Cultivo de agrião em tanques

Publicado em 12 de agosto de 2017 às 07h49

Última atualização em 12 de agosto de 2017 às 07h49

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Elisamara Caldeira do Nascimento

Talita de Santana Matos

Engenheiras agrônomas e doutoras em Agronomia

Glaucio da Cruz Genuncio

Doutor em Agronomia e professor da UFMT

glauciogenuncio@gmail.com

Crédito Shutterstock
Crédito Shutterstock

De origem asiática, o agrião saiu da região sudeste da Ásia para o continente europeu há vários séculos. Desde então, se espalhou rapidamente pelo mundo, sendo facilmente encontrado nos canteiros brasileiros.

O agrião d’água (Rorippa nasturtium aquaticum (L.) Hayek) é uma brássica semiperene, adaptada a clima ameno e cultivada no outono-inverno, na maioria das regiões.

A cultivar tradicional Folha Larga produz plantas vigorosas, de alta capacidade de perfilhamento, com folhas tenras e arredondadas. O caule é rastejante, do qual se desenvolvem finas raízes aquáticas que retiram nutrientes do meio líquido, e raízes pivotantes que fixam a planta ao solo. Por se tratar de uma planta semiaquática, a espécie se desenvolve adequadamente em água corrente.

O agrião apresenta folhas pequenas e verde-escuras, com baixo teor calórico, fonte de provitamina A (especialmente betacaroteno), possui grande quantidade de vitamina C, vitaminas do complexo B e sais minerais. O talo crocante tem ainda alto teor de iodo. Para completar, as folhas apresentam um sabor picante, mas suave, que estimula o apetite.

Crédito Abracen
Crédito Abracen

Condições para o plantio

O agrião se desenvolve bem em áreas com temperaturas entre 12 a 20ºC no período noturno. Nessas condições, chega a crescer naturalmente como planta selvagem. Em regiões muito quentes, o florescimento pode ser induzido precocemente, o que prejudica seu crescimento e qualidade.

Como é uma planta rústica e resistente, o agrião é fácil de cultivar, porém, precisa de muita água limpa disponível. E, embora seja uma hortaliça que agrade bastante, é bom se assegurar sobre a existência de um mercado consumidor na vizinhança da lavoura.

Por ser uma planta semiaquática, o agrião d’água adapta-se bem ao sistema de cultivo hidropônico, estando com uma lâmina d’água de pelo menos três centímetros acima do tanque (floating).

Produtividade

Não existem dados concisos sobre a produtividade do agrião. Entretanto, sua comercialização na Ceasa BH foi de, aproximadamente, 108 mil kg em 2016. Já na Ceasa Uberlândia foi de, aproximadamente, 23 mil kg naquele mesmo ano. Tais valores representam uma significativa demanda para esta olerícola.

Cultivo em tanques

O cultivo de agrião pode ser feito em sistema tipo tanque de 6,0 m de largura e até 10 m de comprimento, com profundidades variando de 15 a 30 cm. O agrião será plantado em placas de poliestireno (Isopor), que ficarão em superfície.

As raízes absorverão nutrientes adicionados ao tanque e controlados a partir das leituras de EC (Condutividade Elétrica) e pH. Ressalta-se que a aeração é o parâmetro de maior importância para este sistema, sendo que a mesma deve ser mantida entre 08 a 10 mg/L de O2 dissolvido.

Cuidados com a limpeza, redução de algas e não infecção com Pythium e Pectobacterium são primordiais para o sucesso do cultivo do agrião neste sistema.

O plantio se dá na forma convencional/hidropônico NFT, em substratos ou espuma fenólica e, após 15 dias, em média, as mudas são transplantadas para o sistema, onde permanecerão entre 25 a 35 dias, dependendo da região do Brasil.

Vantagens

Entre as vantagens do cultivo de agrião em tanques estão a maior adaptabilidade da planta, caso haja uma deficiência de O2, com valores abaixo de 6 mg/L de O2 dissolvido.

A estrutura necessária é uma estufa de 07 a 08 m de largura, com pórticos distando 03 a 04 m e pé direito entre 3,5 a 04m, respectivamente. Os tanques são construídos em blocos ou alvenaria, recobertos com um isolante ou manta utilizada para piscicultura.

No fundo existe a necessidade da passagem de mangueiras perfuradas, onde será injetado ar comprimido para a aeração da solução nutritiva, cujo objetivo é a respiração da rizosfera.A adubação a ser adotada pode ser a recomendada por Furlani ET al., (1999), e os cuidados com o monitoramento e correção da solução devem ser mantidos como os protocolos estabelecidos para o sistema NFT.

Ainda uma novidade

O cultivo do agrião em sistema NFT é comum, porém, em tanques não. Na realidade, o sistema tanque ou Floating não é comum no Brasil. Em contrapartida, em países com Holanda e Israel a adoção do sistema é comum para o cultivo de hortaliças (principalmente alface).

De modo geral, o espaçamento adotado entre as plantas é igual ao NFT, com no mínimo 20 centímetros entre plantas e linhas. O plantio se dá via semente (10 a 12 sementes por célula) e a colheita com aproximadamente 45 -50 dias após o plantio.

Essa matéria completa você encontra na edição de Agosto 2017  da revista Campo & Negócios Hortifrúti. Adquira já a sua para leitura integral.

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