Quebra de resistência do milho Bt pode ser falta de área de refúgio

Lavoura de milho - Crédito Shutterstock

Publicado em 12 de novembro de 2014 às 17h45

Última atualização em 12 de novembro de 2014 às 17h45

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Lavoura de milho - Crédito Shutterstock
Lavoura de milho – Crédito Shutterstock

A área de refúgio é a semeadura de um percentual da lavoura de milho Bt utilizando milho não Bt, ou convencional, de igual porte e ciclo, de preferência os respectivos isogênicos do milho Bt. O plantio da área de refúgio faz parte da estratégia de manejo de resistência de insetos-praga, isto é, a adoção de práticas que evitem a seleção de lagartas capazes de causar danos expressivos no milho Bt.

O pesquisador da EPAMIG, José Mauro Valente Paes, explica que nas lavouras em que se utiliza a tecnologia Bt, ou seja, plantadas com cultivares resistentes às lagartas, é necessário utilizar as seguintes estratégias:

– Expressão de alta dose da toxina Bt no híbrido transgênico; e

– Utilização da área de refúgio.

Área de refúgio

No Brasil, a área de refúgio é a semeadura de 10% da área cultivada com milho Bt, utilizando híbridos não Bt, de iguais porte e ciclo, de preferência o seu similar não Bt. A área de refúgio não deve estar a mais de 800m de distância das plantas transgênicas.

“Todas as recomendações são no sentido de sincronizar os cruzamentos dos possíveis adultos sobreviventes na área de milho Bt com suscetíveis emergidos na área de refúgio. O refúgio estruturado deve ser desenhado de acordo com a área cultivada com o milho Bt. Para glebas com dimensões acima de 800m cultivadas com milho Bt, serão necessárias faixas de refúgio internas nas respectivas glebas“, esclarece o pesquisador.

Segundo a recomendação da CTNBio, na área de refúgio é permitida a utilização de outros métodos de controle, desde que não sejam utilizados bioinseticidas à base de Bt.

Alerta geral

O principal risco do não uso da área de refúgio está na rápida seleção de raças das pragas-alvo resistentes às toxinas do Bt. Assim, alerta José Mauro, o produtor que não utilizar a prática do manejo da resistência será, sem dúvida, a primeira vítima da quebra da resistência, não obtendo controle das pragas-alvo com os híbridos de milho Bt.

Os cultivares de milho dotados de tecnologia Bt, que conferem a produção de proteínas tóxicas para algumas espécies de lagartas e outros insetos, vem perdendo eficiência nos últimos anos no Brasil. No campo, o que se tornou bastante comum é a utilização de várias aplicações de inseticidas, a fim de conter a pressão de pragas no milho transgênico.

Outro ponto importante que contribui para a perda de eficiência da tecnologia Bt é a ausência de refúgios estruturados nas áreas de plantio. “A utilização do refúgio estruturado continua sendo uma estratégia fundamental para prolongar a vida útil da biotecnologia“, indica o especialista.

Algumas instituições e pesquisadores defendem a necessidade de aumentar o tamanho da área, a fim de garantir a multiplicação suficiente de insetos suscetíveis e a sua reprodução. A definição do tamanho atualmente está em reavaliação e o Governo Federal vem trabalhando na criação de leis que obriguem o cumprimento das exigências.

 

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