Verticillium no tomate: como reconhecer e manejar a doença

Os primeiros sintomas surgem no início da frutificação e podem levar à perda total da lavoura se não houver controle.
Foto: Hélcio Costa

Publicado em 17 de novembro de 2025 às 07h48

Última atualização em 7 de novembro de 2025 às 14h15

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Entre os fatores que mais limitam a produtividade do tomateiro, as doenças se destacam pelo potencial de causar perdas severas. A murcha de Verticillium no tomate é uma delas — silenciosa no início, mas devastadora quando se instala.

Como reconhecer o Verticillium no tomate

Os primeiros sintomas aparecem geralmente no início da frutificação. As folhas mais velhas começam a amarelar em formato de “V”, com o vértice voltado para a nervura principal.

A murcha pode evoluir lentamente ou de forma acentuada, conforme o tipo de solo, nível de infestação e condições climáticas. Em casos severos, ocorre perda total da lavoura.

Um sinal típico surge ao cortar longitudinalmente a base do caule: os vasos apresentam coloração escura ou parda, característica da infecção. No entanto, apenas um exame laboratorial pode confirmar o diagnóstico, já que sintomas semelhantes podem ter outras causas.

Condições que favorecem a infecção

O Verticillium prospera em solos com pH entre 6,5 e 7,0, baixo teor de matéria orgânica e desequilíbrio nutricional. Temperaturas amenas (20–24 °C) e alta umidade do solo favorecem fortemente o desenvolvimento do fungo.

Disseminação do patógeno

A doença se espalha principalmente por sementes e mudas contaminadas. Em campo, a água de irrigação e o solo aderido a implementos agrícolas (arados, grades, etc.) são as principais vias de disseminação, tanto dentro quanto entre propriedades. O fungo é altamente persistente — sobrevive por vários anos no solo por meio de microescleródios.

Estratégias de manejo do Verticillium no tomate

A forma mais eficiente de controle é o uso de cultivares ou híbridos resistentes, preferencialmente já testados na região. Como a maioria dos híbridos atuais é resistente apenas à raça 1, e há registros da raça 2 em expansão, é fundamental evitar a introdução do patógeno em novas áreas — especialmente via implementos contaminados.

Outras medidas essenciais:

  • Utilizar mudas sadias e certificadas;
  • Fazer análise e correção do solo antecipadamente, ajustando o pH para níveis menos favoráveis ao fungo;
  • Empregar compostos orgânicos e manter adubação equilibrada, com atenção especial ao cálcio e magnésio;
  • Evitar excesso de nitrogênio;
  • Não plantar cultivares suscetíveis em áreas já afetadas;
  • Fazer rotação de culturas por vários anos, evitando solanáceas e morango;
  • Reduzir ferimentos nas raízes durante o manejo;
  • Limpar e desinfetar implementos agrícolas antes do uso em novas áreas.

Autoria:

Helcio Costa
Doutor em Fitopatologia e pesquisador – Incaper
helciocosta@incaper.es.gov.br

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