Redução da área de trigo e uso de tecnologia preocupa produtores no RS

Endividamento e falta de políticas públicas desmotivam produtores gaúchos.
Lavoura de trigo no RS com sinais de abandono e baixa tecnificação
Plantio Trigo - Crédito FecoAgro RS Divulgação
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A redução da área de trigo no RS em 2025 está no centro das preocupações do setor agrícola. A previsão é de que muitos produtores gaúchos diminuam suas lavouras de trigo neste ciclo, como reflexo do alto endividamento e da escassez de políticas públicas voltadas ao enfrentamento das mudanças climáticas. A queda no uso de tecnologia também agrava o cenário e ameaça a produtividade da cultura no estado.

Redução da área de trigo no RS está ligada à baixa rentabilidade

Segundo Paulo Pires, presidente da FecoAgro/RS, o desestímulo do produtor rural tem raízes em uma equação financeira desfavorável. “No lugar de resiliência, o produtor está desestimulado”, afirma. Com o custo da lavoura elevado e os preços dos grãos em queda, o cultivo do trigo tornou-se menos viável economicamente.

A redução da área de trigo no RS surge, assim, como uma resposta direta à falta de rentabilidade. Em paralelo, culturas como o milho ainda despertam alguma expectativa, embora também sofram com oscilação nos preços.

Diminuição no uso de tecnologia afeta produtividade

Além da redução da área, os agricultores gaúchos estão diminuindo o uso de tecnologias agrícolas, como sementes melhoradas, insumos e manejo de precisão. “O produtor, desde o pequeno até o grande, está agindo em legítima defesa”, observa Pires. Essa retração tecnológica compromete diretamente o desempenho das lavouras, o que pode levar a quedas significativas na produção de trigo.

As cooperativas tentam manter a área de plantio, mas a falta de apoio financeiro e a insegurança sobre o retorno dos investimentos dificultam qualquer reação no curto prazo.

Falta de políticas públicas e seguro rural ineficaz

A redução da área de trigo no RS também reflete uma ausência de políticas públicas efetivas. A FecoAgro/RS critica o seguro rural vigente, que não oferece cobertura adequada para os riscos enfrentados na lavoura. Para os produtores, a confusão entre securitização e perdão da dívida prejudica o entendimento e a confiança nas medidas anunciadas pelo governo.

Pires destaca que o ideal seria uma política estruturada para lidar com perdas decorrentes de eventos climáticos, como secas e geadas, que têm afetado recorrente e severamente a produção de grãos no Sul do Brasil.

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