A SLC Agrícola acaba de concluir a maior operação automatizada de mensuração de carbono (GEE) já realizada no agronegócio brasileiro. A ação abrangeu 736 mil hectares e gerou dados auditáveis, compatíveis com os protocolos internacionais GHG Protocol e FLAG. Desenvolvido em colaboração com a Fluere, deeptech da Cerensa voltada à inteligência climática, o projeto representa um salto qualitativo na estratégia ESG da companhia, consolidando seu pioneirismo e liderança a nível internacional em práticas sustentáveis e adoção de novas tecnologias.
A iniciativa teve início em 2021, por meio do programa AgroX, com apoio de instituições de fomento como CNPq e FAPESP. Inicialmente concebida como um projeto de Pesquisa e Desenvolvimento, ao longo das cinco safras subsequentes evoluiu para uma solução operacional robusta de MRV (monitoramento, reporte e verificação), com automação de dados e acompanhamento das emissões em paralelo à produção agrícola. Com análises por cultura, safra e hectare, e estrutura para incorporar inteligência preditiva por lavoura, o sistema oferece uma visão técnica integrada que impulsiona a gestão sustentável em tempo real e aprimora o manejo regional com insights estratégicos.
Para Tiago Agne, gerente de sustentabilidade da SLC Agrícola, o amadurecimento do projeto foi essencial para calibragem de perspectiva e alcance dos resultados. “Iniciamos esse processo quatro anos atrás e sabíamos que ele era promissor. Aplicamos ajustes e cada etapa concluída foi um aprendizado. Este projeto eleva o patamar de gestão ambiental no agro. A granularidade e confiabilidade dos dados transformam a sustentabilidade em vantagem competitiva e esse é um diferencial da SLC Agrícola. Monitoramos, testamos e aplicamos”, afirma Agne.
A tecnologia utilizada é baseada na plataforma FLUERE CARBON, que integra módulos dedicados a carbono, energia, água e governança. Os modelos foram desenvolvidos com base em redes científicas e calibrados com dados reais de campo, formando um ecossistema automatizado e adaptado às especificidades do agro brasileiro. A solução atende às principais demandas de mercado em conformidade e transparência ambiental, como rastreabilidade das emissões no ciclo de vida do produto, RenovaBio, SBTi FLAG e programas de transição para uma agricultura mais regenerativa.
Resultados:
A operação de mensuração automatizada de carbono da SLC Agrícola cobre 23 das 26 fazendas da empresa e mais de 2.000 lavouras monitoradas em tempo real, consolidando-a como uma das maiores estruturas de inteligência climática. Mais de 50 milhões de registros já foram processados ao longo do projeto, com uma média de 5 milhões de novas linhas por ciclo produtivo. A expectativa para 2025 é que esse volume chegue a 12,5 milhões de linhas, refletindo a expansão contínua da base de dados.
A solução garante interoperabilidade com ERPs, sistemas de gestão agrícola, medidores e outras fontes de dados. Ao todo, 99,07% dos processos são automatizados, permitindo a gestão eficiente dessa conectividade.
Parte da automatização está na geração de relatórios. Eles são padronizados por Ano Safra e Ano Civil, com indicadores personalizáveis por cultura e cobertura completa das emissões diretas e indiretas, incluindo solo, fertilizantes, resíduos, energia, água, transporte e beneficiamento.
A estrutura está alinhada ao protocolo internacional SBTi FLAG e atende às exigências de mercados regulados, como o RenovaBio e o CBAM europeu. Essa conformidade fortalece o potencial de rastreabilidade ambiental e monetização da produção agrícola da companhia. Como resultado direto, a SLC Agrícola conquistou o Selo Ouro do GHG Protocol pelo quarto ano consecutivo, reconhecimento que valida a excelência técnica e a consistência do sistema adotado.
“Estamos virando a chave da compensação para a produtividade regenerativa com lastro técnico”, complementa Anibal Wanderley, CEO da Fluere.