Uso racional da água em viveiros florestais

Publicado em 28 de dezembro de 2014 às 07h00

Última atualização em 28 de dezembro de 2014 às 07h00

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Claudio Roberto Ribeiro da Silva

Gestor Ambiental do Viveiro de Pesquisa do departamento de Ciência Florestal – FCA – UNESP – Campus de Botucatu-SP

claudinhobotucatu@hotmail.com

Richardson Barbosa Gomes da Silva

Doutorando – Viveiro de Pesquisa do departamento de Ciência Florestal – FCA – UNESP – Campus de Botucatu-SP

 

Abrir matéria - Crédito Cláudio Roberto RibeiroNo Brasil, o consumo de água na irrigação corresponde a 61% do uso total, ficando o restante dividido entre consumo industrial, 21%, e consumo urbano, 18%. A expansão das áreas urbanas aumentou a concorrência pelos recursos hídricos. Isso se aplica não só para as águas subterrâneas, mas também para as águas de superfície, como lagos e rios.

A disponibilidade da água também é limitada por sua qualidade, podendo se tornar um dos principais entraves ao desenvolvimento da irrigação no futuro. Com isso, a irrigação nos viveiros florestais está sendo forçada a se tornar mais eficiente, levando os pesquisadores e viveiristas a buscarem soluções para os problemas de eficiência no uso da água.

Haja vista que a principal finalidade da irrigação nos viveiros florestais é atender as necessidades hídricas das mudas, visando à qualidade, menor tempo de produção e maior retorno econômico, o maior desafio, agora, é reduzir a quantidade de água empregada na irrigação e, ao mesmo tempo, atender as exigências da muda.

Nos viveiros florestais brasileiros, o sistema de irrigação mais utilizado é a microaspersão, sistema que gera desperdício de água em razão de fatores como vento, espaços vazios e má distribuição dos microaspersores em relação às mudas.

Nestas circunstâncias, os viveiristas, temendo um declínio no crescimento das mudas, frequentemente erram pelo excesso de cautela e aplicam mais água do que realmente é necessário.

Limitações

Excelente enraizamento em casa de vegetação - Crédito Cláudio Roberto Ribeiro
Excelente enraizamento em casa de vegetação – Crédito Cláudio Roberto Ribeiro

De todos os recursos que a planta necessita para crescer, a água é o mais limitante para a produtividade, entretanto, ainda hoje, na maioria dos viveiros florestais brasileiros, o manejo de irrigação (lâmina bruta de água e frequência da irrigação) é determinado apenas por meio do exame visual das mudas.

Uma irrigação excessiva ou deficitária nas mudas pode trazer consequências negativas. O déficit hídrico pode resultar em baixo crescimento e morte da planta, pois ele afeta primeiro as raízes, a partir da qual se desencadeia uma série de efeitos negativos em toda a planta.

O estresse hídrico mais severo conduz ao fechamento estomático e à inibição da fotossíntese. O excesso de água pode levar à lixiviação dos nutrientes, provocando danos ao ambiente, baixo crescimento da planta e aumento nos custos. A água é, também, um componente integral da equação do manejo nutricional, principalmente quando o volume de irrigação excede a capacidade de retenção de água do substrato, levando à perda dos nutrientes com facilidade.

Excesso de água em casa de vegetação - Crédito Cláudio Roberto Ribeiro
Excesso de água em casa de vegetação – Crédito Cláudio Roberto Ribeiro

Doenças

Entre as doenças mais frequentes nos viveiros florestais, causadas pelo excesso de água, estão:

ü Tombamento das mudas ou “damping-off“: os microrganismos Rhizoctonia solani, Pythium spp. e Cylindrocladium spp. são causadores do tombamento das mudas. Os sintomas dessa doença são: podridão dos tecidos tenros da base do caule e do sistema radicular, queda e morte da miniestaca na fase de enraizamento, pequenos pontos encharcados e anelamento e constrição do caule, provocando tombamento.

ü Podridão de raiz: o Pythium spp. é um dos microrganismos causadores da podridão de raiz. Os sintomas dessa doença são: amarelecimento das folhas, seca do terço superior da planta, escurecimento do sistema vascular e sistema radicular.

ü Podridão de estacas: os microrganismos Rhizoctonia solani, Cylindrocladium spp. e Botrytis cinerea são causadores da podridão de miniestacas. Os sintomas dessa doença são: lesões escuras progredindo geralmente da base para o ápice da miniestaca e lesões intercalares em alguns casos.

ü Mofo cinzento: o Botrytis cinerea é o microrganismo causador do mofo cinzento. Os sintomas dessa doença são: morte das mudas em reboleira, abundante esporulação de coloração acinzentada com aparência de mofo ou bolor e folhas baixeiras com aspecto encharcado. Ataques mais severos podem ocorrer em canteiros com alta densidade de mudas e sob condições de alta umidade e temperaturas amenas. Afeta os tecidos mais jovens da parte aérea da muda, causando morte do ápice ou até mesmo da muda, em especial as mais jovens. Pode ocorrer em todas as fases do viveiro.

ü Canela preta: os microrganismos Cylindrocladium spp. e Botrytis cinerea são causadores da canela preta. O sintoma dessa doença é o anelamento da haste da muda e, consequentemente, morte da muda no campo após o plantio.

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