Fertilizantes: insumos fundamentais para manutenção da saúde e qualidade de vida

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Publicado em 27 de janeiro de 2017 às 09h17

Última atualização em 27 de janeiro de 2017 às 09h17

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O Brasil é o segundo maior exportador agrícola do mundo e deverá assumir a liderança mundial a partir de 2024, como provedor de alimentos para o planeta. O cenário futuro é de aumento da população. Haverá, então, necessidade cada vez maior de garantir a segurança alimentar e nutricional para a população.

Os fertilizantes são imprescindíveis para a qualidade e quantidade da produção agrícola, pois são fontes de nutrientes para as plantas, sem os quais elas não completam o seu ciclo de vida. O país consome cerca de 32,2 milhões de toneladas de adubos atualmente, o que resulta em crescimento na produção de alimentos para consumo interno e também para exportação.

Todo esse processo ainda é pouco conhecido pela população, que também confunde fertilizantes com outros produtos agrícolas.  Com o objetivo de desfazer os conceitos populares errôneos sobre o uso de adubos no cultivo das culturas, foi lançada recentemente a iniciativa Nutrientes para a Vida (NPV), segmento nacional do programa americano Nutrients for Life.

Dr. Luiz Roberto Guimarães Guilherme, engenheiro agrônomo e professor do Departamento de Ciência do Solo da Universidade Federal de Lavras, exalta não somente a importância dos fertilizantes para a produção de alimentos, mas também o seu benefício para a saúde humana: “Existe uma relação direta entre o que está presente no solo e o que está contido nos produtos plantados. O fertilizante é essencial para aportar os nutrientes que estão deficientes no solo“, explica.

Dr. Guilherme ainda argumenta que também há uma relação direta entre a biodisponibilidade do nutriente e a necessidade de sua adição como fertilizante, como ocorre, por exemplo, com o zinco. “O zinco é um nutriente fundamental para o crescimento das plantas, mas na maior parte dos solos deficientes do cerrado, por exemplo, é preciso fornecê-lo via adubação“. Uma das consequências da carência de zinco nas populações ” que já afeta cerca de dois bilhões de pessoas no mundo ” é justamente o problema de nanismo.

Para o bom desenvolvimento da agricultura, é necessário suprir a demanda das plantas em macronutrientes ” nutrientes que são exigidos em maiores quantidades ” e em micronutrientes ” nutrientes que são exigidos em menores quantidades “, ambos disponíveis nos fertilizantes.

“Nos solos nacionais, de maneira geral, é preciso adubar com  quase todos os nutrientes. É fundamental fazer a análise do solo para verificar os nutrientes que estão em falta, para aplicá-los na quantidade adequada“, comenta Dr Guilherme.

Panorama do futuro: alimentos funcionais
O conceito de segurança alimentar engloba cinco pilares fundamentais: produção em quantidade suficiente; qualidade nutricional; segurança no que diz respeito à não contaminação de produtos; aceitação dos alimentos e estabilidade da produção.

“Cada vez mais a ciência mostra que, em grande parte das populações, a quantidade de alimentos já não é uma grande barreira, porém, a qualidade da dieta é um problema sério. Assim, há uma tendência, em alguns países, de aplicar obrigatoriamente aqueles nutrientes considerados deficientes nos solos para alcançar o teor adequado nas plantas“, afirma Dr. Guilherme.

Aumentar a concentração de minerais e vitaminas em culturas que alimentam
grandes populações, utilizando as técnicas modernas de produção agrícola, é a
maneira mais fácil de levar o nutriente à população. O panorama para o futuro
inclui uma nova estratégia, voltada à especificidade da nutrição de qualidade
para a sociedade: a do alimento funcional.  Além de suas qualidades nutricionais básicas, ele age de forma benéfica em uma ou mais funções do organismo
humano. Tais alimentos também são vistos como promotores de saúde
e podem estar associados à redução do risco a certas doenças.

“Não tenho dúvidas de que chegará o momento em que alguns países exigirão garantias mínimas em nutrientes no produto a ser exportado. Hoje, vendemos commodities (mercadorias), como a soja. Se, por exemplo, exportamos uma soja com alto teor de selênio, e formos capazes de mostrar que o nutriente está na forma de uma proteína que pode reduzir a incidência de câncer de próstata, passamos a ser provedores de uma specialty (mercadoria especial) com importante papel nutricional e, até mesmo, preventivo de doenças“ esclarece.

A produção de alimento funcional, agradável ao paladar e com alto teor de nutrientes é um novo patamar da agricultura. Ainda, segundo Dr. Guilherme, já existem parâmetros estabelecidos para o futuro. “Um bom teor de zinco em trigo é de 33 partes por milhão e em algum momento chegará a um consenso mundial. Se comercializarmos um trigo com teor mais baixo, consequentemente, será menos valorizado“.

Atualmente, em algumas regiões da Índia, é obrigatória a presença de zinco
no fertilizante, até por questão de sobrevivência. A China está começando
a aderir a este sistema. Já a Finlândia foi o primeiro país do mundo a
acrescentar selênio no adubo por decisão governamental – estudos mostram
uma redução drástica na incidência de câncer de próstata em
decorrência da melhor ingestão de selênio pela população masculina.

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