Sabor da Amazônia se espalha pelo mundo

Os aminoácidos auxiliarão as plantas na obtenção e acúmulo de energia - Crédito José Henrique Dotta

Publicado em 13 de outubro de 2016 às 07h00

Última atualização em 13 de outubro de 2016 às 07h00

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Fotos-Aurélio-Herraiz
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São milhares os apreciadores de açaí espalhados pelo Brasil, América do Norte, Europa e Ásia. A produção brasileira de extrativismo e de cultivo dessa fruta exótica está concentrada na região Amazônica, tendo à frente da produção o Pará, mas o Amazonas, Maranhão, Acre, Amapá, Rondônia e Roraima também colhem a fruta. A cadeia produtiva é formada, em sua maioria, por pequenos agricultores ribeirinhos.

Atentos ao mercado promissor do fruto, vários ‘points de açaí’ são abertos diariamente em todo o Brasil, especialmente na era da ‘geração saúde’, que busca alimentos mais saudáveis e ricos em energia, como essa fruta.

Na Amazônia, a polpa roxa do açaí é mais consumida com farinha de mandioca, peixe assado ou camarão. Em outras regiões, costuma ser servida gelada em tigelas, misturada a outros ingredientes, como banana, granola e xarope de guaraná. Do seu caldo também são feitos sorvete, creme e geleia, entre outras receitas.

O fruto pequeno e redondo é colhido em palmeiras, conhecidas como açaizeiros, que podem chegar a 30 metros de altura. A espécie é nativa de regiões que alagam diariamente, por causa das marés ou da proximidade de rios e igarapés. Com o aumento do consumo, suas raízes passaram a ser manejadas, na década de 1990, e hoje a planta é cultivada em áreas não alagadas.

Só no território paraense, a cultura do açaí empega, direta e indiretamente, cerca de 250 mil pessoas, segundo o gerente de Fruticultura da Secretaria de Estado de Desenvolvimento Agropecuário e da Pesca do Pará (Sedap), Geraldo Tavares. A fruta ocupa áreas onde também há buritis e a andirobas.

Importância econômica

Em 2015, só o Pará colheu mais de 1 milhão de toneladas de açaí em uma área extrativista e cultivada de 154.486 hectares. A venda dos frutos injetou cerca de R$ 1,8 bilhão na economia em um ano. Geraldo Tavares estima que pelo menos 300 mil toneladas sejam consumidas por ano na região metropolitana de Belém.

Fotos Aurélio Herraiz
Fotos Aurélio Herraiz

Consumo e exportação

Com a ampla divulgação de seus benefícios para a saúde, a procura pelo suco do açaí tem crescido acima da oferta. “A cada ano aumenta 15%, contra 5% do incremento da produção“, comenta João Tomé de Farias Neto, pesquisador da Embrapa Amazônia Oriental.

Para atender a demanda, a Sedap criou o Programa de Desenvolvimento da Cadeia Produtiva do Açaí no Estado do Pará (Pró Açaí). O órgão do governo paraense espera que a área cultivada com a fruta seja ampliada em 50 mil hectares até 2020.

Não é só a polpa de açaí que garante renda aos ribeirinhos no baixo Rio Tocantins. O palmito, que fica na parte mais alta do açaizeiro, é retirado ao fim da safra e vendido às empresas locais. Também é possível extrair o óleo do açaí, e os caroços podem ser utilizados para a produção de fitoterápicos, ração animal e adubo orgânico.

Além do mercado interno, a fruta também é consumida em outros países.  Em 2015, o Pará exportou mais de seis mil toneladas do mix de açaí (mistura da fruta com banana e guaraná) para os Estados Unidos e Japão, o equivalente a US$ 22,6 milhões.

Os mercados norte-americano e japonês são o destino de 90% das exportações de açaí. Os outros 10% são comprados pela Alemanha, Bélgica, Reino Unido, Angola, Austrália, Canadá, Chile, China, Cingapura, Emirados Árabes, França, Israel, Nova Zelândia, Peru, Porto Rico, Portugal e Taiwan.

Essa matéria você encontra na edição de outubro 2016  da revista Campo & Negócios Hortifrúti. Adquira já a sua.

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