Sustentabilidade: Algodão em busca de mais qualidade

Publicado em 14 de abril de 2020 às 08h21

Última atualização em 14 de abril de 2020 às 08h21

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Autor

Milton Garbugio
Presidente da Abrapa e produtor rural
miltongarbugio@gmail.com
Crédito Shutterstock

O Brasil produz algodão de qualidade, de forma sustentável, e com rastreabilidade. Já somos conhecidos por cumprirmos os nossos contratos, e agora, os tornamos um fornecedor de 12 meses, e não apenas de segundo semestre, graças ao incremento na produção.

Entretanto, um valor que é cada vez mais demandado pelo consumidor final é a sustentabilidade. Atualmente, o Brasil é considerado o maior fornecedor mundial de algodão sustentável, com 31% do mercado de algodão licenciado pela Better Cotton Initiative (BCI), referência internacional em licenciamento de pluma produzida sobre parâmetros sustentáveis.

Desde 2013, a BCI opera em benchmark com o programa Algodão Brasileiro Responsável (ABR), iniciativa da Abrapa que estabelece critérios de sustentabilidade para certificação de fazendas produtoras de algodão.

O ABR é ainda mais amplo que o BCI. Prova disso é que para ter o direito de usar o ABR nos fardos, a fazenda tem de seguir um checklist de 224 itens, só na fase de verificação para diagnóstico que antecede a certificação, e outros 178 para a finalização do processo. Já para receber a licença BCI são necessários 25 itens.

Se o mercado é bom e os preços são favoráveis, o produtor se sente estimulado a plantar. E plantando, consolida a posição do Brasil como grande player. Embora novos entrantes tenham contribuído para o incremento de área nesta safra e, consequentemente, de produção, os produtores de algodão ao longo desses últimos 20 anos estão evoluindo juntos, unidos.

A consciência coletiva para a importância das boas práticas na produção e na comercialização da fibra nacional, e também a atenção aos aspectos mercadológicos de promoção dentro e fora do Brasil fizeram com que, conjuntamente, se investisse em prol do bem comum.

Concorrência

O maior concorrente do Brasil na exportação de algodão são os Estados Unidos por, historicamente, posicionar mais de três milhões de toneladas ao ano e pela estratégia de marketing adotada pelos norte-americanos desde a década de 60.

O segundo maior concorrente é a Austrália, que exporta aproximadamente 400 mil toneladas anualmente e produz uma fibra de alta qualidade, graças à irrigação em 100% da área plantada. Índia e Zona CFA, conjunto de 14 países africanos que exportam em bloco, também são concorrentes importantes.

A certificação pelos programas Algodão Brasileiro Responsável (ABR) e Better Cotton Initiative (BCI) são diferenciais do algodão brasileiro no exterior e permitem acessos a mercados bem interessantes, especialmente na Ásia.

O cotonicultor procurar essa certificação e evoluir nos quesitos de sustentabilidade, a cada safra, são fatores muito importantes. A qualidade é outro tema essencial.

No caso da comercialização, a venda futura já é uma ferramenta amplamente utilizada pelos produtores de algodão no Brasil. A partir do estabelecimento de contratos com o preço travado para entrega no futuro, o risco de comercialização reduz, consideravelmente.

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