Tendências do agronegócio brasileiro em 2026: tecnologia é o pilar para um futuro rentável e sustentável

Por Fabrício Orrigo, diretor de produtos para Agro da TOTVS.
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*Fabrício Orrigo, diretor de produtos para Agro da TOTVS

O agronegócio brasileiro se prepara para um 2026 de grandes transformações. Se os últimos anos foram de experimentação de novas ferramentas que digitalizam o campo, o próximo ciclo de tendências do agronegócio será de consolidação e inteligência estratégica, com a tecnologia como componente essencial do planejamento de negócio. Desafios como a Reforma Tributária e a urgência da agenda de sustentabilidade se somam à necessidade contínua por mais eficiência, colocando a tecnologia no centro das decisões.

Sabemos que a conectividade no campo ainda é um desafio em muitas áreas rurais, mas a cloudificação, ou seja, a migração de sistemas para a nuvem, tem sido uma solução inteligente. Aplicações em nuvem permitem que os dados da operação agrícola sejam coletados em modo offline, diretamente de máquinas e sensores, e sincronizados assim que uma conexão de internet estiver disponível.

Isso não apenas resolve o gargalo da conectividade, mas também garante a segurança e disponibilidade dos dados, tornando a nuvem um requisito também primordial para a ampliação do uso de inteligência artificial no agro, que já não é mais promessa, mas uma realidade que gera valor. Produtores já utilizam IA preditiva para otimizar o uso de insumos, prever safras e monitorar a saúde do cultivo em tempo real. O que veremos em 2026 é a consolidação dessas práticas.

A nova fase dessa evolução são os Agentes de IA, que se diferenciam por serem sistemas autônomos ou semiautônomos que analisam dados, executam tarefas e oferecem insights para acelerar o dia a dia. Imagine um agente que analisa os relatórios de colheita, cruza com dados de mercado e sugere o melhor momento para a venda; ou outro que monitora a operação da frota e agenda manutenções preditivas de forma autônoma. Essa é a próxima fronteira da eficiência, liberando gestores para focar no que realmente importa: a estratégia do negócio.

Falando em estratégia, um tema que certamente deve impactar o planejamento de todas as empresas em 2026, sem dúvida, é o início da transição da Reforma Tributária. E o agronegócio, como um dos principais setores da economia brasileira, precisa estar preparado para os impactos. A unificação de impostos (IBS e CBS) exigirá uma adaptação massiva dos sistemas de gestão. A emissão de notas fiscais, o recolhimento de tributos e, principalmente, a gestão de créditos tributários na cadeia de suprimentos se tornarão mais complexos.

Por isso, é imprescindível que as empresas do setor tenham um sistema de gestão do backoffice robusto e plenamente preparado. A atenção aos outros elos da cadeia, como fornecedores, será crucial pois a capacidade de aproveitar um crédito dependerá do recolhimento correto do imposto na etapa anterior. Quem não preparar seu ERP e seus processos agora, correrá o risco de perder competitividade e ter problemas fiscais no futuro.

Por fim, a agenda de sustentabilidade é um caminho sem volta e que precisa sempre estar na pauta do segmento. A pressão de consumidores e do mercado global só aumenta, e a tecnologia é a principal aliada do produtor. Soluções de rastreabilidade que monitoram o produto do plantio à prateleira, e ferramentas que ajudam na gestão de recursos hídricos e mensuração da pegada de carbono serão cada vez mais demandadas.

Neste contexto, o setor de bioenergia deve ganhar ainda mais força. Em 2026 devemos observar o aumento da produção de etanol a partir de cereais, como milho ou soja. Com o incentivo de instituições públicas, como o BNDES, e a construção de novas usinas, o Brasil diversifica sua matriz energética e agrega valor à produção de grãos. A tecnologia para essa produção já está madura e disponível. Sistemas especialistas permitem gerenciar todo o ciclo, desde o recebimento dos grãos até o controle industrial e a comercialização do etanol, garantindo rastreabilidade e eficiência em um mercado em plena expansão.

Em resumo, o próximo ano exigirá um produtor rural mais conectado, estratégico e, acima de tudo, digital. As tendências do agronegócio mostram que a tecnologia não é mais uma opção, mas o principal caminho para quem deseja navegar pelos desafios e colher os frutos de um agronegócio cada vez mais competitivo e sustentável.

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