XXI CBSementes 2022: edição gênica, a revolução das sementes

A cadeia sementeira tem muito a ganhar com as novas tecnologias; Brasil não pode perder as oportunidades que surgem na pesquisa e no mercado
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Alexandre Nepomuceno em palestra (Jackson Mendes/Divulgação)

O melhoramento genético avançou em muitas casas com a edição gênica que é a base do crescimento do agronegócio brasileiro. Uma revolução que, para ser ainda maior, depende de investimentos em pesquisa. “Biotecnologia – A era da edição gênica e impactos na produção de sementes” foi tema da palestra do doutor Alexandre Nepomuceno, chefe-geral da Embrapa Soja, na segunda-feira (12), no XXI Congresso Brasileiro de Sementes (CBSementes). O evento acontece até quinta-feira (15), na Expo Unimed, em Curitiba. A realização é da Associação Brasileira de Tecnologia de Sementes (Abrates).

O presidente desta edição do CBSementes, Fernando Henning, o doutor e pesquisador da Embrapa Soja, foi o mediador deste momento da programação científica.

Na sua exposição, Nepomuceno destacou que vivemos várias revoluções tecnológicas, que vão impactar o dia a dia, nos laboratórios e no campo. É mais do que quebrar paradigmas. As inovações estão preparando o caminho para que, até 2050, possamos alimentar os 11 bilhões de pessoas – expectativa para a população mundial.

O pesquisador percorreu na palestra, a trajetória das tecnologias no Brasil, antes da primeira geração de transgênicos, no final dos anos de 1990. Ele destacou que, sem o desenvolvimento da soja transgênica não seria possível o Sistema Plantio Direto, que ocupa em torno de 60% da área de produção no Brasil. Mas, antes disso, em 1994, os Estados Unidos, já desenvolviam a primeira planta transgênica, que era uma variedade de tomate. Em 1996, chegou ao mercado o primeiro produto comercial.

Em 1997, a Argentina também entrava nessa corrida tecnológica. O Brasil ficou de 1998 a 2005 sem liberação de transgênicos. O que só aconteceu com a nova Lei de Biossegurança.

“Hoje, temos mais de 230 organismos geneticamente modificados pela Embrapa para uso no país, como cana-de-açúcar, eucalipto e soja. O único feijão modificado no mundo foi desenvolvido pela Embrapa. O Brasil é o segundo país produtor de plantas modificadas no mundo”, afirmou Nepomuceno.

O pesquisador destacou a importância do investimento em pesquisa. Para se ter uma ideia do que isso representa, o custo de colocação de uma planta transgênica no mercado é alto. As empresas públicas têm poucas condições de desenvolver tecnologias a um custo baixo, por isso precisam de parcerias com empresas privadas.

Tecnologia CRISPR

Os anos se passaram e desembarcamos na tecnologia CRISPR, que abriu as portas para a edição do genoma, o que pode democratizar o uso da biotecnologia na agricultura.

Em sua palestra, Nepomuceno também abordou temas que demandam de muitas discussões, como a propriedade intelectual da tecnologia CRISPR. Finalizou dizendo que o Brasil não pode deixar de se posicionar melhor neste mercado com o risco de ficar “trocando ouro por espelhos”.

O evento prossegue hoje (14) com vasta programação de palestras, incluindo painéis, visita ao showroom tecnológico e sessão pôsteres.

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