Tubetes – Ferramenta versátil para a cafeicultura

Créditos Fernando Takayuki Nakayama

Publicado em 10 de fevereiro de 2017 às 07h54

Última atualização em 10 de fevereiro de 2017 às 07h54

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Fernando Takayuki Nakayama

Pesquisador científico APTA ” Agência Paulista de Tecnologia dos Agronegócios, Polo Regional da Alta Paulista, Adamantina (SP)

fnakayama@apta.sp.gov.br

Créditos Fernando Takayuki Nakayama
Créditos Fernando Takayuki Nakayama

A cafeicultura é, sem dúvida, uma das principais atividades agrícolas do País, sendo o Brasil considerado o maior produtor e exportador mundial de café, gerando uma grande contribuição para o agronegócio nacional.

Considerada uma atividade tradicional de longa data, a cafeicultura se responsabilizou pelo desenvolvimento de diversas regiões brasileiras, passando pelos Estados de SP e PR, e atualmente concentra-se em MG e ES, que se destacam como produtores de café arábica e conilon, respectivamente.

Este comportamento migratório se deu devido a problemas relacionados a diversos fatores, sobretudo climáticos e fitossanitários. Geadas, política econômica, doenças e pragas de solo, destacando-se nematoides, foram os grandes responsáveis pelo insucesso da atividade em regiões como Oeste Paulista e Norte do Paraná.

As mudas

Uma das práticas mais comuns de disseminação de plantas daninhas, pragas e doenças de solo é a utilização de mudas contendo solo contaminado por sementes, fitopatógenos e nematoides.

Muitos cafeicultores que migraram para outras regiões, como os paulistas e paranaenses, que foram para Minas e Rondônia, por exemplo, podem ter disseminado problemas levando mudas contaminadas. Neste contexto, destaca-se a importância da utilização de mudas de procedência e isentas de problemas.

O Estado de São Paulo, por meio da portaria n° 26, emitida pela Coordenadoria de Defesa Vegetal (CDA), estabelece que todos os viveiros produtores e comerciantes de mudas de café devem ser cadastrados e obedecer técnicas como tratamento adequado, para desinfecção e desinfestação dos germinadores a cada nova germinação e do substrato a ser usado; armazenamento e manipulação do substrato em local sem contato com o solo e livre de plantas invasoras; substrato com boa porosidade; água de irrigação e substrato isentos de nematoides, fungos e outros patógenos nocivos ao cafeeiro, sendo vetado o uso de balaios ou sacolas plásticas contendo solo de qualquer fonte.

Demais Estados brasileiros produtores, como Minas Gerais (Portaria 863/2007) e, mais recentemente, Rondônia (Portaria 558/2016), também adotam práticas que respaldam medidas contra a disseminação de nematoides.

Produção em tubetes

Viveiro de mudas de café arábica em tubete - Créditos Fernando Takayuki Nakayama
Viveiro de mudas de café arábica em tubete – Créditos Fernando Takayuki Nakayama

A técnica de produção de mudas de café com utilização de tubetes foi derivada da produção de mudas de espécies florestais, que utiliza a tecnologia desde a década de 70 nos Estados Unidos. Consiste em substituir o solo, tradicionalmente utilizado como substrato, porém o maior disseminador de problemas fitossanitários, sobretudo nematoides, por substratos na sua maioria industrializados.

O tubete é um recipiente plástico rígido de formato cônico de 120 mL, podendo ser reutilizável (retornável) após lavagem e desinfecção. Apresenta algumas vantagens, se comparado às mudas de sacolas plásticas (balainhos), como: logística – facilidade no manuseio no viveiro; é mantido em estaleiros, evitando o contato com o solo e melhorando questões sanitárias; menor consumo de substrato; seu formato direciona o sistema radicular por meio de frisos verticais internos; mais leve e fácil de transportar, por utilizar bandejas/prateleiras e caixas plásticas; rapidez e praticidade no plantio, sendo de fácil distribuição e colocação na linha, sobretudo se utilizado em plantadeiras mecanizadas.

Detalhes que fazem a diferença

A produção de mudas de café inicia-se com a colheita de sementes retiradas de frutos maduros (“cereja“) de áreas de produção ou centros de pesquisas (registrados para produção de sementes) de plantas identificadas e com procedência, garantindo a origem do material e evitando cruzamentos indesejáveis, obtendo assim sementes sadias e de alta qualidade fisiológica, garantindo uma boa germinação e mudas de alto vigor.

Após germinadas em germinadores (caixas de areia), são transplantadas em tubetes e levadas ao viveiro para desenvolvimento.

O café conilon

A técnica de produção de mudas de café arábica em tubetes já é bastante conhecida (utilizada desde a década de 90 por viveiristas e cooperativas) e obrigatória desde 2007 no Estado de São Paulo. A tecnologia mais recente é a produção de mudas de café conilon em tubetes.

O café conilon atualmente responsabiliza-se por compor a principal matéria-prima para a indústria de café solúvel, além de gradativamente aumentar sua participação em bebidas oriundas de café torrado e moído, blends de café espresso e nos chamado “3 em 1“ , obtidos pelas misturas de solúvel e torrado e moído.

Mudas de café arábica em desenvolvimento- Créditos Fernando Takayuki Nakayama
Mudas de café arábica em desenvolvimento- Créditos Fernando Takayuki Nakayama

Mais qualidade

A busca pelo conilon de qualidade é cada vez mais o objetivo da cadeia produtiva, sobretudo da indústria torrefadora. Durante décadas, o conilon foi considerado “bebida de qualidade inferior“ se comparado ao café arabica, porém, nos últimos 10 anos sua participação vem se tornando fundamental para atender as tendências de consumo da bebida.

Essa matéria completa você encontra na edição de fevereiro 2017 da revista Campo & Negócios Grãos. Adquira já a sua para leitura integral.

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