Irrigação aumenta eficiência da adubação nitrogenada no feijoeiro

Fotos Luize Hess

Publicado em 9 de dezembro de 2016 às 07h38

Última atualização em 9 de dezembro de 2016 às 07h38

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Fotos Luize Hess
Fotos Luize Hess

A irrigação é necessária para atender as necessidades hídricas do feijoeiro, que pode variar entre 300 a 500 mm no ciclo, dependendo das condições climáticas. Além disso, a irrigação é uma ferramenta fundamental para aumentar a produtividade do feijoeiro, tornar viável o plantio da cultura em locais com períodos de déficit hídrico acentuado e garantir maior segurança para a produção, com as frequentes instabilidades climáticas.

Segundo William Damas, engenheiro agrônomo e consultor, entre os principais fatores limitantes da produtividade da cultura do feijoeiro no País, destacam-se aqueles relacionados ao baixo nível técnico empregado pelos produtores e ao cultivo em solos de baixa fertilidade, especialmente pobres em N. “Sendo assim, a adubação nitrogenada se torna fundamental para atender a necessidade nutricional deste elemento pela cultura e proporcionar altas produtividades“, diz.

Duas por uma

O manejo da irrigação combinado com a aplicação de nutrientes, técnica chamada de fertirrigação, é uma das formas mais eficientes para se nutrir uma planta, pois os nutrientes ficam prontamente disponíveis para absorção, além da possibilidade de se realizar a nutrição ao longo do seu ciclo fenológico, aumentando de forma expressiva a eficiência de absorção dos nutrientes.

“A adubação nitrogenada via água de irrigação, como dito anteriormente, aumenta a eficiência de absorção pelas plantas e ainda há possibilidade do parcelamento da adubação ao longo do ciclo da cultura, realizando as nutrições nas fases de maior necessidade pela cultura“, pontua William Damas.

A irrigação aumenta produtividade - Fotos Luize Hess
A irrigação aumenta produtividade – Fotos Luize Hess

Na dose certa

A quantidade de nitrogênio a ser aplicada depende de vários fatores, como a fertilidade do solo, expectativa de produção, material utilizado, entre outros. “O feijoeiro pode extrair do solo quantidades em torno de 02 kg de N por saca produzida. O manejo adequado da adubação nitrogenada representa uma das principais dificuldades da cultura do feijoeiro, visto que a aplicação de doses excessivas de N, além de aumentar o custo econômico, pode promover riscos ao ambiente, e a sua utilização em quantidade insuficiente pode limitar o seu potencial produtivo“, alerta William Damas.

Ainda segundo ele, a busca por orientação de profissionais especializados no manejo da irrigação e fertirrigação é fundamental para o sucesso da prática.

Cuidados

Considera-se que as perdas de adubos nitrogenados aplicados estão em torno de 50%, sendo ocasionadas principalmente por lixiviação, na forma de nitrato e escorrimento superficial, provocado por águas das chuvas e utilização de métodos de irrigação pouco eficientes, que aplicam grande quantidade de água.

De acordo com o agrônomo, a utilização de métodos eficientes torna-se fundamental para realização da adubação nitrogenada de forma eficiente, destacando a irrigação localizada por gotejamento subterrâneo, devido a sua característica de aplicar a água diretamente no sistema radicular da planta, com alta frequência de aplicação e baixo volume.

A técnica proporciona ao solo condições ideais de umidade, favorecendo a absorção da planta e diminuindo os riscos de perdas, principalmente por lixiviação. O monitoramento da irrigação também é fundamental, para evitar a falta ou excesso de umidade no solo.

No campo

A técnica da irrigação localizada por gotejamento vem proporcionando muitos benefícios para a cultura do feijoeiro, destacando o excelente desenvolvimento inicial e aumento da produtividade pela eficiência na aplicação da água e nutrientes, com expectativa de se ultrapassar as 80 sacas/ha, com uniformidade de desenvolvimento das plantas e diminuição de tratamentos fitossanitários.

“Por característica do sistema, a água não molha as folhas, diminuindo principalmente as doenças fúngicas, que são muito prejudiciais ao feijoeiro, garantindo assim grãos de melhor qualidade“, conclui William Damas.

Essa matéria você encontra na edição de dezembro 2016 da revista Campo & Negócios Grãos. Adquira já a sua.

 

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