Os organominerais proporcionam redução de perdas por volatilização?

Publicado em 18 de dezembro de 2019 às 10h45

Última atualização em 18 de dezembro de 2019 às 10h45

Acompanhe tudo sobre Adubação, Matéria orgânica, Nitrogênio, Polímero, Solo e muito mais!

Autor

Thales Barcelos Resende
Doutorando em Agronomia/Fitotecnia – Universidade Federal de Lavras (UFLA)
thales_br@outlook.com
Crédito Ana Maria Diniz

Dentre os maiores desafios encontrados na aplicação de fertilizantes está a não utilização destes em condições e momentos adequados, causando perdas por lixiviação, volatilização, desnitrificação e até mesmo por aplicações que não seriam necessárias naquele momento.

O elemento nitrogênio (N) é um dos elementos mais interativos com o meio ambiente, podendo ser perdido até 25% (volatilização) quando utilizado de maneira inadequada, não causando o efeito desejado do produto aplicado.

Para este nutriente, as fontes são diversificadas no mercado, podendo o produtor optar por adubos mais convencionais, por aqueles que possuem uma eficiência aumentada pela adição de polímeros ou até mesmo os organominerais, que são fonte de nitrogênio, diminuindo perdas por volatilização e mantendo a aplicação mais eficiente.

Trabalhos mostram que a ureia é a fonte de nitrogênio mais utilizada pelos produtores no Brasil, porém, este é o fertilizante mais sensível à volatilização. Em caso de estiagem e em solos com altas temperaturas, este adubo pode se perder por completo, não sendo eficiente a adubação.

Por isso, deve-se tomar cuidado com as condições climáticas quando se opta por este fertilizante. Outras fontes, como os sulfatos e  nitratos, possuem período maior de tolerância, não volatilizando facilmente para o ambiente e se mostrando mais eficientes. Porém, com um custo maior, o que não agrada o bolso dos produtores.

Erros fatais

Algumas decisões podem levar muitos produtores a cometerem equívocos quanto ao organomineral, como por exemplo, a fabricação do próprio adubo na sua fazenda sem o acompanhamento de um profissional que conheça o processo. Isso pode aumentar a perda de nitrogênio mineral no material, ao invés de diminuir, pois quando o composto ainda não está estabilizado, sua umidade e temperatura são altos, deixando a enzima uréase com atividade máxima, causando perdas de até 100% do N aplicado no composto.

Por esse motivo, a recomendação é que se a fabricação for em sua própria fazenda, ela seja acompanhada por um técnico com conhecimento para este tipo de atividade.

No tempo certo

Quando se obtém um organomineral de qualidade, os resultados demoram a aparecer, porém, com o uso sequencial desta tecnologia os resultados são visíveis com o passar do tempo, como aumento da matéria orgânica do solo, aumento da CTC, poder tampão do perfil, menor acidificação do solo, maior retenção de umidade próximo às plantas e a possibilidade de realizar a adubação com apenas um parcelamento. Porém, estas vantagens são adquiridas a longo prazo, não apresentando resultados imediatos.

Nos primeiros anos os organominerais devem ser aplicados em duas parcelas, uma no início da estação chuvosa e outra no meio. Já com a utilização sequencial em vários anos, pode-se recomendar a aplicação em dose única, no início da estação chuvosa.

Quanto à dose, recomenda-se, nos primeiros anos, a equivalência com o adubo mineral, e com o passar do tempo há redução de até 30%.

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