Ultra-adensamento de plantio – Mais produção aos citros

Ultra adensamento de plantio - Crédito Eduardo Girardi

Publicado em 5 de setembro de 2015 às 19h00

Última atualização em 5 de setembro de 2015 às 19h00

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Eduardo Sanches Stuchi

Engenheiro agrônomo, pesquisador da Embrapa Mandioca e Fruticultura e diretor da Estação Experimental de Citricultura de Bebedouro (EECB)

eduardo.girardi@embrapa.br

Eduardo Augusto Girardi

Pesquisador Embrapa Mandioca e Fruticultura

 

Ultra adensamento de plantio - Crédito Eduardo Girardi
Ultra adensamento de plantio – Crédito Eduardo Girardi

Plantar árvores de citros mais perto umas das outras aumenta a produção das safras iniciais em até 89% em relação aos espaçamentos tradicionais. Os resultados foram registrados em experimentos desenvolvidos pela Embrapa em parceria com a Estação Experimental de Citricultura de Bebedouro (EECB), no interior paulista.

O chamado adensamento se revelou extremamente importante para os produtores de São Paulo, onde se localiza o maior polo citrícola do Brasil, pois ajudou a compensar perdas causadas pelo huanglongbing (HLB), considerada a mais severa doença dos citros da atualidade.

Espaçamento

O espaçamento convencional utilizado no plantio de citros, atualmente, é de 7,0 m a 6,0 m entrelinhas e 2,0 m a 4,0 m entre plantas. Há uma década ficava entre 7 a 8 m entrelinhas e 3 a 5 m entre plantas. Em se tratando de ultra-adensamento, sugere-se de 6,0 a 4,0 m entrelinhas e de 2,0 a 1,0 m entre plantas.

Experimentos na EECB, em Bebedouro (SP), em pomares em regime sequeiro e irrigado, e na Embrapa, em São Paulo, avaliando copas de laranjas doces e de lima ácida Tahiti demonstraram ser possível ampliar a produtividade em até 89% nas primeiro cinco colheitas, ou um aumento médio de 20% na produtividade ao longo de 10 a 14 colheitas, sem afetar a qualidade dos frutos.

Mais produtividade, sem doenças

A HLB é uma doença causada por bactérias que colonizam o floema dos citros, sem resistência varietal, transmitidas pelo psilídeo, um inseto alado. Essa doença é extremamente destrutiva e provoca declínio das plantas, com seca de ramos, amarelecimento e deficiências foliares generalizadas, deformação e queda de frutos, cuja qualidade para consumo e processamento cai significativamente.

O adensamento do plantio tem equilibrado esse dano, visto que pomares mais adensados resultam em antecipação da produção e receita, favorecendo a viabilidade do cultivo sob a pressão da doença.

Replantios podem ser dispensados, pois as plantas mais próximas podem compensar as perdas. No entanto, as ações de manejo recomendadas (mudas sadias + erradicação de plantas sintomáticas + controle do vetor) devem ser adotadas e mantidas junto do adensamento de plantio.

Custo

O custo de produção do pomar adensado é maior na implantação, devido ao maior consumo de mudas, principalmente. Estudos pormenorizados estão em andamento.

É bom lembrar que pomares ultra-adensados e convencionais podem atingir produtividades semelhantes, o que ocorre é que nos primeiros isso é antecipado. No Brasil, a produtividade varia de 30 a 60 t/ha, enquanto em outros países relata-se entre 50 a 120 t/ha em pomares ultra-adensados.

Ressalta-se que, para que a técnica de ultra-adensamento seja viável, ela deve estar associada ao uso de porta-enxertos ananicantes, ou seja, que reduzem o porte da variedade copa, evitando assim a necessidade de poda excessiva e autossombreamento, que podem reduzir drasticamente a produtividade, ao invés de aumentá-la.

Podem, também, facilitar e baratear a colheita. Além disso, deve-se atentar aos cuidados nutricionais e o maquinário deve ser ajustado às condições de cultivo.

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