Unicamp desenvolve aerogéis sustentáveis à base de batata-doce com múltiplas aplicações industriais

Tecnologia biodegradável substitui o isopor, trata poluentes e tem potencial para uso na biomedicina e na indústria de alimentos.
amostra de aerogel sustentável de batata-doce desenvolvido na Unicamp
Foto: Pedro Amatuzzi - Inova Unicamp
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Pesquisadores da Unicamp desenvolveram um aerogel sustentável feito a partir do amido de batata-doce, com aplicações inovadoras nas áreas ambiental, industrial e biomédica. A tecnologia é leve, porosa, resistente e biodegradável, e pode ser usada desde o tratamento de água, ar e solo até a substituição do isopor em embalagens ecológicas, além de aplicações em engenharia de tecidos e liberação de bioativos.

O novo aerogel, criado por equipes da Faculdade de Engenharia de Alimentos (FEA) e da Faculdade de Tecnologia (FT) da Unicamp, resolve um dos principais desafios do setor: a produção limpa e sustentável de materiais com alta performance, evitando o uso de solventes orgânicos complexos e etapas com alto consumo de energia.

Processo de produção é mais rápido, limpo e eficiente

“A base do nosso aerogel é o amido da batata-doce, um polímero natural que oferece uma alternativa aos materiais sintéticos convencionais”, explica a pesquisadora Carolina Siqueira Franco Picone. O processo desenvolvido na Unicamp é mais simples e ambientalmente seguro, dispensando o uso de solventes como etanol ou CO₂.

Isso garante maior eficiência energética e menor geração de resíduos, tornando a solução altamente viável para escalonamento industrial.

Aplicações vão da descontaminação ambiental à biotecnologia

A pesquisadora Patricia Prediger, da FT, destaca o uso do aerogel como agente despoluente em águas residuárias, com vantagens logísticas e ambientais: “Diferente dos materiais em pó, o nosso aerogel tem estrutura tridimensional, pode ser removido da água sem filtração e não apresenta toxicidade”.

A estrutura porosa permite absorção e adsorção de contaminantes, o que o torna útil também para purificação do ar, tratamento de solo contaminado e degradação química de poluentes.

Além disso, a tecnologia pode ser utilizada como:

  • Substituto ecológico do isopor em embalagens;
  • Isolante térmico leve para construção civil;
  • Suporte para liberação controlada de bioativos em alimentos e medicamentos;
  • Base para cultivo celular e próteses na biomedicina e em alimentos plant-based.

Patente e licenciamento: tecnologia já disponível para o mercado

A inovação já é objeto de pedido de patente com apoio da Agência de Inovação Inova Unicamp, responsável pela proteção da propriedade intelectual da Universidade. A tecnologia está disponível para licenciamento, com potencial para atender indústrias comprometidas com práticas sustentáveis.

“O suporte da Inova foi excelente, especialmente na redação do documento de patente e no levantamento de anterioridades”, destaca Picone.

Empresas interessadas podem entrar em contato com a Inova Unicamp por meio do Portfólio de Tecnologias da universidade, onde também é possível conhecer outras soluções disponíveis para o mercado.

Contribuição para os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável da ONU

A iniciativa se alinha diretamente ao ODS 11 – Cidades e Comunidades Sustentáveis, promovendo inovação limpa e soluções urbanas verdes. “A aplicação desse aerogel pode auxiliar as indústrias a atingirem metas globais de sustentabilidade”, afirma Patricia Prediger.

A Inova Unicamp também oferta as tecnologias para as empresas, com a intenção de que o conhecimento gerado na Universidade chegue em forma de soluções ao mercado e à sociedade. Para conhecer outros casos de licenciamento de tecnologias da Unicamp acesse o site da Inova.

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