Sistemas agroflorestais aumentam matéria orgânica

Uma pesquisa conduzida pela Embrapa Caprinos e Ovinos (CE) em parceria com a Embrapa Meio-Norte (PI) revelou que sistemas agroflorestais podem aumentar o estoque de carbono orgânico no solo em comparação com áreas de vegetação nativa.
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Publicado em 28 de maio de 2024 às 08h45

Última atualização em 28 de maio de 2024 às 08h45

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Uma pesquisa conduzida pela Embrapa Caprinos e Ovinos (CE) em parceria com a Embrapa Meio-Norte (PI) revelou que sistemas agroflorestais podem aumentar o estoque de carbono orgânico no solo em comparação com áreas de vegetação nativa.

De acordo com o estudo, publicado na Revista Brasileira de Ciências do Solo, os sistemas integrados de produção também são capazes de elevar os níveis de nitrogênio, indicando um potencial para sequestro de carbono e recuperação de perdas por emissões de gases de efeito estufa na agropecuária.

Conforme o divulgado pela Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), os resultados mostraram que os sistemas agroflorestais aumentaram o estoque de carbono orgânico no solo em até 50% em comparação com áreas de vegetação nativa, enquanto o teor de nitrogênio foi 60% superior em sistemas que utilizaram consórcio de milheto ou sorgo com capim Massai.

Esses dados apontam para a viabilidade de adotar um manejo sustentável da Caatinga, conciliando a vegetação nativa com a formação de novas áreas de produção agrícola.

Quem ganha?

Segundo o pesquisador da Embrapa, Rafael Tonucci, os sistemas integrados de produção favorecem a “produção primária líquida”, aumentando a produção de forragem e a decomposição de matéria orgânica no solo.

“Esse carbono vem, basicamente, da decomposição de raízes e das folhas que caem – a chamada serrapilheira, do capim e da cultura agrícola implementados nas faixas do sistema. Uma matéria orgânica de qualidade”, destaca Tonucci. O pesquisador acrescenta que o incremento de nitrogênio se deve, principalmente, ao plantio consorciado com leguminosa e com a adubação utilizada.

Além disso, o estudo ressalta que a conversão da Caatinga em áreas agrícolas e de pastagens geralmente reduz os estoques de carbono e nitrogênio no solo. No entanto, a implementação de culturas com alta produção de biomassa pode compensar essas perdas, criando um ambiente propício ao desenvolvimento de microrganismos no solo.

Os pesquisadores enfatizam que o incremento da matéria orgânica no solo não apenas contribui para mitigar a emissão de gases de efeito estufa, mas também pode reduzir processos de erosão e degradação do solo na Caatinga. Tonucci destaca que a matéria orgânica funciona como um “cimento” para dar coesão às partículas do solo, promovendo sua estabilidade e fertilidade.

Com a possibilidade de práticas de manejo adequadas, os sistemas integrados de produção podem não apenas recuperar a fertilidade dos solos, mas também fornecer mais autonomia para a alimentação dos animais, favorecendo o sequestro de carbono no solo e contribuindo para a sustentabilidade da agropecuária na região da Caatinga.

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