Trigo safra 2021

Prática da dessecação em pré-colheita eleva participação de herbicidas no mercado de agroquímicos para a cultura.

Publicado em 11 de abril de 2022 às 11h33

Última atualização em 15 de maio de 2025 às 16h06

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Crédito Internet

Defensivos agrícolas empregados na cultura do trigo somaram vendas de US$ 268 milhões na safra 2021 do cereal, um crescimento de 19% frente ao ciclo anterior (US$ 224 milhões). Os dados são do levantamento BIP – Business Intelligence Panel, da consultoria Spark Inteligência Estratégica. Pela primeira vez na série histórica da empresa, os herbicidas foram os produtos mais demandados pelo produtor. Os insumos avançaram 37%, para US$ 104 milhões, contra US$ 76 milhões de 2020.

Segundo a especialista em pesquisas da Spark, Victória Barbalho, a escalada dos herbicidas se explica, sobretudo, pelo aumento na adoção do triticultor à dessecação na etapa pré-colheita. Esta prática pressupõe aplicações de produtos quando grãos de trigo atingem a chamada ‘maturação fisiológica’ (ponto de melhor qualidade). “A medida confere uniformidade à lavoura, mesmo quando o clima é desfavorável, facilita a colheita e reduz custos.”

Conforme a Spark, na safra 2021 a dessecação respondeu por US$ 28 milhões das vendas de herbicidas do cereal. Dados indicam ainda que a prática ocorreu em 1,4 milhão de hectares. “55% da área plantada contaram com pelo menos uma aplicação na dessecação. O indicador mais do que dobrou frente a 2017”, analisa Victória. Comparada ao ciclo 2020, quando os cultivos preencheram 2,2 milhões de hectares, a dessecação subiu 14%, segundo o BIP Spark Trigo.

“O BIP Spark Trigo 2021 revela forte tendência de a dessecação voltar a surpreender nas próximas safras. Triticultores veem vantagem na adesão a esse manejo, principalmente nas regiões onde o clima torna possível antecipar a colheita, para antecipar também o plantio da soja”, afirma Victória Barbalho.

Cenário e outros produtos

Para a Spark, o crescimento geral do mercado de agroquímicos do trigo na safra 2021 veio atrelado a dois fatores: aumento da área plantada, de 2,2 milhões de hectares para 2,5 milhões de hectares (+10%), e elevação dos custos de insumos. De acordo com a consultoria, a valorização do trigo no mercado internacional também impulsionou a cultura, frente ao clima desfavorável do Sul para o milho. “O cereal pode substituir o grão na fabricação de ração animal”, exemplifica Victória Barbalho.

Entre os demais agroquímicos, os fungicidas, segunda categoria em importância, equivaleram a 34% das vendas e cresceram 13%, para US$ 92 milhões, ante US$ 81 milhões de 2020. Os inseticidas, em terceiro, cravaram    10% do montante (US$ 27 milhões) e avançaram 11% (US$ 25 milhões). Produtos para tratamentos de sementes, com US$ 26 milhões transacionados, também ficaram na faixa de 10% em participação, seguidos de adjuvantes, 3% ou US$ 15 milhões e reguladores de crescimento: 1% ou US$ 4 milhões.

De acordo com a pesquisa da Spark, os estados do Paraná e do Rio Grande do Sul permanecem os maiores produtores de trigo do País: semearam 1,2 milhão de hectares ou 47% do cereal e 1,1 milhão de hectares ou 45%, respectivamente. SP, SC e MG, somados, totalizaram 8%.

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