nematoides, dentre eles o Mesocriconema. A espécie Mesocriconema xenoplax, pertencente ao gênero Mesocriconema, é um ectoparasita polífago, tem ampla preferência por plantas lenhosas, como frutíferas de clima temperado e pinheiros.
Vários são os fitonematoides que estão relacionados com a rizosfera da videira no Brasil, tais como Paratylenchus, Xiphinema, Meloidogyne, Pratylenchus, T. semipenetrans, Mesocriconema, Trichodorus e Paratrichodorus (Naves, 2005).
Estudos realizados no Estado de Oregon, Estados Unidos, a fim de determinar a relação de fitonematoides com viticultura, indicaram a presença de Xiphinema americanum em 94% dos vinhedos, Mesocriconema xenoplax em 81% dos vinhedos, Pratylenchus spp. em 80% dos vinhedos e Mesocriconema hapla em 10% dos vinhedos e (Pinkerton et al., 1999).
Em vários países foram também observados altos níveis de M. xenoplax em sistemas de viticultura com plantas doentes. O parasitismo provocado por este nematoide na cultura da videira pode dar origem ao escurecimento do sistema radicular e posterior destruição dos tecidos vegetais, o que resulta no atrofiamento das raízes.

Enxertia

A escolha de porta-enxerto para implantação do vinhedo é, sem dúvidas, extremamente importante. Isto porque o porta-enxerto deve ser fácil de se propagar, adaptado ao ambiente e resistente a pragas e patógenos (Doná et al., 2013).
Apesar dos prejuízos que esses patógenos causam em vinhedos, ainda são poucas as informações sobre a interação entre M. xenoplax em diferentes lavouras. Além disso, não se tem conhecimento de porta-enxertos resistentes, bem como não há registro de nematicidas, seja químico ou biológico, para a cultura da videira no Brasil, o que dificulta o manejo de fitonematoides nos vinhedos (Agrofit, 2018).

Participe do Nosso Canal no WhatsApp

Receba as principais atualizações e novidades do agronegócio brasileiro.

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Pesquisar

Últimas publicações

1

Goiás confirma primeiro caso de gripe aviária em aves de subsistência

2

ForestFire 2025 reúne especialistas de 10 países em Cuiabá para debater incêndios florestais

3

Green Has na Hortitec 2025: inovação no centro das conexões do agro

4

Azul Pack na Hortitec 2025: tecnologia de ponta com DNA brasileiro

5

FMC lança fungicida Onsuva na Hortitec 2025

Assine a Revista Campo & Negócios

Tenha acesso a conteúdos exclusivos e de alta qualidade sobre o agronegócio.

Publicações relacionadas

Aves de subsistência em área rural de Goiás com sinalização de vigilância sanitária

Goiás confirma primeiro caso de gripe aviária em aves de subsistência

ForestFire 2025

ForestFire 2025 reúne especialistas de 10 países em Cuiabá para debater incêndios florestais

estande da green has na hortitec 2025

Green Has na Hortitec 2025: inovação no centro das conexões do agro

AzulPack na Hortitec 2025

Azul Pack na Hortitec 2025: tecnologia de ponta com DNA brasileiro