Tomate rasteiro: cultivo e importância no Brasil

Sistema de cultivo do tomate rasteiro permite mecanização, redução de custos e mais.
Tomate - Crédito: Daiane Trento

Publicado em 3 de novembro de 2025 às 09h05

Última atualização em 3 de novembro de 2025 às 09h20

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O tomate rasteiro (Solanum lycopersicum) é uma das principais hortaliças produzidas no Brasil, pertencente à família das solanáceas. É consumido tanto in natura quanto processado e se destaca por seu alto valor nutricional, sendo rico em licopeno, β-caroteno e vitaminas C e E.

Segundo o IBGE, os maiores produtores nacionais são Goiás, São Paulo e Minas Gerais, que juntos representam mais de 60% da produção brasileira. Em 2018, o país produziu 4 milhões de toneladas de tomate, em uma área de quase 60 mil hectares, com destaque para Mato Grosso, onde a produtividade média alcançou 24,8 mil kg/ha.

Sistemas de produção e expansão do tomate rasteiro

Tradicionalmente, o tomate de mesa é cultivado em sistemas tutorados, com plantas de crescimento indeterminado. No entanto, cresce o interesse pelo cultivo do tomate rasteiro, de crescimento determinado, que oferece redução de custos e maior mecanização em todas as etapas produtivas.

O tomate rasteiro in natura ainda é recente no Brasil e exige pesquisas de adaptação climática. Seu cultivo é indicado para regiões de baixo índice pluviométrico e períodos secos, favorecendo o manejo e a sanidade das plantas.

Vantagens do sistema de tomate rasteiro

O sistema de tomate rasteiro apresenta benefícios expressivos:

  • Redução da mão de obra;
  • Mecanização completa (preparo do solo, irrigação e adubação);
  • Maior produtividade;
  • Facilidade de colheita;
  • Melhor qualidade dos frutos, que não entram em contato direto com o solo.

Pesquisas da UNEMAT comprovaram que o uso do mulching plástico (filme de polietileno) eleva a produtividade do tomate rasteiro, além de reduzir a evaporação, controlar plantas daninhas e melhorar as condições físico-químicas do solo.

Como implantar o cultivo de tomate rasteiro

Antes de iniciar o plantio, é essencial avaliar a compactação do solo. Se necessário, deve-se realizar gradagem e preparo dos canteiros, que variam entre 1,0 m e 1,2 m de largura.

Após a análise de solo, faz-se a calagem para elevar a saturação de bases a 70% e ajusta-se a adubação conforme o manual da 5ª Aproximação. O sistema de irrigação por gotejamento deve ser instalado a cerca de 20 cm da borda do canteiro, garantindo distribuição uniforme da água e permitindo a fertirrigação — fornecimento contínuo de nutrientes dissolvidos na água.

Com o sistema pronto, aplica-se o filme plástico (mulching) e realiza-se o transplante das mudas. Recomenda-se espaçamento entre 20 e 50 cm entre plantas e uso de mulching dupla face (preto e branco) — o lado branco voltado para cima reflete os raios solares, reduzindo a temperatura das plantas e mantendo a umidade do solo.

Produção de mudas e época ideal de plantio

As mudas de tomate rasteiro devem ser produzidas em ambiente protegido, limpo e bem ventilado, com bancadas de 1 metro de altura. O ponto ideal de transplante é entre 20 e 25 dias após a semeadura.

No Estado de Mato Grosso, o melhor período de plantio é entre abril e junho, com colheita de julho a outubro. Esse calendário reduz o risco de chuvas na fase inicial e na colheita, evitando doenças e perdas produtivas.

Resultados e impacto produtivo

O método desenvolvido pela UNEMAT mostra que o cultivo de tomate rasteiro com mulching e fertirrigação proporciona crescimento mais rápido e uniforme das plantas, reduzindo pragas e doenças e evitando o contato direto dos frutos com o solo.

Além de aumentar a produtividade e a qualidade, o sistema torna-se uma alternativa sustentável para pequenos e grandes produtores, melhorando a rentabilidade e a segurança alimentar regional.

LEIA TAMBÉM:

Autoria:

Alessandro Bandeira DalbiancoEngenheiro agrônomo, mestrando em Ambiente e Sistemas de Produção Agrícola (PPGASP) – Universidade do Estado de Mato Grosso (UNEMAT)alessandrodalbianco2013@gmail.com
Daiane Andréia Trento / Fernanda Lourenço Dipple
Mestras em Ambiente
e Sistemas de Produção Agrícola – UNEMAT

Adalberto SantiProfessor do Departamento de Agronomia – UNEMAT
Santino Seabra JúniorProfessor do Programa de Pós-Graduação em Ambiente e Sistemas de Produção Agrícola – UNEMAT

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