Vazio sanitário para broca-do-café funciona?

Abrir matéria com fotona, pois o texto está pequeno - Crédito Ana Maria Diniz

Publicado em 2 de janeiro de 2018 às 07h54

Última atualização em 2 de janeiro de 2018 às 07h54

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O vazio sanitário foi lançado na região do Cerrado Mineiro, após a colheita, e é uma ferramenta para diminuir o ataque da broca

Abrir matéria com fotona, pois o texto está pequeno - Crédito Ana Maria Diniz
 Crédito Ana Maria Diniz

O vazio sanitário no café pode reforçar ainda mais o manejo da broca, além do monitoramento bem feito, utilização de inseticidas e adjuvantes eficientes e qualidade de aplicação.

Como a praga precisa obrigatoriamente dos frutos para propagar-se e multiplicar-se, um período de ausência de frutos (no pé ou no chão)impediria a propagação e reduziria a pressão de infestação entre safras.

“É uma prática muito interessante, que vem se mostrando eficaz em cultivos como soja, feijão e algodão para compor o manejo de outros problemas. No café, poderia reforçar ainda mais o manejo da broca“,consideraEnivaldo Marinho Pereira, técnico agrícola e produtor, mais conhecido como ‘Pioi’.

 

Vazio sanitário

“O vazio sanitário foi lançado na região do Cerrado Mineiro, após a colheita, e tem como objetivo intensificar a produção da safra seguinte, mostrando-se uma grande ferramenta para diminuir o ataque da broca“, considera Pioi.

O vazio sanitário é um conjunto de práticas culturais que se iniciam com uma colheita bem feita, uma vez que a mecanização na derriça intensificou-se muito nos últimos anos e com isso tivemos um aumento na sobra de café nas lavouras.

Na sequência, fazer o “repasse“ (mais de um se necessário), depois lançar mão da utilização das práticas de varrição e rastelação (existem equipamentos e implementos modernos para tal); tudo na tentativa de eliminar todo e qualquer resto de café que possa sobrar.

Lembrando que esta remoção de frutos remanescentes gera receita através da comercialização deste café de qualidade inferior, mas que mesmo assim deve ser suficiente para cobrir o custo operacional. Atenção para lavouras esqueletadas no ano anterior, pois pode ter sobrado alguma gema viável, a qual pode florescer e gerar frutos, possibilitando a multiplicação da praga.

Pioi diz quese pode aproveitar outras práticas já existentes, como a destruição dos restos culturais na entrelinha do cafezal, com a utilização de trinchas mecânicas (para áreas que foram esqueletadas, por exemplo), o que destruirá também eventuais frutos que possam ter sobrado no chão. “Outra prática existente é a desbrota, aproveitando para remover frutos/flores remanescentes nos pés de café. Ainda temos a “distribuição de cisco“ para debaixo da saia do cafeeiro, protegendo o solo e promovendo o desenvolvimento de diversos fungos benéficos, dentre eles a Beauveriabassiana, que pode suprimir o desenvolvimento da broca“, pontua.

Enfim, o vazio sanitário deve se tornar uma prática difundida, conhecida e executada, para compor o manejo desta importante praga na cafeicultura.

Lavoura com colheita mal feita aumenta o ataque da broca no ano seguinte - Crédito Pioi
Lavoura com colheita mal feita aumenta o ataque da broca no ano seguinte – Crédito Pioi

Manejo

Lembrando e reforçando que para o manejo eficaz da broca-do-café deve-se conhecer a biologia da praga (ciclo, formas biológicas, dispersão desuniforme no ataque, influência do clima), aplicar boas práticas na tecnologia de aplicação (uso de adjuvantes apropriados, como óleos emulsionáveis, eletrostática vs convencional, volume de calda adequado, época de aplicação), fazer o monitoramento (levantamento inicial, acompanhamento, %brocados e %brocas vivas, atenção às floradas), além do vazio sanitário (colheita bem feita, repasse, varrição e rastelação, trincha, desbrota, distribuição do cisco).

Por fim, deve-se utilizar produtos químicos (inseticidas) registrados visando sempre um manejo integrado de pragas (MIP) e/ou manejo integrado de resistência (MIR).

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