O 22° Encontro Nacional de Viveiristas, realizado nos dias 14 e 15 de outubro, reuniu profissionais de todo o país em um evento que celebrou o conhecimento, o networking e a paixão por cultivar.
Conversamos com Thaís Felício Copola, fundadora da Taií Mudas e Presidente da APHORTESP, que destacou: “Foi uma alegria enorme ver nosso evento cheio de pessoas que, assim como eu, compartilham a paixão por fazer crescer não apenas mudas, mas ideias, parcerias e sonhos.”


No segundo dia do evento, os participantes seguiram para uma visita técnica à Agrofior, um dos maiores viveiros de mudas de hortaliças do Brasil, localizado em Colombo (PR), na Região Metropolitana de Curitiba. A empresa abriu suas portas para 165 visitantes, entre viveiristas, fornecedores e parceiros de longa data, em uma imersão que mostrou gestão e propósito em cada detalhe da produção.
O prefeito de Colombo, Helder Lazarotto, acompanhou o evento e destacou o papel da empresa na economia local: “Ver Colombo sediar parte de um encontro nacional como o dos Viveiristas do Brasil é motivo de grande orgulho para todos nós. A Agrofior é um exemplo de empreendedorismo, tecnologia e dedicação ao campo, que leva o nome de Colombo para o Brasil inteiro.”
A visita foi cuidadosamente organizada pelos diretores Elizandro Fiorese e Rodrigo Fiorese, que conduziram os visitantes pelos bastidores da empresa. Para Elizandro, eventos como esse são fundamentais para o avanço do setor: “Esses encontros são essenciais para o crescimento coletivo. A troca de experiências e o network entre viveiristas é o que move o setor adiante, de forma mais eficiente e assertiva.”
O manto verde que inspira


Com 52 mil metros quadrados de estufas, a Agrofior produz anualmente 200 milhões de mudas de hortaliças, contando com uma capacidade instalada para até 360 milhões de unidades. Conhecer uma estrutura dessa extensão impressionou os visitantes e evidenciou o nível de controle de qualidade, logística e organização necessários para manter o ritmo produtivo. Mas, como relembra Elizandro, a trajetória da empresa nasceu da superação: “No começo, meu pai era caminhoneiro e vendeu o caminhão para investir em estufas e sementes. Seus irmãos e sócios também não podiam investir muito. Começamos pequenos, numa época em que ainda se sabia pouco sobre produção de mudas em ambiente protegido. Houve uma época em que perdíamos 70% da produção. Eram lotes e mais lotes sendo descartados. Foram tempos difíceis, boletos chegando e clientes insatisfeitos. Pensamos que íamos fechar.”
Foi a partir desses desafios que nasceu uma das maiores inovações da empresa. Em busca de soluções, a família Fiorese começou a produzir seu próprio substrato. Há 12 anos a Agrofior é um laboratório vivo, onde incontáveis mudas ajudaram a testar, ajustar e aprimorar suas formulações, até alcançar o padrão desejado que hoje é comercializado em todo o Brasil. Segundo o Diretor de Produção, Rodrigo Fiorese: “As flores e hortaliças da Agrofior são produzidas integralmente com substratos de fabricação própria, garantindo qualidade e rastreabilidade em cada etapa”.
Conhecimento em cada módulo
Devido à dimensão da empresa, a visita técnica foi dividida em seis módulos principais, sendo dois de acolhimento (café colonial e brindes) e quatro técnicos (Fábrica de substratos, Estufas de hortaliças, Setor de semeadura e Setor de expedição).
O evento teve início com um café colonial servido em meio a uma área de aproximadamente 6000 metros quadrados de flores, o que criou um clima acolhedor e facilitou a integração entre os participantes. Segundo Thais, o 22° Encontro Nacional de Viveiristas foi marcante: “Foi uma oportunidade para perceber que cada viveiro enfrenta desafios parecidos, mas também carrega experiências únicas que podem inspirar e fortalecer o coletivo.”



Os diretores da Agrofior acompanharam os grupos durante toda a visita, esclarecendo dúvidas e participando ativamente das conversas técnicas, um gesto que reforçou o espírito colaborativo da empresa.
Sustentabilidade como cultura
Outro destaque foi o compromisso ambiental do setor. De acordo com Elizandro Fiorese, em seu viveiro, quase 100% da energia utilizada é limpa, todas as bandejas são recicláveis e há separação de resíduos em todas as etapas do processo. O portfólio da empresa inclui produtos biodegradáveis, como o Paper Pot e os substratos orgânicos certificados pela Ecocert. “Procuramos atender às normas nacionais e internacionais de sustentabilidade. Cuidar do meio ambiente é parte da nossa cultura e nunca limitou nosso crescimento, pelo contrário, nos abriu portas e oportunidades.”, reforçou Rodrigo Fiorese. O prefeito Helder Lazarotto complementou: “O trabalho que eles realizam aqui mostra o quanto Colombo tem potencial e capacidade de liderar o setor agrícola com inovação e sustentabilidade.”
Conexões que germinam
O 22° Encontro Nacional de Viveiristas se consolidou como um espaço de aprendizado e integração. “Cada conversa, cada café e cada ideia compartilhada se tornaram sementes de novos projetos, parcerias e amizades duradouras”, afirmou Thais.
Para Rodrigo Fiorese, momentos como esse fortalecem toda a cadeia produtiva: “É na vivência prática, no diálogo aberto e na troca de experiências que o setor se desenvolve de forma mais sólida e inteligente. A Agrofior está de portas abertas para aprender, compartilhar e construir junto.”
Elizandro Fiorese explica que: “Foi entre bate-papos e convivências próxima com fornecedores e outros viveiristas que nós fomos cultivando a vontade de ampliar nosso leque de produtos e serviços, hoje, a empresa atua em três principais frentes de negócio — mudas de hortaliças, flores e substratos, este último dividido nas linhas Garden, Profissional, Paper Pot e Slab.”
Encerrando o circuito técnico na Agrofior, os participantes seguiram para a Dafitec, empresa referência na produção de máquinas de semeadura automatizada. Lá, foi possível conhecer de perto a tecnologia e a precisão que impulsionam a produtividade e a qualidade das mudas em larga escala. Para Elizandro Fiorese, o setor de mudas de hortaliças vive um momento de transformação: “A cada ano, vemos a tecnologia e a ciência se aproximarem ainda mais do campo. Hoje, produzir uma muda é muito mais do que germinar uma semente, é compreender processos, garantir qualidade e oferecer soluções sustentáveis que atendam ao agricultor de forma completa. Essa visita técnica mostra que, quando unimos conhecimento e propósito, o setor inteiro evolui.”
O prefeito Helder Lazarotto concluiu destacando o impacto positivo do evento para a cidade: “Eventos como este fortalecem a imagem da nossa querida Colombo como referência nacional na produção de mudas e hortaliças. Valorizam o trabalho das famílias agricultoras e dos empreendedores que acreditam no desenvolvimento do município. Apoiamos o crescimento do agronegócio local porque sabemos que a agricultura é uma das grandes forças que movimentam a nossa economia e geram oportunidades para os colombenses.”