Correta tecnologia de aplicação reduz resistências

Créditos Shutterstock

Publicado em 2 de janeiro de 2016 às 07h00

Última atualização em 2 de janeiro de 2016 às 07h00

Acompanhe tudo sobre Defensivo, GPS, Inhame, Maquinário, Mecanização, Planta daninha, Pulverização e muito mais!

 

A má cobertura e distribuição irregular do defensivo sobre o alvo é um dos fatores de grande importância responsável pelo surgimento das resistências

 

Créditos Shutterstock
Créditos Shutterstock

Quando se faz o controle fitossanitário de uma doença, praga ou planta daninha, é muito importante que as doses recomendadas sejam respectivamente colocadas no alvo, pois se for administrada uma subdose ou uma superdose, pode-se criar resistências de novas plantas ou novos insetos, dificultando cada vez mais o controle.

“Aplicando subdoses, o operador pode achar que o problema está controlado, enquanto não está, persistindo os organismos resistentes, que a partir daí criam força, exigindo aplicações cada vez maiores para o controle“, alerta Wellington Pereira Alencar de Carvalho, professor de Mecanização e Tecnologia de Aplicação da UFLA.

Quando se tem uma aplicação mal feita, de modo que o produto não chega da forma adequada ao alvo, pode-se criar a resistência induzida por deficiência da tecnologia da aplicação. Assim, explica o especialista, tanto a sub como a superdose podem causar resistência.

Agentes

Numa doença, existem os agentes patogênicos, que são vírus, microrganismos, bactérias e fungos. Esses agentes são os causadores de doenças, que precisam de um ambiente favorável para atacar, ou seja, um agente transmissor e um hospedeiro. “Tendo esses três fatores a seu favor, o patógeno se desenvolve a uma velocidade muito grande“, avisa Wellington Pereira.

Quando a doença já está instalada, seu exponencial de propagação é muito grande, e por isso são necessárias medidas rápidas, quando de caráter curativo, para evitar prejuízos maiores.

Os bicos devem estar calibrados para o objetivo da pulverização - Créditos Shutterstock
Os bicos devem estar calibrados para o objetivo da pulverização – Créditos Shutterstock

Pontos importantes

Em áreas maiores, em função da rapidez de ataque dos agentes patogênicos, é fundamental investir no momento adequado, ou timer, como é chamado, para que haja controle efetivo.

“Se não houver rápido controle e domínio para inibir a ação desses agentes, não haverá a efetividade do controle. Lembrando que o rendimento operacional da máquina na necessidade de um rápido controle também interfere e, nesse quesito, temos que considerar que a aplicação aérea, por suas próprias “características“, possui elevado rendimento e qualidade“, pontua o professor.

Entre uma e outra

Nas aplicações terrestres, comparando com a aplicação aérea, a velocidade operacional é muito menor. Segundo Wellington Pereira, a possibilidade desse controle deve ser efetuada dentro do período que permita que essa máquina atinja toda a área necessária. “A velocidade da máquina, muitas vezes, é limitante para o controle efetivo“, avalia.

As máquinas, e até mesmo os aviões, têm suas limitações objetivando uma velocidade operacional adequada para a aplicação. No caso das pulverizações terrestres, se a velocidade for muito baixa perde-se rendimento operacional, entretanto, com o aumento de velocidade pode-se perder na questão de dirigibilidade, exceto em se tratando daqueles maquinários dotados de GPS e pilotos automáticos, que orientam e mantêm o alinhamento operacional.

Se a máquina não tiver essas tecnologias embarcadas, quando o produtor aumentar a velocidade operacional das aplicações terrestres será preciso também que o equipamento/aplicador tenha sistemas de estabilização de barras muito bem ajustados, pois quando a máquina terrestre começa a se deslocar a uma velocidade maior, há uma tendência natural de desestabilização das barras, o que pode gerar uma irregularidade na qualidade da distribuição, comprometendo todo o controle fitossanitário.

Ainda, em função de topografia de terreno muitas vezes o produtor fica limitado a explorar todo o potencial de deslocamento dessas máquinas.

É muito importante que as doses recomendadas sejam respectivamente colocadas no alvo - Créditos Shutterstock
É muito importante que as doses recomendadas sejam respectivamente colocadas no alvo – Créditos Shutterstock

Opções

Como opções de pulverização terrestre existem as máquinas que são tracionadas por tratores, há aquelas que são acopladas em tratores e as máquinas autopropelidas (máquinas pulverizadoras de deslocamento próprio).

Ø Pulverizadores de arrasto: são maiores quando comparadas aos pulverizadores acoplados aos três pontos do hidráulico do trator. Têm maior autonomia e maior capacidade de carga, o que exige um deslocamento mais lento. Em média, estes equipamentos operam durante a aplicação em velocidade entre 6 a 10 km por hora, dependendo da topografia do terreno.

Ø Pulverizadores acoplados aos tratores: menores que os anteriores (pulverizadores de arrasto), são acoplados aos três pontos do sistema hidráulico do trator. É uma extensão do trator, e por isso oferece uma mobilidade maior.

Ø Pulverizadores autopropelidos: atingem, em média, de 15 a 20 km/h, e em área planas chegam a velocidades superiores, dependendo da topografia do terreno, com presença de terraços.

Lembrando que, em períodos chuvosos, de temperaturas elevadas e alta umidade relativa, há dificuldades operacionais de deslocamento da máquina sobre solos com grande umidade. “Aumentando a velocidade operacional há um risco maior de aumentar o amassamento e dificuldade de manter a máquina no mesmo alinhamento“, reitera Wellington Pereira.

Essa matéria completa você encontra na edição de dezembro 2015  da revista Campo & Negócios Grãos. Adquira já a sua para leitura integral.

Participe do Nosso Canal no WhatsApp

Receba as principais atualizações e novidades do agronegócio brasileiro.

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Pesquisar

Últimas publicações

1

Fertilizante sustentável para plantas em vasos é desenvolvido pela Embrapa

2

Agroflex na Hortitec 2025: tecnologia nacional em destaque

3

East-West Seed Brasil: genética tropical a serviço do produtor na Hortitec 2025

4

Nutrisafra na Hortitec 2025: nanotecnologia em foco

5

Espécies nativas do Cerrado ganham espaço no paisagismo e na restauração ecológica

Assine a Revista Campo & Negócios

Tenha acesso a conteúdos exclusivos e de alta qualidade sobre o agronegócio.

Publicações relacionadas

Arquivo

Congresso Brasileiro de Soja 2025 debaterá 100 anos de soja no Brasil vislumbrando o amanhã

"Doenças da Cultura do Gergelim" lançado em Sorriso (MT)

Livro 'Doenças da Cultura do Gergelim' traz conhecimento inédito para produtores

Inoculação da soja

Inoculação com Bactérias Promotoras de Crescimento de Plantas

Foto do Solution Day

Solution Day: inovação, treinamento e resultados reais no agro