Novas variedades precoces de laranja aliam produtividade e qualidade do suco

Kawatta e Majorca superam Hamlin em sabor, cor e rendimento para suco. Cultivares serão disponibilizadas a partir do segundo semestre de 2025.
Laranja Majorca colhida em pomar paulista
As novas variedades de laranjeira-doce combinam precocidade e alta qualidade de suco. Na foto, a laranja Majorca Foto: Eduardo Girardi
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A citricultura brasileira avança com o lançamento de duas novas variedades precoces de laranja-doce, desenvolvidas em parceria por instituições como Embrapa, IAC, FCC e Fundecitrus. As cultivares Kawatta e Majorca foram selecionadas por seu alto rendimento, excelente qualidade de suco e adaptabilidade a diferentes regiões do estado de São Paulo. A apresentação oficial ocorrerá durante a 50ª Expocitros, marcada para 3 de junho.

Essas variedades, introduzidas do Suriname (Kawatta) e da Flórida (Majorca), vêm sendo avaliadas desde os anos 1990 e se destacam frente às já consagradas Hamlin e Valência Americana. Ambas apresentam coloração mais intensa, maior teor de sólidos solúveis, acidez equilibrada e excelente perfil sensorial — atributos que atendem à demanda da indústria processadora de sucos NFC (Not From Concentrate).

Vantagens agronômicas e industriais

De acordo com o pesquisador Eduardo Girardi, da Embrapa Mandioca e Fruticultura, Kawatta e Majorca atingem produtividades superiores a 30 toneladas por hectare, mesmo sem irrigação. Além disso, são compatíveis com os principais porta-enxertos, como limão Cravo, citrumelo Swingle e tangerineira Sunki. A maturação ligeiramente mais lenta que a da Hamlin facilita o escalonamento da colheita, estratégia valorizada pelos produtores.

A engenheira agrônoma Camilla Pacheco, da Citrosuco, destaca que as novas variedades respondem a uma necessidade crítica da indústria: sucos com maior valor agregado, com mais sabor e menos amargor — algo difícil de alcançar com as cultivares precoces atualmente disponíveis.

Histórico de pesquisa

A Kawatta foi introduzida no Brasil em 1969 e a Majorca, no fim dos anos 1980. Ambas foram inicialmente incorporadas ao Banco Ativo de Germoplasma (BAG) de Citros do CCSM/IAC e passaram por um processo de microenxertia e limpeza clonal. O trabalho se intensificou com a participação da Embrapa, que testou os materiais em diversas regiões paulistas por 14 safras, demonstrando adaptabilidade tanto ao sul quanto ao norte do estado.

A pesquisadora Marinês Bastianel ressalta a coloração intensa da polpa da Kawatta e os elevados teores de vitamina C na Majorca. Ambas podem ser aproveitadas tanto para suco quanto como frutas de mesa.

Lançamento e distribuição

O material propagativo será disponibilizado aos viveiristas no segundo semestre de 2025, em parceria com o IAC. As borbulhas serão fornecidas para formação de matrizes nos viveiros, que, por sua vez, produzirão as mudas finais para comercialização.

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Alinhamento com os ODS

A introdução dessas novas cultivares está em consonância com o Objetivo de Desenvolvimento Sustentável (ODS) nº 2 da Agenda 2030: “Fome zero e agricultura sustentável”. A Embrapa reforça, assim, seu compromisso com a segurança alimentar, a sustentabilidade e a inovação tecnológica no campo.

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