Aminoácidos são essenciais à produção de feijão

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Publicado em 8 de maio de 2017 às 07h49

Última atualização em 8 de maio de 2017 às 07h49

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Nilva Teresinha Teixeira

Engenheira agrônoma, doutora em Solos e Nutrição de Plantas e professora do Curso de Engenharia Agronômica do Centro Regional Universitário de Espírito Santo do Pinhal (Unipinhal)

nilvatteixeira@yahoo.com.br

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Para as plantas, os aminoácidos são fundamentais: formam as proteínas, que participam dos tecidos e atuam como enzimas, são precursores de vitaminas, de hormônios, nucleotídeos, ácidos nucleicos e hormônios.

Porém, os aminoácidos agem de outras maneiras nos vegetais e, por vezes, ativam o metabolismo das plantas. O ácido aspártico, por exemplo, responde pela translocação do nitrogênio pelo floema (que distribui a seiva elaborada das folhas para os demais órgãos das plantas).

O ácido glutâmico desempenha papel fundamental na eficiência do metabolismo do nitrogênio, pois é o primeiro composto formado na assimilação desse elemento, formando as amidas glutamina e asparagina, e a partir desses, o transporte para os diferentes órgãos da planta é sintetizado pela incorporação da amônia em compostos orgânicos, dando origem a vários aminoácidos, sendo a principal via de entrada de N mineral nos compostos orgânicos nas plantas.

A arginina influi na fotossíntese e participa do crescimento e transporte dos nutrientes para flores, frutos e sementes. Já a alanina participa da formação e germinação do grão de pólen e a glicina é precursora da clorofila, participando, assim, da fotossíntese e, também, é quelante de metais.

O triptofano é precursor do hormônio de crescimento das plantas -a auxina ácidoindolacético. A metioninaé o precursor do hormônio etileno, responsável pela maturação regular dos frutos. Tirosina e fenilanina são os precursores dos compostos fenólicos como o ácido cinâmico, o ácido cumárico e flavonas, envolvidos com a defesa das plantas e dormência de sementes e, também, da lignina na planta, que aumenta a resistência ao acamamento.

É de conhecimento bastante antigo que as plantas absorvem, via raízes e parte aérea,substâncias minerais e pequenas moléculas orgânicas. Por exemplo: os vegetaispodem absorver o nitrogênio na forma mineral (nitrato, amônio, amônia, nitrito ” com destaque para a primeira forma) e, também, na forma de pequenas moléculas orgânicas ” como os aminoácidos.

Quando se aplica aminoácidos na adubação economizam-se rotas metabólicas e, em consequência, energia, sendo que tais compostos são incorporados rapidamente nas vias metabólicas, estimulando a síntese de proteínas.

Vantagens

Quando se acrescenta aminoácidos no processo produtivo pode-se melhorar a germinação de sementes, a vegetação, aflorada e a maturação dos frutos.Ainda, o seu uso reduz estresses causados por produtos fitossanitários e fertilizantes agrícolas, pois estimula a síntese de proteínas formadoras de tecidos e enzimas, o que acelera novas brotações e o enfolhamento das plantas.

O emprego exógeno dos aminoácidos pode aumentar a resistência às pragas e doenças. Observe-se que, conforme se referiu, os aminoácidos tirosina e fenilanina são os precursores dos compostos fenólicos como o ácido cinâmico, o ácido cumárico e flavonas, envolvidos com a defesa das plantas.

Além disso, os aminoácidos proporcionam redução dos compostos solúveis nas plantas, que são um dos responsáveis pela susceptibilidade das plantas às pragas e doenças.

Outro aspecto interessante é o efeito dos aminoácidos na absorção iônica -íons ligados aos aminoácidos têm o transporte pela membrana celular facilitado, com absorção mais rápida que quantidades equivalentes do íon na forma livre.

Como aplicar

A aplicação foliar é uma possibilidade para o fornecimento de nutrientes às plantas. Entretanto, deve ser associada à adubação via solo, conforme se enfatiza na literatura. Especificamente para o feijoeiro, autores consideram, por exemplo, que o uso do nitrogênio via solo associado à aplicação foliar pode aumentar a produtividade.

Também em relação ao uso do fósforo via foliar, relatos têm evidencia do que a associação de P via solo e duas aplicações foliares (com três e seis trifólios) beneficiaram a produção de grãos. Porém, outras observações de literatura indicam que não há respostas da aplicação de macronutrientes via folha.

Em relação à adubação foliar com micronutrientes,a literatura destaca casos de sucesso como uso de manganês, zinco e molibdênio. A pulverização com manganês e zinco em pré-floração (R5) e na floração (R6) pode aumentar a produtividade dos grãos e a formação de lipídios e proteínas. Já o uso de molibdênio via foliar, aos 20 dias após a germinação, tem propiciando bons resultados.

A aplicação conjunta de aminoácidos e nutrientes de plantas, via foliar, facilitam a absorção dos nutrientes.

Experimento

A equipe da Nutrição de Plantas do Curso de Engenharia Agronômica do UniPinhal estudou, no campo,em feijoeiro, a influência da introdução de fertilizantes associando aminoácidos e nutrientes de plantas (nitrogênio, fósforo, potássio)na produção de feijoeiro cv Pérola, em diferentes estágios do ciclo da cultura.

Essa matéria completa você encontra na edição de maio 2017 da revista Campo & Negócios Grãos. Adquira já a sua para leitura integral.

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